TT7

Capítulo 22

Cheryl tinha concordado em ir jantar onde eu sugeri. Talvez não fosse a sua primeira escolha para um jantar de dia dos namorados, mas eu acho que cabe bem ao momento. Quem precisa de um jantar chique depois do presente que ela fez pra mim? A memória de mim abrindo as chuteiras ainda me davam arrepios.

Eu olhei pra Cheryl, que estava dirigindo, enquanto eu estava quietamente escutando a música que tocava no carro. Os Olhos intensos penetrantes estavam focados nas ruas e eu suspirei inconscientemente, admirando seu impecável perfil. Quando eu encontrei ela na rua, eu não esperava que ela fosse tão... doce. Claro, eu conheço ela desde a U17, mas ela mudou tanto que eu não tive nenhuma expectativa depois do nosso primeiro mês em Boston juntas. Quem imaginaria que a sedutora poderia ser uma namorada tão pensativa e sincera?

"O que você tá olhando?" Cheryl girou sua cabeça para o lado e sorriu gentilmente, aparentemente notando que e estava encarando ela descaradamente.

"Admirando a vista", eu sorri e vi sua sobrancelha levantando de um jeito único.

"Parece algo que eu diria", ela respondeu e virou sua cabeça novamente para prestar atenção na pista.

"Bem, eu estou aprendendo algumas coisas", eu não podia ajudar, mordi meu lábio inferior enquanto assistia ela fazer simples coisas, como dirigir o carro. Ela era tão... gostosa.

"Talvez eu devesse abrir aulas para como seduzir garotas", a mais velha provocou escovando alguns fios do cabelo do outro lado.

"Perdão, mas isso nunca vai acontecer", eu instantaneamente respondi e balancei a cabeça. "Você só é permitida a dar aulas privadas a mim."

"Eu deveria saber que você é do tipo ciumenta", Cheryl sorriu maliciosamente.

"O que te fez dizer isso?" Eu franzi a testa curiosamente.

"Por que você é muito mandona", ela falou sem hesitação e eu quase engasguei.

"Eu não sou mandona!" Eu não tinha certeza o porquê eu estava tão surpresa de ouvir aquilo, mas eu não esperava.

"Você é, sim!" A morena riu e me examinou de novo. "Não é uma coisa ruim. Eu gosto como você é tão decidida e sabe o que quer."

"Você tá querendo dizer que eu sou o 'homem' da relação?" Eu também ri agora.

"Eu tenho essa teoria", ela começou e se ajeitou no banco de motorista.

"Eu estou intrigada agora", eu assisti ela dar um grande sorriso.

"Você sabe o que as pessoas falam, que há vários tipos de lésbicas: versátil, femininas, ativas e blá blá blá", eu assenti quando ela começou e já estava imaginando onde isso iria. "Com minha experiência-"

"Só Deus sabe o quão grande é sua experiência", eu tive que intervir e vi ela me dar um olhar aguçado de brincadeira antes de pegar minha mão e deixar um beijinho nas costas dela.'

"O que eu quis dizer foi que as mais quietas são sempre as mais mandonas", a meio campista central continuou. "Tipo, na faculdade tinha um casal de lésbicas que eram extremamente clichê por fora. Uma delas era masculina e metida a machão, se é que você entende. A namorada dela era extremamente feminina e quieta. Todo mundo pensava que os papéis eram óbvios, mas eu saí com elas várias vezes e a feminina era o homem da relação, com certeza! Ela mandava em tudo."

"Espera aí", eu vinquei minhas sobrancelhas e tentei conter minha risada pelo o que eu estava prestes a dizer. "Você tá se chamando de sapata?" Eu falhei na minha tentativa de não rir alto. Aquilo era ridículo por que ela era mais composta que eu na maioria das vezes.