13. My best friend

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     — O que você sabe sobre o teclado? — Justin perguntou, sentado ao meu lado.

     Estávamos de frente para seu teclado após ter comido quase a torta inteira de limão que eu havia trazido e conversado por alguns minutos antes que nossa aula de fato começasse. Talvez éramos um pouco irresponsáveis.

     — Sei o que é dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. — falei, enquanto encarava o teclado a minha frente. — E sei tocar parabéns para você. Mas só a melodia. — ri.

     — Ah, é? E como aprendeu? — Justin perguntou, curioso.

     — Brincando em apps de piano no celular. — ri novamente, e então fiz uma demonstração.

     — Uau! Que talento. — Justin brincou, ironizando, enquanto eu fazia cara de orgulho e me curvava em agradecimento. — Tudo bem. Sabe que teclas são essas? — ele apontou para as teclas pretas, entre as principais que eu havia citado. Fiz que não com a cabeça, enquanto prestava atenção. — Bom, você percebe que elas fazem um som diferente, ou seja, são notas diferentes. — eu prestava atenção em sua explicação. — Elas recebem o mesmo nome das teclas brancas, mas a gente adiciona um sufixo nelas, pode ser “sustenido” ou “bemol”. — fiz careta, demonstrando confusão, e Justin riu.

     — Acho que sou uma idiota. — falei.

     — Não, vou te explicar. É só o nome delas, assim fica mais fácil de eu te guiar. — ele falou. — Então, quando a tecla preta está a direita de uma tecla branca, adicionamos o sufixo “sustenido”. Se estiver a esquerda, o sufixo é “bemol”.

     Eu ainda estava confusa, mas prestava atenção em tudo que Justin me explicava.

     — Por exemplo, esse é um dó sustenido. — Justin tocou a tecla preta à direita da nota dó. — Entendeu?

     — Ah! Agora sim, entendi. Com o exemplo fica mais fácil. — sorri, animada. — Então, eu posso chamar o dó sustenido de ré bemol? — perguntei, curiosa, e Justin levantou suas sobrancelhas, surpreso.

     — Exatamente. Ótima pergunta. Pode ter esses dois nomes, tudo depende do movimento que você faz.

     Justin era um ótimo professor. Ele era paciente, mesmo com a minha total ausência de habilidade, e suas explicações eram sempre bem detalhadas, além de suas piadas estúpidas que me tiravam risadas.

     — É serio, por quê não investe nisso? — nossa aula havia acabado, e Justin tocava o teclado por diversão.

     — É besteira. — ele respondeu, balançando a cabeça. — Além do mais, não sou nenhum cantor impressionante, só sou afinado e gosto de cantar.

     — Tá me zoando? — falei, arqueando as sobrancelhas. — Justin, você canta muito bem! — eu dei ênfase no muito, e ele riu.

     — Não exagera. Não sou nada demais. — rebateu.

     — Bom, sinto muito por você. Porque eu acho você tudo demais. — eu disse, com os braços cruzados enquanto o encarava. — E não vou mais parar de encher o seu saco sobre isso.

     Justin parou de tocar o teclado e me olhou, soltando uma risada depois de uns segundos.

     — Você não cansa de ser chata? — brincou.

     — Eu sou a sua pessoa favorita. — pisquei para ele, debochando.

     — Não pisque para mim, Laura. — Justin falou, enquanto desviava o olhar para seu teclado novamente.

     — Por quê? — indaguei, curiosa.

     Justin me encarou por alguns segundos, e então respondeu:

Saviour • Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora