– O que é isso? – enfiando a cabeça, sem autorização alguma dentro do meu armário, ouço a garota de longos cabelos rosa perguntar.
Em silencio, seguro a porta metálica, para no momento subsequente fechar em um baque estrondoso o armário, sem remorso algum. Todavia, não me passa despercebido que a garota arregala as grandes esferas douradas desenhadas em seu rosto pálido por conta do susto. Espero para ver se sinto algo, mas, para falar a verdade não dou a mínima para a sua reação, então pego a mochila jogada no chão, e paro ao lado dela.
– Da próxima vez, não se meta no que não é da sua conta – com o corpo parcialmente curvado, sussurro em seu ouvido e só então sigo pelo corredor.
Nesta quarta-feira, faz exatos oito dias que não leio nenhuma das cartas que aparecem diariamente no meu armário, pelo simples fato de que todas estão indo para o interior de alguma das lixeiras da Ashley. Poderia neste momento mentir e dizer que sou completamente indiferentes a elas, mas, a crua verdade é que um sentimento de falta habita os meus dias depois que deixei de ler-las.
Parando em frente à lixeira que será a futura casa do papel marrom em minhas mãos, o seguro com mais força do que deveria é cogito verdadeiramente ler-lo, no entanto, sou acertado pelo motivo que me fez parar, e a cólera mais uma vez contamina os meus pensamento, fazendo-me ignorar a minha curiosidade e me afastar daquilo que quero.
[...]
Cinza, essa é a cor da carta hoje, e ironicamente essa pode ser a cor que traduz o meu humor de merda e tudo o que esse dia significa. Suspiro, rasgando o envelope em minhas mãos e sento no chão polido da biblioteca para ler pela primeira vez depois deste hiato a carta, por motivos de que verdadeiramente nada que ela contenha pode ser pior que a realidade.
[...]
"Dez, esse número representa exatamente a quantidade de dias que você deixou de ler-me, e devo, na verdade necessito admitir que você me decepcionou Jake, porque desde que momento você se tornou tão previsível?
Simplesmente esperava mais do menino de perspicazes olhos azuis porque aquele menino era um achado, ele sempre desafiou todos e tudo, por causa dele eu me desfiei a descobri qual era sua pizza favorita.
E a reposta é: mussarela.
E também me desafiei a descobrir outras coisas como por exemplo: Você ama calor e é por isso que nunca hesita em ir para a casa da sua avó em Long Beach, que o seu doce preferido é nenhum porque você não gosta de doce, e que a sua casa é há exatas dez quadras da minhas, irônico admito, mas foi por esse menino que me apaixonei, e bem no fundo do meu coração sinto que ele está indo em embora, mas, espero e acredito que ele ainda esteja aí dentro somente adormecido porque se ele tiver ido embora para sempre o mundo perdeu algo precioso Jake, o mundo perdeu você.
P.s: As outras cartas estavam em branco, caso isso sacie a sua curiosidade."
– Com amor, a
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Hey, extraterrestres, como vocês estão? Espero que bem.
Então, só tenho a dizer que estamos quase chegando ao fim desse conto, muito obrigada para todos que estão aqui lendo ele e eu quero pedir desculpas pela demora a postar, mas, para quem falar comigo sabe que vida de trabalhadora e universitária é difícil, e eu aproveitei as férias para concluir esse conto e assim fiz.
E isso, então, aproveitem e se divirtam que o o final está próximo.
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