Dependente.

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Sinto falta
Como uma verdadeira dependência
Que mesmo provocada
Mantém-se apertada
E pinga
Mantendo o gosto doce.

E nem estou falando
Da buceta dela.

Sua falta me assombra
Me aprisiona
Me limita...

Ao provar uma uva
Mergulhada no fondue
Lembro daquele corpo
Banhado ao chantilly.

Os seus gemidos
Ainda ecoam em meus tímpanos
Fazem semanas que não a vejo.

E todas as malditas vezes
Que me banho
Trás a lembrança
De suas unhas em meu peito...
E me toco
Como se isso ajudasse nas minhas saudades e involuntárias ereções.

Quem dera fuder
Aquela buceta mais uma vez
E a deixar marcada com tapas...

Só de imaginar
Ela se contorcendo para outro
Gemendo e gritando um nome desconhecido do meu,
As mãos tremem
E a fúria invade minha alma.

Mesmo não sendo seu dono
Ela prometeu ser apenas minha,
E absolutamente todo aquele corpo
De boneca me pertence.

Na verdade
Me pertenceu
E até ela já esqueceu,
O meu contato, as minhas fotos e eu...
[...]
L. W. S. C.

A sereia (1901). Por John William Waterhouse.

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