7. Boundaries

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     Justin passou a tarde comigo conversando e jogando. Nós dois tínhamos o dia livre, então decidimos ficar ali aproveitando o dia.

     — Uno! — Justin bateu a carta enquanto segurava apenas mais uma na mão.

     — O que!? — Falei em voz alta. — O que aconteceu com suas cartas? Você tinha um monte.

     — Eu usei elas, ué. Esqueceu como se joga? — ele justificou. — Vai, joga logo a sua.

     Eu joguei uma carta 8 amarela, que era a única que eu tinha que pudesse ser usada, e Justin riu.

     — Bati! — ele jogou sua última carta.

     — Fala sério. — praguejei.

     Foi quando percebi que Justin disfarçava e tentava não se mexer muito.

     — Vamos, mais uma. Vou embaralhar as cartas. — ele disse. — É... Tô com sede. Pode pegar água? Os copos ficam no armário de cima. — pediu.

     — Claro... — respondi, desconfiada.

     Então me levantei em direção a cozinha dele, encarando o Justin, e fingi me virar, até que o olhei de repente e peguei no flagra. Ele havia escondido cartas embaixo da bunda.

     — Seu filho da... — Ele começou a gargalhar, me interrompendo, enquanto fui em direção a ele para dar-lhe um tapa. — Eu sabia!

     Justin ria sem parar enquanto eu o xingava e reclamava de sua desonestidade.

     — Eu jurei que você não ia ver. — ele explicou.

     — Acha que eu sou idiota? — eu ria, ao mesmo tempo fingindo estar brava.

(...)

     Justin e eu construimos uma boa amizade em pouco tempo. Muitas vezes ele desabafava comigo nos momentos em que se sentia mal, assim como eu desabafava com ele, principalmente nos momentos em que eu sentia falta do meu pai.

     Num dia de folga, Justin veio passar a tarde comigo. Basicamente, essa era a única coisa que a gente fazia juntos.

     Nós estávamos jogando banco imobiliário e eu estava dando uma surra nele. Era cômico o quanto ele ficava irritado. Justin era muito competitivo.

     Então, de repente, fomos interrompidos pelo barulho da minha campainha. Estranho, pois não estava esperando por ninguém. Então fui ver quem era.

     — Surpresa. — Tyler me deu um selinho espontâneo quando abri a porta. Sorri. — Trouxe comida. — ele levantou os braços mostrando sacolas cheias.

     Fiz sinal que entrasse e Justin guardava o tabuleiro, sentado no chão. Assim que Tyler o viu, senti que ambos ficaram desconfortáveis.

     — Olá. — Tyler o cumprimentou, enquanto eu pegava as sacolas e colocava em cima de minha bancada.

     — Oi. — Justin respondeu, tímido.

     Justin guardou as cartas e se levantou.

     — Está na hora de eu ir. Vejo você depois, Laura. — Justin disse, enquanto caminhava até a porta.

     — Espera, não quer que eu te leve? — perguntei, preocupada.

     — Não precisa. — sorriu. — Vou lá. Tchau, Tyler!

     Tyler acenou com a cabeça, tentando dar-lhe um sorriso simpático que nada disfarçava seu rosto sério. Levei Justin até a porta e dei tchau para ele.

Saviour • Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora