Dave
É muita loucura. Saltar da cama quase no meio da noite, enfiar duas mudas de roupa em uma mochila e correr para viajar para Albuquerque porque Anna precisa de mim. E sabe o que é mais louco? Chegar na sala e ver Anelyn e Nicolas me apoiarem cem por cento, a ponto de Nicolas correr para tirar sua moto — há muito tempo guardada, mas com um valor sentimental imenso. —, da garagem para conseguir me levar ao aeroporto o mais rápido possível.
A agonia que aperta o meu peito e que mantém o meu coração acelerado e minhas mãos suando frio durante todo o voo é indescritível. Uma espécie de ansiedade e medo que quase chegam a me sufocar. Nunca o tempo demorou tanto a passar como naquele trajeto inteiro que tive que percorrer para chegar ao antigo colégio de Anna, onde ela me disse estar.
Passo todo o voo me martirizando por não ter perguntado mais uma vez o motivo de todo aquele choro. O que teria acontecido pra deixá-la daquela forma? Será que foi a conversa com o tal namorado? E o que estavam fazendo nessa festa diante de um assunto tão sério que fez Anna vir de Phoenix para conversar com ele? Havia tantas perguntas para fazer a ela, mas luto para afastá-las por enquanto, porque no momento tudo o que me importa é encontrar com ela logo.
Entro no prédio da escola e sem dificuldade, seguindo o barulho de música alta, chego ao salão principal onde a festa está acontecendo, logo percebo que Anna não está ali e me lembro que quando nos falamos não ouvi aquela música alta nem aquela barulheira toda. Ela com certeza se afastou. Saio pelo lado oposto ao que entrei no salão e me deparo com um corredor extenso, com muitas portas de salas, todas vazias, então continuo procurando.
Me apresso e assim que atravesso uma porta vaivém, me deparo com um rapaz paralisado à beira da piscina e água espalhada por toda parte, à seus pés. Levo alguns segundos para perceber o que está acontecendo ali, me aproximando lentamente da piscina até enxergar o corpo de Anna imóvel afundando dentro d'água. Somente tenho tempo de jogar meu celular para longe e saltar dentro da água, nadando o mais rápido possível até ela e puxando seu corpo para fora.
Quando consigo sair e posicionar o corpo de Anna sobre a beira, percebo que o rapaz já não está mais aqui. Não há mais ninguém além de Anna e eu. Começo fazer os movimentos de primeiros socorros, tanto em seu peito, quando a respiração boca a boca, mas não vejo resultados e aquilo começa a me desesperar.
— Anna, reage! — grito e eu mesmo me surpreendo com a forma chorosa que minha voz sai. — Anna, por favor! — mas minhas forças somem de repente e meu desespero toma conta de mim. Me vejo abraçando o corpo frio da minha melhor amiga quando alguém me arrasta para longe dela. Luto para não deixar que me afastem dela, mas não consigo se quer ouvir ou ver nada direito, de repente o mundo parece ter se tornado um borrão, apenas percebo Anna ficando distante enquanto sou arrastado porta a fora sabe-se lá por quem.
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Quando te conheci (CONCLUÍDO)
RomanceLivro III da série "Meu primeiro amor". Não é necessário ler os dois anteriores para entender este. ¥ Sete anos se passaram e o nosso casal, Anelyn e Nicolas, enfrentam uma luta ferrenha para conseguir gerar um filho. Um filho que carregue o sangue...