– Você tem certeza sobre isso?
Suspiro.
– Sim, mãe. Estou certo da minha decisão.
– Mas, filho...
– Eu quero ir para Seattle.
– Mas, você não quer ao menos esperar e conversar com o seu...
– Chega – arrastando a cadeira no assoalho de madeira quando ergo-me de forma abrupta da cadeira interrompo a fala da minha mãe – Não, vamos mais falar sobre isso, ou, sobre o que você quer realmente falar.
– Jake...
– Não espero que entenda os meus motivos, mas, por favor, respeite eles – com esta deixa, recolho a mochila do chão e vou em direção ao meu quarto.
[...]
Quando eu era muito pequeno, minha mãe contava que sempre fui uma criança muito sorridente, que sempre ficava olhando para ela e do nada sorria sem motivo algum, ou, que as vezes acordava de madrugada, mas, não fazia nada somente ficava olhando-a dormir.
Também dizia, que quando descobriu dois meses depois a sua segunda gravidez, temeu por tudo que isso iria causar, todavia, que nada a preparou quando ela perdeu o bebê que mesmo sentindo medo já amava. Mas, que eu a ajudei, porque mesmo quando ainda não tinha noção de nada sempre que me deitava com ela, eu me aconchegava em sua barriga e ficava com o rosto colado naquele lugar por horas.
Não, me lembro desta época, mas, sempre tive essa ligação forte com a minha mãe, então entendo a sua relutância em me deixar ir para Seattle, realmente entendo, mas espero verdadeiramente que ela entenda que eu preciso ir, que não posso simplesmente não ir.
Batidas na porta me trazem de volta para realidade no momento em que meu padrasto enfia a cabeça pela brecha recém aberta.
– Ei, campeão...
Encosto as costas no respaldo da cama.
– Oi Phil.
– Posso entrar?
Em um simples gesto, afirmo.
Ele suspira.
– Fiquei sabendo da conversa de hoje – puxando a cadeira da escrivaninha ele se senta a minha frente – Não fique com raiva da sua mãe.
– Não estou – respondo com sinceridade.
Ela acena em concordância.
– Fico feliz, porque sabemos que a sua mãe não lida muito bem quando vocês brigam, é muito choro e drama.
Sorrio.
– Phil – repreendo-o.
– Não conte que disse isso – pede em tom conspiratória.
Meneio a cabeça, concordando.
– Esse é o meu garoto – piscando um dos seus olhos negros em minha direção, vejo uma incerteza perpassar em seu olhar.
– Vocês precisam me deixar ir.
– Eu sei, mas não é fácil – admite e logo reitera – Entendo que esse ano não tem sido fácil para você, mas, ele também não tem sido bom para nós, porque eu e a sua mãe sentimos que perdemos você, Jake.
– Eu só preciso ir – curvando a cabeça para baixo –, nos...
– Sim, eu sei.
– Então...
– Então, irei conversar com a sua mãe, mas, você também vai falar e prometer para ela que irá vim pelo menos um final de semana sim e outro não nos visitar – levantando da cadeira, fala.
– Tudo bem.
– Ah, e isso estava no chão da sala de jantar é seu? – tirando do bolso de trás da calça a carta lilás, ele pergunta.
Meus olhos se arregalaram.
– Sim.
– Admiradora secreta no...
– Phil...
– Tá bom, ta bom – me entregando a carta, ele deixa um beijo castro em meu cabelo e sai.
Porém, não estou mais tão atento a esse momento porque meus olhos estão fixo na carta que jurava que estava no interior da minha mochila.
Abro-a.
[...]
"As pessoas precisam das pessoas, a primeira vez que escutei está frase ela saiu da sua boca, enquanto você estava alheio a minha presença, entretanto, não posso dizer o mesmo sobre eu.
Porque, a grande verdade é que serei sempre, por toda a minha simplória existência suscetível a você, assim como um metal é completamente suscetível ao magnetismo do imã, e eu de todo o meu coração aceito o meu destino, mas é você, Jake aceita o seu?
Você verdadeiramente poderá dizer a plenos pulmões se perguntarem que sinceramente está fazendo o mesmo? Ou, você está se enganando é apenas sendo guiado pela correnteza por preferir não se arriscar? Você realmente está se conformando com o raso?
Mergulhe, Jake.
Saia da superfície, pare de seguir planos que não devem mais ser levados para frente, e abdicar de outros em nome de explicações medíocres. Não afaste mais todos que tentam te ajudar. Entenda, você precisa das pessoas, por favor, me ouça, me leia.
Eu quero te ajudar, me deixe te ajudar, eu preciso te ajudar, Jake. Porque mesmo que você tenha feito o que fez, eu não vou permitir que você se torne esse tipo de pessoa, que você se contente com pouco. Eu te amo demais para deixar que isso aconteça, então mergulhe, Jake."
– Com amor, a.
Hello,
Estão ansiosos pelo final? Só sei que ele está bem perto e eu quero muito que vocês sintam o que eu senti quando lerem até a última linha.
Tchau.
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always been here
RomanceCada uma dessas cartas foram feitas para você. Todas elas sem exceção alguma falam sobre nós, ou melhor, elas falam dos sentimentos que tenho por você, Jake. Copyright © 2019 Alyssa Balkan.