Livro III da série "Meu primeiro amor".
Não é necessário ler os dois anteriores para entender este.
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Sete anos se passaram e o nosso casal, Anelyn e Nicolas, enfrentam uma luta ferrenha para conseguir gerar um filho. Um filho que carregue o sangue...
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Anna
Vou para a escola no dia seguinte pensando em como contar tudo a Dave. Até então, nunca falei a ele se quer uma palavra sobre meu namoro com Jordan e, na verdade, nem eu mesma sei o porque de ter escondido isso.
— Tentei falar com você ontem por um tempão. — Dave diz, assim que me avista no portão do colégio. Seu semblante preocupado chega a ser fofo. — O que aconteceu? — ele pergunta e eu suspiro.
— É uma longa história. — digo.
— Depois da aula a gente pode ir tomar um sorvete e você me conta. — ele sugere.
— Não dá. Meus pais não vão me deixar sair por um bom tempo e... — faço uma pausa antes de dizer o próximo motivo.
— E? — ele incentiva.
— É que... meus pais não querem que eu saia com v-você. — consigo dizer, por fim, e vejo sua testa franzir no mesmo instante.
— Eu sabia que eles não gostavam muito de mim, mas não imaginei que fosse tanto assim. — ele diz. — O que você quer me contar tem a ver com isso? — pergunta.
— Mais ou menos. — digo e ficamos em silêncio por alguns instantes.
— Vem comigo. — ele diz, de repente, segurando meu braço e me puxando pela rua do colégio.
Andamos por algum tempo, a maior parte dele calados, até chegarmos ao parque central e procurarmos o local mais afastado possível. Acabamos nos sentando em dois balanços de borracha presos a uma imensa árvore.
— Eu nunca matei aula antes. — digo, logo depois de nos sentarmos.
— Mais um motivo pra os seus pais me odiarem agora. — Dave diz, sorrindo. Por um momento eu também sorrio. Por um breve momento. — Me conta o que está havendo. — Dave pede, assumindo um semblante sério também.
— Você lembra quando eu disse que meus pais não eram muito a favor da minha paixão pela música? — pergunto, começando por essa parte. Dave afirma com um gesto de cabeça, então continuo. — Então, ontem eles nos viram cantar lá no boliche. Por isso que fui embora daquele jeito.
— Mas o que tem de mal nisso? — ele pergunta.
— Tem que eles não gostam. Acho que eles tem medo de que isso se torne algo além de um hobby. — explico. — Bom, eles ficaram bravos também porque eu menti pra eles, dizendo que ia pra casa de uma amiga e, tudo piorou ainda mais quando eles viram que eu estava com...
— Comigo. — ele completa e eu afirmo.
— Como castigo, eles me deixaram sem celular e como "cura", para o que eles acham que é um problema, vão me mandar passar o final de semana no Novo México com meu namorado. — digo de uma vez, vendo ele erguer a cabeça rapidamente e me encarar, surpreso, nessa última parte.
