3. I'll keep you company

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Era 1 hora da manhã. Ele se levantou, apenas segurando seu corpo através de seus braços que, em sinal de receio, ainda estavam amarrados ao muro da ponte.

Era como se ele só precisasse de um motivo para não fazê-lo. E ainda tentava encontrar aquele um motivo nos últimos segundos.

Sem pensar duas vezes, quando o vi se levantar, imediatamente saí do meu carro, no meio daquela tempestade, e corri em direção a ele.

Foi apenas questão de segundos para minha capa amarela não dar conta de tanta água. Meus cabelos estavam ensopados, assim como meus sapatos e minha calça.

- Ei! - gritei, enquanto corria.

Ele imediatamente virou o rosto e olhou para mim, assustado, como se não esperasse que houvesse alguém ali.

- O que está fazendo? - cheguei mais perto. Pude ver, apesar da chuva, que suas lágrimas se misturavam com ela.

Ele estava em silêncio.

- Deixa eu te ajudar. É perigoso aí. Vem pro meu lado. - tentei convencê-lo.

- Só me deixa. Por favor. - ele encarava o mar. - Me deixa sozinho.

- Só me escuta. - insisti. - Eu sei que essa parece a melhor decisão a ser tomara agora. Mas é tudo ilusão.

Ele não olhava para mim, como se não tivesse coragem. Mas eu sei que ele estava me ouvindo.

- Deixa eu te ajudar. Posso te contar muitos motivos para você ficar aqui.

- Você nem me conhece. - ele respondeu. - Eu não tenho nenhum motivo. Eu já me decidi. Por favor, vai embora. Não quero que você veja.

- Não posso ir embora. Não vou te deixar sozinho. - respondi. - Você... Você só não está no seu melhor agora. Não está pensando direito, tudo parece ser razão para desistir. Mas eu prometo que isso não é verdade.

- Não pode prometer isso pra mim. Você não me conhece! - ele respondeu de maneira ríspida.

- Então... Deixa eu te conhecer. Vamos tomar um café, vamos conversar, eu quero te ouvir. Sei que não te conheço... Sei disso. Sei que não faz sentido. Mas a vida vale a pena. Me dê apenas uma chance de te mostrar isso.

Ele continuava ali.

- Olha, eu sei. Você se sente devastado e sem saída. Mas só não está pensando direito. Essa não é a solução. Eu posso te ajudar, você não vai estar sozinho. Posso te ajudar a se sentir melhor. Tudo vai ficar bem.

Era difícil lidar com aquela situação. Eu não sou uma profissional de saúde. Talvez, as palavras que eu usasse, só fariam piorar, por não serem apropriadas. Eu não tinha muitas opções. Estava sozinha, não conseguiria ligar para os bombeiros, talvez não desse tempo, ou talvez ele pulasse ao me ver chamando. Eu não sabia exatamente o que fazer, mas não iria desistir de salvá-lo.

Ele não me olhava. Estava pensativo, e só fazia chorar. Então eu lhe estendi a mão.

- Vem.

Ele não se moveu. Continuava a pensar. Minha mão continuava estendida.

- Por favor. Vem. Vou te ajudar, eu prometo. Não vou te deixar sozinho. - insisti. - Vem.

Então, ele se sentou novamente, desabando a chorar, e finalmente segurou em minha mão.

Eu o ajudei a vir para o outro lado, então, sem pensar, o dei um abraço apertado.

Saviour • Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora