Capítulo 5. 𝓯𝓲𝓷𝓪𝓵 𝓭𝓸 𝓯𝓲𝓵𝓶𝓮

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Eu fui acordada, despertada para a realidade. Não sabia se tinha dormido ou apenas me perdido em lembranças intensas do meu primeiro amor.

Uma mão gelada tocou meu ombro, me assustando. Eu olhei para frente e vi que a tela estava branca, as luzes estavam acesas e a sala estava vazia. O rapaz que me vendeu o ingresso me chamou-me.

acho que eu dormi —  Pensei sozinha em voz alta.

— Senhora, vamos fechar.

O rapaz que me vendeu o ingresso deu-me o mesmo olhar de antes.

Levantei e saí dali. Caminhei em casa. Estava escuro e ventava frio, tocando meu rosto e bagunçando meus cabelos. Eu queria de sentir frio.

Cheguei em casa, tudo estava igual sempre, calmo, silencioso e vazio. Nada havia mudado da hora que saí.

Caminhei até o banheiro e me olhou no espelho. Eu era uma sombra do que já fora na juventude. Os anos não foram meus amigos.

Eu não era mais a garota da cachoeira e Thales não era mais o mesmo. Ele nem era mais o Thales.

Depois verão com Thales, tornei-me adulto, e ele se tornou um ator famoso, como sempre dizia. Eu o vejo nas notícias, nos filmes e em campanhas publicitárias. Ele realizou seus sonhos, e eu sinto que perdi os minhas águas douradas.

Eu fui arrastada para minhas lembranças, novamente era como se o tempo não tivesse passado, me lembrei daquela noite na beira da cachoeira de águas douradas.

— Você sabe o que eu quero — Thales sorriu —  o que você realmente quer.

— Eu? —  Olhei pra ele e pensei que realmente não sabia.

— Sim. — Thales segurava minha mão, nossos dedos se entrelaçaram em uma guerra de polegares —  O universo tem poder, se você quiser vai conseguir assim como eu.

Depois de alguns segundos pensando e olhando pra Thales eu respondi, tomada por uma coragem, algo que eu nunca admiti para ninguém

— Eu quero escrever.

— Sobre o que?

— Ainda não sei — Eu dei de ombros e Thales sorriu.

— É uma ótima ideia, você escreve os filmes e eu atuo neles.

— Você é muito sonhador.

— Sonhos grandes ou pequenos, eles dão o mesmo trabalho, pra que me contentar com pouco?

—  Quanto mais alto se voa, maior é o tombo.

— Pessimista, é isso que você é. —  Thales disse rindo.

— Ok —  eu suspirei —  prometo que vou escrever um filme pra você.

— Eu vou ser um super herói com poderes incríveis?

— Você vai ser você

— e você vai ser o que? —  ele pareceu curioso.

—  a pessoa que escreve.

— Escreva sobre nós. — Os olhos dele pareceram cheios de esperança.

— Vou escrever.

— Promete? — Thales estendeu seu dedo mindinho e eu estendi o meu, ambos se entrelaçaram.

— Sim, eu prometo.

Nós ficamos uns segundos em silêncio com os nossos dedos entrelaçados, ele segurou minha mão, seus dedos acariciaram meu rosto, o ar parecia quente em volta de nós, ele se aproximou e sussurrou próximo ao meu rosto —  vamos tornar essa noite inesquecível.

Os olhos de Thales brilhavam mais que as estrelas mais intensas do céu, seu olhar fazia meu coração bater mais rápido, quase tão rápido que me deixava sem ar.

Ele se aproximou de mim devagar, como se eu fosse uma boneca de porcelana que poderia quebrar, seus lábios tocaram o meu suavemente. Eu podia sentir o calor de Thales, o calor de seus lábios, o calor de seu corpo, de seu coração. Era tão gentil, amável e carinhoso. Ele afastou seu rosto, nossos olhos se encontraram, ele estava sem fôlego.

Seus lábios estavam entreabertos e puxavam o ar devagar, eu pude sentir o cheiro de menta do seu hálito, misturado com a sua colônia aqua e feromônios.

Eu me aproximei dele, guiada pelos meus hormônios e o beijei.

Eu o beijei.

Meu Deus, como eu queria ele naquele momento, como eu queria que tudo fosse eterno.

Nossos lábios se encontraram de forma tão doce, quando meus lábios entre abriram sua língua invadiu minha boca, suavemente, me saboreando, buscando meu calor. Era um beijo cheio de desejo e promessas. Era como se o mundo fosse acabar, e poderia ter acabado naquele momento e eu morreria feliz.

Suas mãos pararam em minha cintura, me puxou, me trouxe pra perto, nosso corpos se encontraram com força que me fez ofegar, nos lábios se afastaram e os olhos se encontraram, estava ali, tudo óbvio, escrito em nossas faces, nosso corações batiam em sincronia como e naquela noite nós seríamos apenas um.

Thales colocou sua mão na minha nuca e me beijou novamente, o beijo inocente aos poucos se tornou fogo, minha mão repousava sobre o seu peito e eu sentia seu coração, nosso beijo foi prolongado quando ele mordeu meu lábio inferior e beijou meu rosto cada centímetro, ele se deitou sobre mim, seu corpo cobriu o meu.

Nossa noite foi eterna e inesquecível, pelo menos pra mim.

A forma que Thales e eu nos conectamos foi única, o jeito que ele me tocou jamais ninguém tocaria novamente, intenso e suave, doce e picante, enérgico e hipnótico.

Não poderia imaginar algo mais perfeito do que aquela noite.





𝓹𝓪𝓵𝓪𝓿𝓻𝓪𝓼: 839

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