Confissões de Outro Alguém

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Oh, morte democrática
Que de nos iguais faz
Só um pilha de ossos
Alimento para a terra
Engolidos pelo lar

Não compreendo, simplesmente
Não me lembro
Mal me lembro

Nos piores anos
Nos anos mais loucos
Em que se olha a si
E pensa, depois de tanta estranheza
Que se merece ser estranhamente tratado
Que se é inferior
O diferente dos diferentes
E se deseja a democracia

Se deseja a mais eterna e verdadeira das democracias
Em tempos de desiqualdades, nas mãos de tiranos, de ditadores
E de qualquer um que enlouqueça, estando enlouquecido
Os enlouquecidos, todos a margem
A mesma margem?
Desejam a igualdade, ou algo assim
E pedem pela democracia
Democracia sem vida? Como?
E pedem a morte

Pouco me lembro, mas acho que já vi, acho

2021.

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- Flaira Flor

Florescência TardiaOnde histórias criam vida. Descubra agora