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A sala de parto parecia naquele momento uma sala de tortura para Arizona, ela estava realmente arrependida de ter escolhido esperar o parto normal, estava realmente sentindo dor.

Callie também estava arrependida da escolha da esposa, afinal, sua mão se tivesse olhos choraria.

Mais um grito, mais uma vez empurrando e Arizona soltou a mão da morena e a puxou para perto pela camisa.

- Juro por Deus, se você ousar encostar em mim de novo, eu vou matar você... Nós nunca mais vamos transar, você está entendendo bem? - Disse raivosa.

Callie nem respondeu, apenas assentiu.

- Jessica, eu preciso que você empurre com bastante força mais uma vez, tá bom?

A médica disse de forma paciente.

- Será que essa mulher acha mesmo que eu não to fazendo força? - A loira disse baixo mas com raiva.

Callie acabou rindo e segurou novamente a mão da esposa.

- Empurra, meu amor. - beijou a testa suada da mulher.

Mais uma vez empurrando, um aperto na mão latina, um grito agudo da loira, e um choro finalmente ecoou no local.

Era lindo, ele era realmente lindo, três quilos e cem gramas, cinquenta centimetros, o pequeno Torres, ou Ramirez, era a imagem da perfeição de criança.

A enfermeira se aproximou com o neném no colo e mostrou para as duas mulheres.

- O filho de vocês.  - a mulher disse sorrindo e colocou no colo da loira.

Arizona chorou.

- Ele é lindo, amor, muito lindo. - disse emocionada.

- Ele é perfeito, Arizona. - Callie disse maravilhada.

Elas ficaram mais alguns minutos ali com o bebê, e logo a enfermeira o pegou novamente, e terminou os procedimentos com Arizona a levando para o quarto.

*

Dois dias depois...

Arizona estava amamentando Arthur e Callie estava em pé ao lado da esposa quando ouviam três batidas leves na porta. 

A morena sorriu e foi andando até a porta e seu sorriso desapareceu.

- Papa? - Callie perguntou ficando pálida.

O homem riu. E Arizona fechou os olhos com força.

- Fingir a própria morte? Sério? Viu isso em um filme? - o homem disse passando pela filha com balões azuis e olhou a nora. - Eu não sabia o que trazer. - Arizona forçou um sorriso- Posso vê-lo?

- Claro, só espera ele terminar? - a loira perguntou e o homem assentiu.

- Pai, hum, é...- Callie gaguejou. - Como soube?

Carlos riu.

- Um amigo te viu por aqui e me avisou, quando digo que tenho olhos em todos os lugares... - andou até perto da filha. - Não estou exagerando.

Callie olhou para Arizona que praticamente implorava com os olhos para a esposa resolver isso.

- Pai, podemos conversar aqui fora? - o homem assentiu e saiu do quarto com a filha. - O que você realmente quer?

O homem tirou os óculos do rosto e o guardou.

- De você? - riu. - Nada, estou decepcionado com sua atitude, não esperava isso de você,  do Mark talvez, mas de você nunca. 

- Então o que quer aqui? - Callie disse temendo o enredo da conversa.

- É óbvio, eu quero o meu neto, ele é um Torres, e seguirá o meu legado. - Disse simples.

- Pai, você não pode fazer isso. - Disse firme.

- Posso, ele é um Torres. - Disse impotente.

- Não. - Callie riu. - Ele é um Ramirez. É assim que irei registrá-lo.

Carlos arregalou os olhos.

- Você não pode destruir o legado da família Torres. - o mais velho disse autoritário.

- Não grite. Essa é a minha família, eu quem decido a partir de agora, eu decido, pai, você não manda aqui. Minha esposa não quer essa vida, eu não quero, e meu filho não vai ter, ele vai ter uma vida normal, é assim que vai ser. - Callie disse firme.

- É sua decisão final? - O mais velho disse olhando firme.

- Minha decisão final. - Callie disse irredutível.

Carlos respirou fundo e colocou de volta os óculos.

- Então é melhor você continuar morta para todos os efeitos. - Disse e sorriu.

- Está falando sério? - a morena perguntou desacreditada.

- Você finalmente cresceu, bateu no peito e tomou uma decisão por si, e pela sua família, está criada, meu trabalho com você está feito. - o homem sorriu. - Eu vou embora, e conversar com sua mãe. Seremos bem vindos para visitas?

A morena tinha os olhos cheios de lágrimas e abraçou o pai.

- Claro que será, papa. - sorriu. - Eu te amo.

- Eu também te amo. - sorriu e olhou para dentro do quarto vendo Arizona que sorria para o filho. - Pode ser Ramirez, mas cuide da sua familia como uma Torres.

A mulher assentiu e viu o pai sair, respirou fundo e entrou no quarto novamente.

- E então? - A loira perguntou olhando nos olhos da esposa. - O que aconteceu?

Callie sorriu e se aproximou da esposa dando um selinho em seus lábios e fazendo um leve carinho no filho.

- Está tudo bem. - sorriu. - No fim, o papai só queria que eu finalmente crescesse e fosse capaz de bater no peito e enfrentá-lo, e isso devo a você,  mas deixa ele levar os créditos.- as duas riram. - Tenho um novo motivo agora, Arizona. Vocês dois são minha direção, e agora o legado de Carlos Torres acabou, e o do nosso amor está começando, ele será apenas um avô babão. - sorriu e beijou a testa da mulher. - Seremos felizes.

- Eu te amo muito, e estou muito orgulhosa de você,  tomara que nosso filho seja exatamente igual a você.  - a loira disse sorrindo.

- Não, querida... - a morena disse olhando nos azuis. - Tomara que ele seja igual a você.  - sorriu. - Olha....

A morena disse e apontou para o filho que abriu levemente os olhos mas fechou rápido.

- Eu tenho quase certeza que são verdes. - Arizona disse rindo.

- Para mim, são azuis. -

A morena disse dando de ombros e sentou na beirada da maca admirando a esposa com o filho e ficaram conversando e sorriu.

Callie uma vez leu que o verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar, por pontos positivos e negativos. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do seu corte de cabelo, isso são só referenciais, ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Agora vendo a esposa e o filho lembrou-se disso e riu.

A poderosa chefe da Mafia Callie Torres encontrou seu verdeiro amor, de uma vez para sempre.

Fim.

*

Volto com Epílogo ❤

La Mafia Torres del AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora