Parte III

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Eram 10h00min da manhã em Balneário Camboriú, depois de um belo café, Eliza se despede de sua mãe e pega o elevador do seu prédio em direção a sua garagem, abre a dispensa e tira de lá sua bicicleta.

— Nossa, realmente faz muito tempo que não uso ela, a poeira tomou conta. — Fala ela espantada.

Por sorte, Eliza tinha ali um pano e conseguiu dar uma boa limpada. Minutos depois, Eliza já estava pedalando em direção à orla, o vento batendo em seu rosto e aquele gostoso cheirinho de mar pairava no ar.

— Realmente fiz muito bem ter saído de casa, o dia hoje está lindo! — Pensou ela em voz alta.

A orla estava movimentada, vinham gente de todo canto pedalando, patinando, caminhando, conversando, o dia realmente estava muito agradável. Eliza olhava de um lado para o outro, aquela bela paisagem lembrando, de tudo que já vivera ali.

Em sua direção estava vindo um garoto alto de cabelos castanhos claros, olhos azuis, moreno, Eliza não pôde deixar de olhar, seus olhos se cruzaram. Com tamanha distração ela acabou se desequilibrando e sem ao menos esperar estava estirada no chão.

— Pelos deuses, não pode ser, eu não posso ter caído, vou abrir os olhos e nada disso aconteceu. — Disse ela em voz alta.

O garoto vendo a cena acelerou o passo em foi em direção a ela.

— Moça, você está bem? Machucou-se?

Eliza sem pensar duas vezes continuou de olhos fechados, seria muito vergonhoso abrir os olhos naquela situação.

— Moça, você desmaiou? — Perguntou o garoto.

— Pelos deuses uma hora terei de abrir os olhos, e vai ser tudo mentira, eu não caí, eu estou bem pedalando lindamente minha bicicleta. — Pensou ela.

— Moça, por favor, fale alguma coisa, já estou ficando preocupado. Chamarei ajuda.

— Calma moço, estou bem, estou só criando coragem para levantar. — Fala ela abrindo os olhos.

Nesse momento, Eliza fica totalmente sem ação olhando o rosto preocupado do garoto.

— Ei, tem algo de errado no meu rosto? Está sujo? — Fala ele colocando a mão sobre seu rosto.

Levou alguns segundos para que ela conseguisse falar alguma coisa.

— Não claro que não, só beleza mesmo. — Fala ela um pouco alto demais.

Nesse momento, o garoto estranho dá uma leve gargalhada. E Eliza percebe que falou alto demais.

— Que vergonha, porque falei isso? — Se questiona ela.

— Talvez porque tenha isso mesmo. Pode, por favor, me conceder sua mão, para eu poder te ajudar a levantar.

Eliza fica um pouco sem graça, mas não tem condições de levantar sozinha, afinal, seu tombo foi um pouco grande e suas costas estavam começando a doer.

— Há, claro, sem problemas. — Diz ela olhando nos olhos do estranho.

— Acho que sua bicicleta deu uma pequena entortada, prazer meu nome é Fernando.

— Poxa que azar, fazia tempo que não pedalava prazer, meu nome é Eliza.

— Eliza, até que este nome combina com você.

— Olha que esplêndido, sorte a minha tenho esse nome há 17 anos Fernando. — Diz ela com um leve sorriso no rosto.

— "Rara" Você é sempre assim engraçada ou é só hoje?

— Talvez só hoje, hum... Pensando bem, suponho que diariamente, pelo menos é o que diz minha mãe.

O movimento havia diminuído um pouco, se aproximava da hora do almoço, as pessoas se direcionavam para suas casas e os restaurantes e bares estavam começando a encher e eles continuavam ali parados no mesmo lugar, tentando uma conversa.

— Foi uma ótima maneira de nos conhecermos você não acha Fernando?

— Esplendida, como disse você. — Falou Fernando em tom zombeteiro.

— Preciso ir, meus pais devem estar preocupados comigo. — Diz Eliza.

Eliza se despede de Fernando com um aceno e segue seu caminho em direção a seu prédio, um pouco pensativa, e com dor nas costas. Sem esperar, Fernando segue ao seu lado e a acompanha até em frente ao seu prédio. Os dois seguem o caminho lado a lado sem dizer uma palavra.

— Pronto, é aqui que moro, Fernando, pode ficar tranquilo que aqui eu não vou cair. — Diz ela.

Fernando sorri, acena para Eliza e segue seu caminho. Na volta para o hotel, Fernando pensa em Eliza, o quanto ela pareceu ser engraçada ao mesmo tempo, envergonhada e esplendidamente linda.

Eliza toca a campainha de seu apartamento e seu pai vem atender a porta.

— Minha filha o que houve passou um caminhão por cima de você? — Questiona seu pai.

— Estou tão horrível assim? — Pergunta ela.

Nesse momento, Eliza vai direto ao banheiro de visitas e se depara com seu cabelo todo bagunçado, seu short um pouco sujo e suas dores aumentando. Assusta-se afinal não é uma ótima maneira de se conhecer um garoto, mas era o que fora para hoje.

— Respondendo sua pergunta pai, não, nem um caminhão passou por cima de mim, eu que me distrai e me desequilibrei da bicicleta, por sinal ela está toda torta na garagem.

Eliza sobe as escadas em direção ao banheiro, precisava tomar um banho, almoçar naquele estado não seria muito agradável. Durante o banho não teve como não pensar naquela manhã um pouco estranha, principalmente no garoto que conheceu, ele era lindo, tinha os olhos azuis mais lindos que ela já tinha visto.

— Minha filha vai demorar muito aí nesse banho? — Interrompe sua mãe.

— Não, mãe já estou saindo.

Eliza sai do banho, veste uma roupa confortável e vai almoçar, na mesa continuava pensativa mal tocava em seu prato.

— Aconteceu alguma coisa Eliza além do seu tombo? Nem tocou na comida, ela está ruim?

An? Mãe claro que não, está uma delícia, só estou sentindo um pouco de dor.

Sua mãe vai até à cozinha, pega a caixa de remédio e entrega um analgésico a Eliza.

— Tome minha filha, e depois pode subir para descansar, deve ter sido um tombo e tanto.

No resto do dia, Eliza não parou de pensar naquele garoto, queria encontrá-lo novamente, levantou e foi até a janela na esperança de que ele estaria ali na praia, para sua decepção ele não estava.

— Suponho que deve estar ocupado demais para estar na praia há uma hora dessas. — Falou para si.

No hotel, Fernando deitado em seu quarto não conseguia parar de pensar em Eliza, gostaria muito de encontrá-la novamente, levantou foi até a janela na esperança de ela estar ali na praia. Infelizmente ela não estava.

— Como ela pode estar aqui na frente, mal sabe quem sou, onde moro, no caso estou hospedado. — Falou para si.

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