Capítulo 25

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POV Cheryl

Tudo parecia um sonho – um pesadelo se encaixava melhor. Eu tinha voltado do hospital e estava no quarto de hotel de novo, fazendo minha mala. Em outro caso, eu tinha certeza que seria expulsa do hotel por vandalizar o banheiro. Explicando a situação familiar que causou minha explosão, aparentemente Veronica fez eles terem pena de mim. Eu poderia ficar por outra noite, assim como minha amiga.

Veronica não só tinha me levado ao hospital, como tinha ficado ao meu lado o tempo todo enquanto ponteavam minha mão e me davam soro para fica sóbria. Ela estava sendo uma ótima amiga e eu não merecia. O curativo na minha mão já estava me irritando. Ainda bem que eu tinha uma alta tolerância para dor e os pontos não estavam me incomodando. Era inconfortável, mas não doía tanto. Não era nada comparado a dor que eu sinto quando penso no que aconteceu no banheiro há algumas horas.

O olhar de medo nos olhos de Lara estava marcado pra sempre na minha cabeça. Me dava um calafrio toda vez que eu pensava nisso. Meu pulso acelerava novamente, minha mente me lembrando de como eu gritei com Toni e de como eu estava totalmente quebrada na frente dela. Com tudo isso acontecendo, eu consegui foder a única coisa boa que eu tinha na minha vida. Eu não tinha dúvida nenhuma que não iria ouvir falar em Toni por um bom tempo; certamente. Eu não quereria falar comigo se eu estivesse no lugar dela.

Eu ouvi uma batida na porta e presumi que fosse Veronica, que foi comprar nosso jantar. Meu coração parou quando eu vi os orbes avelãs encontrando meu olhar. Era vida real?

"O-Oi", eu gaguejei claramente surpresa por ver Toni parada na minha frente.

"Oi", ela respondeu calmamente. "Posso entrar?"

"Claro", eu assenti depois de perceber que eu estava bloqueando a entrada com meus olhos flagrantes. "Eu pensei que todo mundo já tinha ido embora."

"Eu e Betty adiamos nosso voo", a mais nova informou enquanto entrava no quarto. "Queríamos ter certeza que você estava bem."

Eu estava chocada. Sentando na ponta da minha cama, a morena pegou uma cadeira e sentou na minha frente. Eu tava muito comovida pra falar alguma coisa e só vi quando seu olhar caiu sobre minha mão injuriada. Eu não estava consciente, mas fiquei tensa imediatamente. A realidade do que ela viu mais cedo estava começando a cair sobre mim.

"Como tá sua mão?" Sua voz soou rouca por um momento e depois mansa.

"Tá bem. Só alguns pontos", eu respondi indiferente porque eu não tava dando a mínima pra minha mão agora.

"Tá doendo?"

"Não muito", respondi vagamente e me senti incrivelmente vulnerável com seu olhar excruciante. A preocupação era gritante e um momento de silêncio incômodo se instalou. Balançando minha perna nervosamente, eu finalmente encontrei coragem pra falar. "Honestamente, eu não sei o que dizer. Não tem nada possível que eu possa dizer pra explicar o quanto eu sinto muito por tudo. Eu tou com tanta vergonha... eu mal posso olhar pra você."

"Eu sei que você nunca quis que isso acontecesse", o tom de voz de Toni era gentil e encorajador.

"Não precisa me dizer, mas como Lara tá?" Eu perguntei com cuidado e seus olhos pararam por um minuto.

"Ela acabou de cair no sono", a mãe solteira massageou sua têmpora rapidamente. "Betty tá com ela agora."

"Ela deve me odiar", eu concluí com a voz calma e olhei para o chão, mortificada.

"Não, claro que não", Toni respondeu, mas suspirou em desespero. "Mas tenho que admitir que ela tá bem abalada."

"Ela tá com medo de mim, não é?" Minha voz tremeu ao proferir aquelas palavras. A meio de campo hesitou em sua resposta e eu olhei pra cima para ver sua reação. Ela não tinha que responder. Eu sabia que era verdade só de ver seu olhar.

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