The Summer i Turned Pretty, fanfic.
Quando Bettie puxou de cima do armário do quarto de seus pais uma caixa turquesa com enfeites que remetiam muito verão e muita purpurina, vendo ali a letra de sua mãe e 'o verão que sempre vai marcar minha vid...
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Eu queria poder culpar Jeremiah Fisher por ter se tornado tão bonito.
Porque, ombros largos, tanquinho definido, olhos de gato, longos cabelos desgrenhados como um jogador de tênis dos anos 1970, são muita coisa para eu suportar. Cachos de um loiro tão dourado que muitas vezes é quase platinado durante o verão. Infelizmente a única época do ano em que eu realmente o via.
Queria mais ainda poder culpa-lo e trata-lo como um vilão por não ter se apaixonado por mim na infância e arrastado esse amor pela juventude, acabando por ficar loucamente enlouquecido e morrendo por mim. Mas eu não podia, porque não era sua culpa, é culpa dos livros que eu leio.
Eu li uma lista tão extensa de livros de romance quanto Rory Gilmore leu livros para entrar em Harvard, mesmo que escolhesse Yale.
E tudo isso começou por conta de uma maldito verão. Devíamos ter oito anos, digo, Jeremiah tinha oito e eu ainda faria oito, em agosto. Alguns meses depois. Nossas mães engravidaram quase no mesmo período, planejando nos ter no mesmo mês e mesmo dia, mas contas não bateram e Jeremiah além de nascer mais bonito, é mais velho.
Estamos sentados na areia, meus cabelos estavam cheirando a água salgada e areia terrosa, a canga que nos envolvia já tinha se tornado um bolo de pano longe de nossos corpos e parecíamos dois frangos prontos para serem empanados.
Nossos olhos se encontraram, aqueles globos oculares azuis vividos me encararam, e quando eu percebi, estava de olhos abertos, a boca de Jeremiah contra a minha, e eu estava recebendo um selinho do meu melhor amigo. E foi assim, acho que foi nesse dia que me apaixonei por ele. Quando o Jeremiah Fisher de oito anos com certeza pensou,
"porque não juntar minha boca na dela por quatro segundos e meio, e fazer ela ficar presa à mim em paixão pra sempre?"
Naquele mesmo dia de noite, Jere parou na porta do meu quarto e me pediu desculpas, e tentou deixar claro que eu não devia gostar dele, e que devíamos esquecer daquilo, porque ele gostava de mim, mas era culpa dele me beijar e que devíamos só esquecer. E foi por insistência em esquecer, que me fez gostar ainda mais dele. Mesmo que nunca mais temos tocado no assunto, como eu prometi de dedinho naquela noite.
Anos se passaram, verões correram, minha mãe se foi e verões foram ficando cada vez mais vazios e sem emoção. Porque sem ela, não era verão.
Mas uma coisa decorre a outra, e quando eu recebi a ligação de Susannah, logo depois de encontrar uma caixa de memórias bem melancólica de nossas mães, e senti que devia um último verão antes da faculdade à elas.
Eu começei a acompanhar Jeremiah nas redes sociais uns anos atrás. Ele imediatamente me seguiu de volta, comentando em todas as minhas fotos. Sempre sorrindo, stories lotados e centenas de comentários garotas, e um adendo, garotos também, que não perderiam uma oportunidade de tê-lo.
