Aquela semana foi a mais difícil para Meredith, trancada em seu quarto, sem poder se comunicar com Addison, sem ver aquele sorriso pequeno que fazia nascer aquelas pequenas covinhas, ou escutar aquela risada que fazia a aparição da sua gengiva, sorriso no qual era o favorito de Meredith. Sem sentir aqueles beijos suaves e as vezes os violentos que não deixavam de ser doces.
A frente fria que vinha para a sua cidade a deixava mais depressiva ainda, não tendo um conforto ao seu lado, não tendo nada e nem ninguém ao seu lado.
Até que em uma noite de um sexta-feira qualquer, a garota loira viu algo em sua escrivaninha brilhar refletindo uma luz fraca mas que não deixava de ser presente, Meredith se levantou caminhando até aquilo, levantando no ar o colar que agora tinha certeza que era de Addison, tão delicado quanto a menina na qual ela estava incialmente apaixonada.
Meredith se sentou na cama segurando aquilo com um cuidado absurdo, podendo lembrar de cada momento especial daqueles últimos meses, os melhores meses da sua vida depois de tudo o que aconteceu, os meses em que ela se sentiu bem, vivamente disposta a várias coisas, disposta a conhecer novas pessoas, arriscar uma socialização nova, seu coração também arriscou, acho que tudo que se dizia respeito a Meredith e ao que sentia decidiram arriscar pelo menos uma única vez.
Como um clique, a loira lembrou de como ou provavelmente como Addison entrara no seu apartamento a muito - nem tanto - tempo atrás, aquele era o único modo.
"A varanda..."
Meredith sentiu uma onda de animação em seu coração quando teve aquele pensamento/ideia, querendo, pedindo aos céus para que desse mais que certo, ela finalmente se encontraria com Addison depois de uma semana e meia. Ela saiu do seu quarto, sabendo que estria sozinha no apartamento aquele dia, abriu a porta da varanda sendo abraçada pelo o vento extremamente frio e pesado que a fez tremer.
Ela olhou para a varanda da sua vizinha que lhe parecia meio estranha, as orquídeas que Addison tanto amava e cuidava não estavam ali, mas ela não deu importância pensou que talvez a ruiva tivesse as tirado dali por conta do frio. Ela se equilibrou na grade de proteção, não olhando para baixo pois se olhasse com certeza desistiria de fazer aquilo. Pegando um impulso que considerou ser necessário, Meredith se jogou para frente, escorregando na varanda de sua vizinha mas "pousando" ali com segurança. A porta estranhamente estava aberta, então ela entrou, olhou em volta vendo tudo meramente diferente. Os quadros de desenhos não estavam mais ali, seus retratos que deixava na sala também não se encontravam ali, a caminha e os potes de ração e água de Leo não estavam mais lá, tudo parecia cru, como se Addison nunca tivesse morado lá.
- Não... - a loira andou até o quarto de Addison, quarto que conhecia bem por conta de Archer que sempre a puxava para lá pra poderem jogar videogames, sabia de cada objeto que tinha ali.
Mas tudo... estava vazio... não havia nada ali... Addison não estava ali...
- Não... - os olhos da menina se encheram de lágrimas nas quais ela não sabia definir se era de tristeza, medo, dúvida ou raiva - V-você prometeu, Addie... v-você me p-prometeu...
Meredith sussurrou olhando o pequeno colar, agora a única lembrança que teria de Addison. Pois tudo indicava que ela havia se mudado e deixado a loira para trás.
Não raciocinado, ou com um excesso de raiva eminente em seu corpo, ela voltou para o seu apartamento, pisando fundo com os punhos fechados e com ira e dor no olhar, entrou no quarto do seu pai puxando do seu guarda-roupa uma mochila velha e empoeirada na qual ela usaria.
Até que percebeu que aquela mochila estava levemente pesada, então andou até a cama do seu pai tirando o que havia dentro do objeto, tendo o coração falho em ver o seu notebook e o seu celular. Pegou tudo aquilo voltando ao seu quarto, e enquanto esperava seu aparelho telefônico ligar enfiava suas roupas dentro daquela mochila, ela sairia daquele apartamento nem que se tivesse que pular do décimo quinto andar.
Mas então ela parou ao ver a quantidade de mensagens deixadas por 96ddie, que haviam paradas de serem mandadas a dois dias atrás. Nelas incluíam o as frases "eu sinto a sua falta" ou "estou preocupada com você."
Mas por algum motivo o corpo de Meredith não reagiu, como se tivesse em um transe estranho e obscuro, na qual fez a menina apenas digitar um simples:
Saturns97: Estou bem não se preocupe. Siga a sua vida.
Ela olhou uma última vez para aquele quarto o qual foi a sua "casa" por anos e anos, mas tudo agora começaria a ser diferente, não estava se importando se seria um diferente bom ou um diferente ruim, seria diferente.
|🫀|
- Ok, grandes e profissionais hackers podem fazer isso, mas não são tão inteligentes ao ponto de apagar o endereço de IP, entende?
- Não, Archer! Eu não entendo essas coisas.
- Só... presta atenção. Qual é a pessoa que sabe o banco específico que você usa?
- A Callie, a Arizona, o papai, a mamãe a... Charlotte...
- Certo, dessas pessoas quem você tem conflitos?
- Hey, está querendo culpa a Charlotte por isso? Céus, Archer, isso é errado ok? Ela não seria capaz!
- Todos nós somos capazes de tudo, Addison. O seu relacionamento é conturbado, era conturbado, vocês não conversavam apenas brigavam, ela tem cara de quem se vinga.
- Ok, mocinho isso está indo longe demais!
- Só me escuta! O endereço de IP pode ser rastreado, mas eu preciso de um guia para isso, um boleto seu ou uma conta sua.
- Escuta, Archer, você só tem onze anos, isso são coisas para a polícia resolver, e eles já estavam resolvendo isso.
- Addie...
- Boa noite, Archer.
Addison se levando subindo as escadas para ir até o seu quarto. Depois de tantos anos ela estava de volta a mansão dos seus pais que a acolheram depois de entender toda a situação. Ela se jogou na enorme cama vendo uma nova notificação em seu celular, seu coração parou no mesmo minuto em ver de quem se tratava.
Saturns97: Estou bem não se preocupe. Siga a sua vida.
Ela não entendeu aquilo, como assim "siga a sua vida?" O que havia acontecido para que Meredith passasse uma semana fora de vista, bem no momento que ela precisava, bem no dia que o seu dinheiro havia sido roubado... Addison pensou que.....
- Não, não, ela nunca faria isso - ela murmurou, mas não colocou certa certeza naquela resposta, Meredith não teria a capacidade de roubar Addison, ela tinha pavor de qualquer coisa, fobia social e até mesmo em falar, a menina mal conseguia falar - Para com isso, Addison, ela não fez isso...
"Mas e se fez?"
Era tão estranho e compatível Meredith ter sumido bem no dia do roubo, não ter dado um sinal de vida e coisas afins, será que ela havia...?
96ddie: O que aconteceu com você? Porque sumiu? Porque... me deixou, Mer?
Addison não queria acreditar, não podia acreditar, não deveria acreditar. Confiava em Meredith, confiava em tudo que se tratava dela, ela não faria tal ato, sua Mer não... a roubaria.

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𝙻𝚎𝚝𝚛𝚊𝚜 - 𝐌𝐞𝐝𝐝𝐢𝐬𝐨𝐧
Hayran Kurgu[CONCLUÍDA] Uma vida normal, sem regras, sem arrependimentos. Era assim que Addison vivia. Do outro lado da parede, uma menina insegura, com traumas, com medo, e sem comunicação com o mundo. Isso muda quando Meredith descobre um lápis e papéis de c...