𝘗𝘢𝘳𝘵𝘦 𝘤𝘪𝘯𝘤𝘰.

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O almoço era peixe frito, arroz, bolinhos de peixe, salada, fatias de manga e suco de laranja.
Eu e Ciel nos sentamos com os meninos, como sempre. Ciel conversava animadamente comigo, me abraçando pelos ombros e me dando comida na boca. Toda vez que eu olhava pro Near, ele estava encarando Ciel mortalmente. Quase nem trocou na comida.

Quando Ciel cismou que ia me dar um bolinho de peixe na boca, Near se levantou, sentou ao meu lado e disse, em alto e bom som:
-Lizzie-san, agora que estamos namorando, eu posso tocar nos seus seios?

Fez-se um silêncio tão grande que deu pra ouvir.
Mello ficou cada vez mais vermelho, olhando pro albino com um olhar assassino, Matt engoliu em seco, visivelmente constrangido, e Ciel tinha uma cara totalmente chocada e pálida, como se tivesse visto um fantasma. Senti vontade de evaporar.
Near, por outro lado, piscava os olhos inocentemente, como se tivesse perguntado sobre o clima.

- Eu vou te matar. - Sussurrou Mello, com fogo nos olhos.
A partir daí, a mesa virou um caos. Mello tentava partir pra cima de Near a todo custo, Matt tentava segurá-lo, Ciel não fazia nada, só mantinha a expressão neutra enquanto observava tudo.
Near se agarrava em mim como uma criancinha, e apesar de eu estar brava com ele pelo que dissera, eu não queria que Mello o machucasse, então tentava protegê-lo.

Logo, outras crianças tentavam segurar Mello, e uma foi correndo chamar Watari. Foi aí que percebi que estávamos muito ferrados. Mello e Near, principalmente.

Assim que Watari apareceu, a confusão parou. Ele olhava seriamente pra nossa mesa.
- Vocês dois, pra minha sala agora. - Disse ele.

Mello se desvencilhou das crianças, bufando, e Near foi com ele, enrolando os cabelos. Os dois mantinham uma distância de pelo menos uns dois metros.

- Que droga... Bem que eu avisei. - Comentou Matt.
Com um suspiro, me aproximei dele. Ciel havia saído do refeitório, dizendo que estava cheio.
- Como está seu pé, Matt? - Quis saber, olhando para o curativo. Watari havia trocado o curativo que Near fizera, assim que chegamos da praia.

- Ah, tá melhor. Não tá sangrando mais, só tá saindo uma gosma amarela as vezes...
- Entendi, não precisa falar mais. - Balanço a cabeça. Que nojo!
Matt riu.

...

Eu batia o pé nervosamente. Near e Mello sofreriam algum tipo de punição? L ficaria sabendo, com certeza.
Finalmente, os dois garotos saíram da sala de Watari. Mello lançou um olhar irritado pro albino, e saiu, pisando duro, nem me notando ali.

Near encontrou meu olhar.
- Lizzie-san... Não foi sensato da minha parte ter falado aquilo. - Disse ele, abaixando a cabeça. - Desculpa...

- Realmente, não foi sensato. - Me aproximei dele, - Mas tá tudo bem agora. Você... Você tava com ciúmes do Ciel?

O garoto desviou o olhar. - Ele estava perto demais de você.
Me segurei pra não rir. - Bom, agora provavelmente o Orfanato inteiro sabe que estamos namorando.

- ...Jura? Desculpe... - Near parecia realmente preocupado.
- Tá tudo bem. - Afago os cabelos dele, e começamos a andar. - O que Watari disse pra vocês?
- ...Prefiro não dar muitos detalhes. Mas ele brigou com Mello por suas atitudes impulsivas e violentas.
- Por isso Mello estava tão irritado.
- Meio que sim...

- Acho que vou conversar com ele. - Comento, e seguro a mão de Near. - Antes que ele assassine você.
- Obrigado, é um favor que você me faz. Nada do que eu disse o acalmou.

Paramos no meu quarto.
- Vamos brincar? - Perguntou o albino, me olhando.

Espalhamos os blocos pelo chão, começando a montar. Conversamos bastante, evitando falar sobre Ciel. Eu amava esses momentos que tinha com Near, onde éramos só eu, ele, e brinquedos.

...

Abri meus olhos lentamente, sentindo um raio de sol bater em meu rosto. Sinto um peso em cima de mim, e olho pra baixo.

Eu e Near havíamos caído no sono, na minha cama. O garoto estava deitado em cima de mim, com a cabeça entre os meus seios. Mordi o lábio. Queria me levantar, mas ao mesmo tempo não queria acordá-lo. Ele parecia um anjinho dormindo...

Near mexeu a cabeça.
- Err... Near... Você tá em cima de mim. - Falo baixinho.
- A-ah... Desculpa - Ele rolou pro lado.
- Quero ir na praia de novo. - Comento, bocejando. - Que horas são?

O albino se levantou cambaleando. Seus cabelos estavam mais bagunçados e amassados que o normal. Percebi que queria vê-lo assim mais vezes.
- São cinco e dezesseis. - Disse ele, depois de ver o relógio. Me sentei na cama, e ele sentou ao meu lado. Parecia inquieto, como se quisesse dizer alguma coisa.

- O que foi? - Pergunto, coçando a cabeça.
- Nada, é só que... Você é confortável. - Disse Near. Entendi que ele estava se referindo aos meus seios.
Abaixei o braço. - Caramba, eu sempre imaginei que você era inocente.

- Como assim? - Perguntou ele, me olhando inocentemente.
- Deixa pra lá. Talvez eu te explique outro dia.

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- 811 palavras 💗

𝐍 & 𝐄  - 𝘕𝘦𝘢𝘳 𝘟 𝘙𝘦𝘢𝘥𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora