Parte V

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No dia seguinte, Eliza acorda cedo, 08h00 min, desce para tomar seu café, sua mãe a espera na mesa.

— Pensando bem, penso que vou voltar a dormir. — Diz ela voltando.

— Nada disso, menina, volta aqui. — Diz Sandra.

— Tudo bem, mãe, quer saber o que mesmo?

— Que história é essa de garoto conhecido que eu não conheço? — Questiona sua mãe.

— Bem mãe eu mal o conheço também, ele me ajudou quando eu caí, me trouxe até em frente ao prédio no dia, o nome dele é Fernando.

— Mora aqui? Fernando de que mesmo? Idade? — Pergunta Sandra.

— Que tanta pergunta dona Sandra, porém só sei o primeiro nome e que ele tem 23 anos.

— Minha filha, como pode falar com um estranho na rua, já conversamos com você sobre isso. — Diz sua mãe irritada.

— Calma mãe, ele parece ser gente boa.

— Gente boa, essa é boa, mal conhece o moço e já diz que ele é gente boa, e para piorar ele é mais velho que você.

— Mãe, ele tem vinte e três anos e eu completo dezoito no próximo ano. — Diz Eliza.

— Você tem dezessete anos nesse momento, e mesmo assim ele irá ser mais velho que você! — Exclama Sandra.

— Quanto drama, mãe. Mas tudo bem, ele é mais velho que eu sim. — Fala Eliza.

Eliza levanta da mesa, ajuda sua mãe a recolher a louça e vai para seu quarto se arrumar. Coloca um biquíni de listras coloridas e por cima uma saída de banho branca, pega sua bolsa de mão e seu celular.

— Mãe estou saindo, meio-dia, voltarei para o almoço. — Diz Eliza já entrando no elevador.

— Volte aqui, Eliza, aonde vai? — Questiona sua mãe.

— Ué mãe! Aproveitar as férias, vou à praia com alguns colegas da escola. — Mentiu Eliza.

— Espero que não esteja mentindo para mim minha filha, confio em você, nada de falar com estranhos. — Diz sua mãe.

— Pode deixar mãe, sem falar com estranhos, pensando bem, só tem estranhos na minha turma. — Diz Eliza rindo.

— Sempre com piadinhas. — Diz sua mãe dando um beijo no rosto de Eliza.

Eliza segue caminho em direção a areia e liga para Fernando, preferiu assim, para sua mãe não ver.

O celular de Fernando toca...

— Oi! Garota

— Oi! Garoto, estou aqui na areia um pouco afastado do meu prédio. Acabei de sair de casa.

— Está me convidando para ir até aí? — Questiona ele do outro lado da linha.

Eliza por um momento fica pensativa, talvez estivesse apressada demais, a vergonha veio.

— Garota? Ainda está aí?

— Oi! Desculpa, estou, sim, se puder e quiser vir estarei aqui. — Diz ela.

— Talvez eu já esteja e você nem percebeu. — Diz ele desligando o celular e surgindo ao lado dela.

Eliza leva um susto, seu rosto fica vermelho de vergonha. 

Pensa ele deve ter visto o momento exato que pensei estar apressada demais e ter ficado com vergonha de ter ligado para ele.

— Oi! Desculpa ter te ligado, você deveria estar ocupado com sua namorada. — Diz ela com as bochechas coradas ainda.

— Namorada? Tenho namorada e nem sabia. — Calma, vou ir buscar ela. — Fala ele rindo.

— Você não tem? — Pergunta ela.

— Sou solteiro, não se preocupa. — Diz ele.

— Que bom. — Diz ela em voz baixa.

— É bom mesmo. — Diz ele rindo.

— Acredito que falei alto demais, desculpa.

— Relaxa, garota, talvez você pense alto demais.

— É talvez. — Diz com vergonha.

Ambos saem caminhando, na areia da praia, observando as pessoas, molhando os pés. Eliza conta um pouco sobre as histórias que já viveu ali. Quando olha no celular, já era quase meio-dia. Se assusta o tempo passa tão rápido quando estão juntos.

— Preciso ir, Fernando, meus pais me esperam para almoçar.

— Sem problemas, nos vemos mais tarde? — Pergunta ele.

— Talvez, não sei ao certo, te mando mensagem, caso eu saia de novo.

Eliza já se virando apressada para voltar para casa, Fernando sem pensar pega em uma das mãos de Eliza, ela vira-se.

— Ei! Calma não vai cair de novo garota. — Diz ele.

— Nossa, ia ser muita vergonha para um dia só. — Diz ela.

Eliza acena para Fernando de longe, Fernando retribui o aceno.

A manhã foi divertida apesar de Eliza ter ficado com vergonha alguns momentos. Seus pais a esperavam já na mesa para o almoço. Quando isso ocorria, era que eles queriam falar com ela serio. Seu pai nunca estava na hora exata do meio-dia em casa, elas sempre tinham que esperar ele chegar.

— Parece que querem conversar comigo. — Diz Eliza.

— Sim, queremos sim. — Diz Eduardo.

Eduardo questiona o que ela fez na praia aquela manhã, se viu seus amigos, se falou com estranhos.

Eliza sem pensar muito relata que falou sim com o estranho que a ajudou quando caiu de bicicleta, seus pais não gostaram nada do que ouviram.

— Minha filha, você não conhece esse rapaz, não sabe nem de onde é. — Fala Eduardo.

— Pai, ele é de Florianópolis, se chama Fernando, tem vinte e três anos, mora com os pais e faz faculdade de engenharia mecânica. — Responde Eliza.

— A claro e isso já basta, para você acreditar que ele é uma boa pessoa? — Questiona Eduardo.

— Pai não o julguei por esse lado, apesar que ele parece ser sim um ótimo rapaz.

— Ele parece ser... é uma boa resposta. — Ironiza seu pai.

— Pai, por favor confie em mim.

— Confio em você, aliás confiamos, não confiamos é nos estranhos. — Diz seu pai.

— Quem sabe um dia, trago ele aqui para vocês conhecerem e tirarem a má impressão que criaram, mesmo não os conhecendo. — Diz Eliza.

O Almoço seguiu em paz, ambos não tocaram mais no assunto, Eduardo logo que terminou a refeição seguiu para o segundo turno do trabalho, Eliza e sua mãe arrumaram a cozinha e a casa. Eliza subiu para seu quarto, tomou um banho e convidou sua mãe para dar uma volta no comércio. Sua mãe prontamente aceitou. A duas se divertiram muito no passeio, fizeram algumas compras e voltaram para casa no final do dia.

Eduardo já estava em casa esperando suas meninas chegarem.

— Isso são horas de chegarem? — Questiona ele ironicamente.

— Nos divertimos muito. — Disse sua esposa.

Às duas sobem, tomam um banho, se vestem, Eduardo convidou elas para irem jantar fora, no restaurante que eles adoravam.

No caminho para o restaurante, o celular de Eliza vibra.

— Eliza você vai poder sair hoje? — Questiona Fernando.

Eliza disfarçadamente, responde Fernando.

— Fernando estou saindo para jantar com meus pais, hoje infelizmente não vou poder te encontrar.

— Sem problemas, aproveita, bom jantar. — Diz ele.

Os dois se despedem com um boa noite e combinam de se encontrar no outro dia pela manhã. 

Encontro (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora