Capítulo 40

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Sano Manjiro abriu os olhos vendo um campo florido, ele não sabia como tinha chegado ali, olhou em volta não vendo qualquer coisa que o pudesse informar onde estava, olhou o céu vendo-o nublado, iria chover e ele não tinha sequer um guarda chuva consigo.

Soltando um longo suspiro, o Sano caminhou lentamente por aquele campo, talvez, se caminhasse por tempo o suficiente, encontrasse algo ou alguém.

Pareceram horas, seus pernas cansaram, o céu estava cada vez mais escuro, dificultando sua visão, foi quando pisou no nada e despencou.

O grito ficou preso em sua garganta enquanto caia sem saber quando encontraria o fim, fechou os olhos com força, decidindo aceitar esse destino.

Sano Manjiro abriu os olhos assustado, olhou em volta notando ter voltado para o começo, que porra?! Era o mesmo campo florido, mas o céu já estava bem mais escuro, franziu o cenho enquanto andava buscando a saída.

"Vai cometer os mesmos erros, Manjiro?"

"Takemichy?!" Olhou em volta, assustado, com medo de encontrá-lo, mas, ao mesmo tempo, ansiando por isso "O-onde você está?"

"Morto, você me matou, Manjiro."

"E-eu não, Kazutora me parou..."

"Parou mesmo?!" Mikey se virou, segurando o grito ao o ver a sua frente.

Takemichi estava sangrando muito, sua perna parecia quebrada e parte da sua costela estava a mostra, ele tinha muitos hematomas e o rosto estava inchado de uma surra.

"O-o que aconteceu com você?!"

"Foi você quem fez isso, Manjiro, foi culpa sua, você não é diferente de seu pai."

"E-eu nunca quis fazer isso" Mikey fechou os olhos, as lágrimas descendo "Me perdoa, me perdoa, me perdoa."

Sano Manjiro abriu os olhos se vendo, pela terceira vez, naquele lugar, seu peito apertou enquanto as lágrimas vinham, a chuva, enfim, desabando.

"M-me desculpe, Takemichi, m-me desculpe" Sussurrou para si mesmo apertando as pernas contra o peito.

A chuva, de repente, parou e Mikey sentiu algo quente o tocar, ainda soluçando, ergueu o olhar vendo aqueles olhos gentis e o sorriso-sol.

Se lançou contra o maior, apertando o corpo magro contra si.

"S-Shinichiro."

"Manjiro, o que aconteceu com você?" Shinichiro ninou o irmão com cuidado "Quando foi que você decidiu quebrar sua promessa? Aquela que prometeu à Sanzu?"

"E-eu não estava pensando."

"Pois é, e olha o que isso te causou, de novo, foi sorte sua, mais uma vez, não ter matado ninguém, o que vai fazer quando acontecer? Quando for tarde demais? Pedir desculpas a um morto?"

"N-não foi eu, f-foram os impulsos."

"Chega disso, Manjiro" A voz de Takemichi o fez tencionar e Mikey desenterrou o rosto do peito do irmão para encarar o mais novo, ele parecia Takemichi agora, novo em folha, sem sangue nem machucados "Foi você, você e os impulsos são a mesma coisa, não pode suportar isso sozinho, precisa conversar com alguém, precisa parar de culpar sempre um terceiro, você precisa buscar ajuda!"

"B-buscar ajuda?"

Takemichi apontou para sua mão, Mikey notou um fio vermelho em seu mindinho.

"Ache a outra ponta."

Sano Manjiro acordou olhando em volta, estava em seu quarto, se encolheu em posição fetal, começando a chorar.

- Mikey!! - Draken entrou no quarto, preocupado com o amigo, indo deitar com ele.

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Kisaki encarou seu caderno como se esse tivesse o feito uma ofensa pessoal, a mente a mil por hora, algo não parecia certo, ele não sentia como se tivesse vencido essa guerra, então... o que faltava?

ToMan estava desmantelada, prestes a ruir, Takemichi também estava fora, ele estava quase conseguindo um grande status e sabia que reerguer ToMan sozinho daria muito prestígio a si, então por que Hinata sequer olhou para si quando Takemichi apareceu com os amigos?

Por que ele a sentia tão distante quanto quando começou? O que ainda faltava?!

Ouviu passos e viu Hanma sair da cozinha indo se sentar no outro sofá, o colega, ao contrário de si, tinha recebido uma carta de Sendo, não que Kisaki se importasse, Hanma disse que era só algo para animar Takemichi, um convite para uma festinha privada, não que esperasse ser chamado.

- O que há? - Hanma encarou o menor que bufou deixando o caderno de lado.

- Nada, agora, com Takemichi fora de jogo, eu posso me concentrar em Mikey.

- Vai dar pra ele?

- Ora, cale a porra da boca!!

Hanma gargalhou, seu celular tocando, o atendeu levantando imediatamente.

- Enquanto você brinca de casinha, eu vou ceifar - Pegando seu casado, Shuji saiu enquanto falava ao celular - Pensei que não conhecia mais meu número, Bobo da Corte.

"Shinigami, tá com tempo?"

- Com certeza ❤️

"Temos um novo deus e ele quer trazer caos e sangue à Kanto, vai nos ajudar?"

- Sabe que sim.

"Ótimo, você ainda está trabalhando com Kisaki?"

- Por pouco tempo.

"Quero a cabeça dele numa bandeja para Kami-sama, ele não sabe que Kisaki tem culpa nisso tudo, fique ao lado do Tetta até a hora chegar, vou te dar um uniforme da Black Dragons até lá."

- E quando eu saberei que é a hora?

"Tenjiku vai buscar briga com ToMan, estão esperando as coisas para ToMan melhorar a pedido de Haitani Takemichi."

- Haitani?

"Ouviu o que eu disse?"

- Vou adorar servir à Kami-sama ❤️ - Hanma gargalhou, desligando.

Sanzu, do outro lado da linha, o amaldiçoou por desligar na sua cara antes de seguir para fora dali, isso será divertido.

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Haruchiyo sentou em um canto da casa observando em silencio os membros Tenjiku que ali estavam, Kazutora e Keisuke, principalmente.

Os dois estavam jogando cartas contra Mochi e Shion, Kazutora e Shion ganhando da outra dupla, mas a concentração de Haruchiyo não estava no jogo e sim no fio vermelho que saia do mindinho de Keisuke e ia até o mindinho de Kazutora, o fio brilhando em uma tonalidades que quase ofuscava os outros fios da sala.

Olhou para Shion, o fio dele era novo, rosado, significava que sua alma gêmea era fraterna, tinha nascido recentemente desde que ele rompeu seu fio, vermelho como sangue, Sanzu não sabia o que o fez romper, o fio já estava partido quando conheceu Madarame.

Olhou então para Mucho, ele tinha dois fios, ambos rosas, ligados aos líderes de Tenjiku, vários ali tinham vários fios, a maioria dos fios eram rosa, era quase impossível achar sua alma gêmea em um amor, como sabia que Rindou e Angry encontraram um no outro.

Olhou para a própria mão, ela não tinha fio algum, antigamente em seu mindinho tinha um fio rosa preso com um elegante laço, mas Sanzu o desatou e o deixou no passado, quando ainda era criança, hoje em dia ele era sozinho, a espera de uma alma nascer e se ligar a si, então bastaria a procurar.

Segredos de IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora