Olhando a imensidão branca que havia se tornado o teto do meu quarto após a retirada de um antigo pôster dos Beatles, noto marcas quase imperceptíveis mais ainda sim visíveis que ainda resistiram à grossa camada de tinta e agora somente lembravam o local que ele por boa parte da minha adolescência permaneceu.
Suspiro, desviando o olhar em direção a cômoda e cogito se devo ler a carta azul que encontrei no meu armário na sexta-feira, no entanto, antes mesmo de tomar uma decisão sobre o assunto a porta do meu quarto é aberta.
– Filho, você tem certeza que não quer ir? – colocando a cabeça no vão recém aberto minha mãe pergunta.
Ergo o troco para encará-la.
Desde os cinco anos, os meus pais e eu tínhamos meio que uma espécie de tradição de sempre irmos aos sábados para Long Beach visitar a minha avó. E por um longo e interrupto período nada fez com que deixássemos de ir, no entanto, tradições foram feitas para serem quebradas e especialmente hoje não estou a fim de responder as mesmas perguntas e recebe os olhares que minha avó vem me direcionando.
– Sim, mãe.
Audrey – minha mãe – balança a cabeça como se compreendesse, no entanto, ao comprimir involuntariamente seus lábios ela deixa sua verdadeira opinião transparecer.
– Jake ...
– E sério, podem ir e de um beijo em vovó Mary por mim, ta bom?
Ela suspira.
– Quer que pelo menos tragamos algo para você comer?
– Não precisa, tem pizza de ontem e cereal – falo e logo emendo – Vou ficar bem.
Minha mãe me olha.
Eu a olho.
E logo depois ela sai meio que a contra gosto.
[...]
Afundado em um mais absoluto tédio estico a mão em direção a gaveta e decido de uma vez por todas ler a carta.
"Sempre acreditei que estamos destinados a algo, e que desde que nascemos existe alguma coisa que devemos encontrar, e eu verdadeiramente acredito que no meu caso era você, Jake.
Entretanto, antes do nosso primeiro encontro, vivia uma vida boa, não chegada a ser extraordinária, mas ela estava dentro dos padrões para uma adolescente, não tinha do que reclamar, mas, agora eu tenho expectativas, é o culpado é você.
Porque depois que o vi, criei uma perspectiva completamente diferente da que tinha e junto com ela veio uma expectativa que somente você pode suprir. Mas, você não sabe ao menos quem sou e quão melhor me tornou só por existir. Pelo menos ainda não.
Então, enquanto isso não acontece vamos falar sobre Harry Potter, sempre gostei mais de Senhores dos anéis, no entanto isso "mudou" quando meus olhos recaíram em você e no seu moletom da Sonserina.
Jake, você ficou incrivelmente fofo com ele, e por causa disso – sua causa – eu decidi dar uma chance para o bruxinho com o raio na testa e comecei a ler de verdade sem enrolação os livros da J. K. Rowlin, pelo simples fato dela fazer parte da sua vida, e eu de alguma forma também querer fazer. E eu simplesmente amei.
Sempre amarei mais J. R. R. Tolkien, mas irei amar ainda mais você por ter me apresentado um novo mundo. E por me fazer entender que tendemos a nos apaixonar por detalhes, então obrigada por ser você e por ter me apresentado um novo mundo, Jake.
P.S: volte a usar aquele moletom, por favor."
– Com amor, a.
Hello, extraterrestre, turubom com vocês?
Sejam bem vindos ao segundo capítulo desse conto, espero que estejam gostado da garota das cartas e do Jake.
Em breve estamos de volta, mas enquanto isso não acontece quero pedi que vocês compartilhem o livro e tragam mais gente para cá.
Acho que já tinha falando isso, mas eu sou meio que movida pelo amor, então me ame que capítulos extras em breve apareceram.
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always been here
RomanceCada uma dessas cartas foram feitas para você. Todas elas sem exceção alguma falam sobre nós, ou melhor, elas falam dos sentimentos que tenho por você, Jake. Copyright © 2019 Alyssa Balkan.