Addison olhava pro corredor longo e deprimido que dava até o quarto onde o seu irmão se encontrava. Não sabia como reagir dês que ele chegará, trancado e sem sociabilidade com ela, pensou em talvez tentar abordá-lo de uma forma amigável, já que não havia sido assim no começo.
- Archer, irei fazer um bolo de chocolate, quer me ajudar? - o silêncio era presente, não se ouvia nada, por nenhum dos dois - E que tal biscoitos? Eu sei que você adora biscoitos.
- Vá a merda, Addison, me deixe em paz!
Ela deu um passo para trás ao ser respondida da forma mais bruta e "sincera" querendo mandá-lo a merda também, mas mantendo o respeito que os seus pais a ensinaram. Tudo seria diferente agora, e para o garoto não estava sendo nada agradável.
Então ela seguiu para a cozinha novamente, pensando no jantar que agradasse os dois, já que Archer não comia de tudo.
"Típico de um menino mimado"
Pensou sem nenhuma esperança de mudança ou melhoria. Por fim pediu comida japonesa pelo o telefone pois era o que lhe convinha agora e sabia que o seu irmão comia.
"Há dois tipos de vidas, dois tipos de escolha, dois tipos de amor, e depois tipos de perdão. São semelhantes ao ouvido, mas diferente ao coração e ao sentimento. Desculpar não é igual a perdoar, ceder não é igual aceitar, e gostar não é igual a amar. Você vive em que vida agora?"
Publicado por: Saturns97_
Addison leu aquilo como uma pergunta retórica a si mesma. Ela sabia muito bem em que vida estava vivendo, e não gostava nem um pouco dela, queria sair dela, queria se livrar dela. Mas não se sentia capaz em fazer isso. A cada dia colocava um obstáculo em seu caminho como uma forma de desculpa para a desistência, aquilo não era certo, não estava certo.
|🫀|
Meredith ouviu a companhia vindo do corredor ao lado de fora, junto a um pequeno diálogo abafado que não lhe era de respeito. Então apenas apagou a luz da cozinha voltando ao seu quarto antes que o seu pai chegasse do trabalho e a encontrasse fora dele. Provavelmente a encheria de perguntas, ficaria feliz em ver o rosto da filha, ou era o que ela achava. Thatcher de longe ficava feliz em ver Meredith, por todas as semelhanças a mulher que matara.
Ainda em dúvida de como veria a chuva de estrelas cadentes, Meredith olhou pela janela a neve fina que caia lá fora formando uma segunda camada em tudo, como a vida pacata de todos ali, sempre com uma segunda camada, já que a primeira foi machucada por amores não correspondido, trabalhos não conquistados ou segredos sufocando cada ser humano que ali vivia, como Meredith igualmente a eles.
Segredos e mais segredos, achava aquilo tão pesado e tão esquisito que doía.
96ddie: Poderia haver mais de três tipos de vida?
Ela viu a tela do seu celular se acender junto a mensagem que chegará, e ficou parcialmente confortável em ver que o mesmo seguidor no qual trombou mensagens mais cedo.
Saturns97: Sim, claro que sim, mas porque exatamente mais de três?
96ddie: Mas porque exatamente duas?
Meredith parou por um segundo pensando em uma resposta plausível é que fizesse sentido na sua cabeça, não poderia criar algo, então analisou antes de qualquer coisa.
Saturns97: Desde pequenos sempre foram oferecidos a nós duas opções, nunca três ou quatro, mas exatamente duas, exemplo; quer usar a roupa amarela ou a verde? Você quer o morango ou a maçã? E por aí adiante. Automaticamente, nos vemos em um loop de apenas duas opções, mas com a inovação da nossa inteligência podemos sim abrir espaço para mais opções. Entende?

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𝙻𝚎𝚝𝚛𝚊𝚜 - 𝐌𝐞𝐝𝐝𝐢𝐬𝐨𝐧
أدب الهواة[CONCLUÍDA] Uma vida normal, sem regras, sem arrependimentos. Era assim que Addison vivia. Do outro lado da parede, uma menina insegura, com traumas, com medo, e sem comunicação com o mundo. Isso muda quando Meredith descobre um lápis e papéis de c...