Capítulo 8

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3 noites depois,

Despedi-me da Suyane, foram bons estes 4 dias que passei na companhia dela, um dia quero puder retribuir. Tenho falado menos com o Elio, pois tenho parado menos, estou sempre a mostrar às pessoas a foto do Nico, mas ainda não encontrei ninguém que o tivesse visto. Como já o procurei muito por aqui, vou tentar por outros lados.

Já de madrugada,

Mais um dia todo passado à procura do Nico, não vou perder a esperança. Eu sei que o vou encontrar, a nossa história não pode acabar assim. Não sei se algum dia vou perdoar a minha mãe pelo que ela fez, a cada dia que passa a minha raiva por ela só aumenta.

O sol já está a nascer, o começo de um dia, uma nova oportunidade, mais um dia para encarar com fé que vou encontrar o Nico. Vou usar as minhas últimas moedas para comer algo e começar a procurar.

Ao fim da tarde,

Luca: Olá, desculpe o incomodo, estou à procura de uma pessoa.

Mostro a foto no telemóvel à senhora.

Luca: Conhece?
Senhora: É o Nico!
Luca: Como o conhece?

Não acredito que ela o conhece, estou tão feliz.

Senhora: É filho de uma amiga minha.
Luca: Pode-me levar a casa dele, por favor?
Senhora: Bom, eu estava agora a ir dar a minha caminhada matinal, não me importo de mudar o caminho.
Luca: Muito obrigado!

Começaram a cair lágrimas dos meus olhos, tentei me segurar para não gritar de tanta felicidade. A minha cabeça foi invadida por milhares de pensamentos. Tenho que manter a calma.

Senhora: Porque andas à procura do Nico?
Luca: Longa história haha...mas enfim, preciso mesmo de falar com ele.
Senhora: Está bem. Eu levo-te até lá e continuo a minha caminhada, sabes o caminho de volta?
Luca: Sim, eu vou atento.
Senhora: É já aqui perto.

Não lhe quero contar a nossa história, sabe-se lá se ela sabe sobre mim, ainda me proibe de o ver.

Um tempo depois chegámos à casa do Nico, era uma grande mansão, ele teve sorte. A senhora despediu-se de mim e eu avancei em direção à porta. Toquei à campainha que fica do lado da porta e esperei. Pouco tempo depois um senhor, talvez o pai do Nico, abre a porta. Ele ia falar qualquer coisa, mas parou e ficou sem reação. Fecha a porta e lá de dentro grita "Não te aproximes do meu filho. Sai daqui seu paneleiro de merda. A tua mãe devia ter-te dado mais educação. És uma vergonha! Não te quero perto da minha casa. Sai ou chamo a polícia.".

Fiquei em choque com tudo o que tinha acabado de ouvir e comecei a chorar desesperadamente. Os meus traumas do bullying que sofri na escola por ser gay começaram a passar todos na minha cabeça. Até que voltei outra vez à realidade, esqueci tudo o que ouvi e comecei a chamar pelo Nico, gritei o mais alto que pude, bati com força na porta com as mãos e os pés.

Nico: Luca? LUCA!

Afasto-me imediatamente da porta ao ouvir o Nico chamar por mim, olho para cima e lá estava ele na janela, provavelmente do seu quarto. Nesse momento a emoção foi tanta que perdi os sentidos e as forças, senti o meu corpo a cair...

Abro os olhos, estava deitado no chão e com uma forte dor de cabeça. Quando consegui ver bem apercebi-me de que tinha desmaiado, levanto-me com calma e olho para a janela. O Nico já não estava lá, mas consegui ouvi berros a vir de lá, ele estava a discutir com o pai.

Luca: Nico! Nico por favor vem ter comigo. O teu pai não me deixa entrar.

Gritei de forma a que ele me pudesse ouvir.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora