Saviour • Justin Bieber

8. You're just selfish

     Ao adentrar a biblioteca dei de cara com Justin na recepção. Percebi que ele me viu, mas logo desviou o olhar. Fui em direção a ele e seu olhar estava direcionado para a tela do computador.

     — Por que está fazendo isso? — fui direto ao ponto, sussurrando para não atrapalhar as pessoas que liam no local.

     Seu olhar ainda estava direcionado ao computador, e ele teclava rapidamente.

     — Isso o que? — perguntou, sem desviar o olhar. — Trabalhando?

     Eu o encarei incrédula.

     — Preciso me sustentar.

     — Sabe muito bem do que eu estou falando. — falei um pouco mais alto, e ouvi as pessoas dizendo "shhh!".

     — Não podemos conversar aqui. Há pessoas lendo. — ele tentava fugir de mim.

     — Então acho que vou ter que esperar até seu turno acabar. — sorri, de forma irônica.

     Então fui em direção aos livros, peguei um livro qualquer e me sentei em uma mesa para passar o tempo.

     Justin me olhava enquanto eu estava ali. Eu estava decidida a não sair de lá enquanto não tivéssemos uma conversa como dois adultos.

     Minha expressão estava fechada. Eu me sentia uma idiota por correr atrás de alguém que não fez nenhuma questão de pensar em mim.

     Mas eu ainda me importava, por isso estava ali.

     Duas horas se passaram. A biblioteca estava vazia, e eles se preparavam para fechar. Eu já havia devolvido o livro que eu fingia ler, mas que na realidade sequer tive capacidade de me concentrar.

     — Senhorita, nós vamos fechar agora. — um rapaz veio em minha direção e me atentou.

     — Ah, tudo bem. Só estou esperando meu amigo, Justin. — eu respondi.

     — Ah, claro. Entendi. — ele sorriu e saiu.

     Justin desligava o computador e pegava suas coisas. Quando terminou, ele saiu sem olhar para trás, ignorando o fato de eu estar ali esperando por ele. Então me levantei e apressei o passo em sua direção.

     — Justin!

     Ele continuava andando sem olhar para trás, com uma alça de sua mochila nas costas, apoiando sua mão como se a segurasse.

     Corri até a frente dele e o parei.

     — Por que você está agindo assim? — o questionei. — Por que está fazendo isso comigo? Pensei que nós eramos amigos! — meu tom de voz era levemente alterado.

     — Também pensei isso. — falou, me encarando.

     Eu o olhei em silêncio com expressão de dúvida. Não entendia sua fala.

     — Então? — balancei a cabeça.

     — Estava errado. — ele se desviou de mim e começou a andar em direção a sua moto.

     Eu fiquei estagnada. Logo saí do transe, e voltei a correr atrás dele.

     — Como assim? Por quê?

     Ele não me respondia. Apenas continuava andando, ignorando minha presença ao seu lado.

     Justin era mais alto que eu, então eu precisava apressar meus passos.

     — Pode ao menos me explicar o que aconteceu? — perguntei. — Você acha justo o que está fazendo comigo?

     — Acho. — ele respondeu, curto e grosso.