Você é um doce

Viagem

Cap 17

                                     Liz

— Meu irmão tá na lista de suspeitos, não é?

— Não sei porque pensei que você já não saberia disso.

— Bobão. — Falo dando um curto riso para aliviar a tensão que se encontrava dentro de mim — Hunf, tô toda encharcada. — Saio de cima dele me acomodando novamente na calçada e puxo o panda de pelúcia para perto, o abraçando. — A quanto tempo você suspeita do meu irmão?

— Hm, devo ter cuidado sempre com todos à minha volta. Diria que todos são suspeitos, alguns têm apenas chances maiores.

— Então você chegou a suspeitar de mim em algum momento?

— Sim, mas pesquisei sobre você e descartei a possibilidade. E você? Desde quando suspeita dele?

— Desde um pouco antes de te encontrar. Tem um bônus na minha missão de vigiar você: se ele for o culpado, acho que posso limpar a barra dele… Sabe, ele me ligou quando nos conhecemos, não queria que eu me envolvesse e ficou bravo quando não me achou.

— Devia ter me avisado que ele ligou. São informações importantes que podem afetar sua segurança.

— Ah, qual é? Eu sei me cuidar. É só meu irmão, eu aguento as birras dele.

— Mas acho que deveríamos entrar em outro assunto sobre o caso. Como o caso entrou mesmo dentro de sua família, precisamos falar com sua avó e... — A frase de Ryuzaki é interrompida por um trovão que faz minha pele inteira arrepiar.

— Ainda estamos na chuva, então vamos terminar essa conversa no apartamento. — Me levanto, pego minhas coisas e tiro as presilhas de meu cabelo, já que o penteado já havia se desmanchado. — Espero que a Abgail não fique chateada pelo penteado.

— Ela não vai se emburrar se souber que o motivo de ter arrumado seu cabelo foi cumprido. — Ele também se levanta pegando o pacote do meu lanche que agora deveria estar tão molhado quanto nós.

— Vamos. — Levanto minha mão pedindo pela mão dele.

— Ah, já chegamos nas interações que nos levam a andar de mãos dadas?

— Há alguns segundos atrás você estava enfiando a língua na minha boca. — Falo óbvia e ele cede, dando sua mão.

  Sorrio sentindo meu coração se aquecer e o puxo para andarmos mais rapidamente até a rua, onde chamo um táxi.

                                       🐽

  Ao chegarmos no prédio subíamos as escadas calmamente, quando Ryuzaki quebra o silêncio.

— Liz, você estava planejando voltar para a escola essa semana?

— Sim. Minha amiga está louca pra que eu participe das atividades dos formandos, ainda mais com o baile de final de ano.

— Sinto em dizer que isso deve ficar para depois.

— Ai Senhor, o que você quer que eu faça agora? — Paro no último degrau de nosso andar. — Não vai me mandar em outra missão em que eu tenha que me lascar inteira, né?

— Por que a pergunta? Já está amolecendo? — Sério que agora o L tira uma com a minha cara?

— Tá maluco? Só não tava afim de me tacar de um prédio de novo e acabar com um olho roxo.

— Mas roxo combina tanto com você.

— Vai se ferrar! Tá ousadinho só porque eu te beijei? — Desço um degrau em sua direção segurando sua gola e sorrindo ladina.