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         Pensar. Era isso que eu fazia por horas em frente ao computador.
— Pensa Ludmilla, pensa — Dizia para mim mesma, colocando a mão sobre meu rosto. Tudo oque eu queria, era que uma lâmpada se acendesse em meus pensamentos. Eu precisava concluir minha idéia principal, para a reunião com a minha equipe , na manhã seguinte.

— Você ainda esta ai? — Perguntou a Daiane parando na porta antes de entrar na minha sala.

— Ainda estou tentando, mais ta foda.

Joguei o corpo para trás, e minha cadeira se distanciou da mesa.

— Você está queimando neurônios de uma forma errada — Ela se aproximou e se sentou em uma cadeira que ficava na minha frente.

— Era tão simples Dai, eu fazia isso com tanta facilidade. Em minutos eu criei a nossa campanha mais foda. Ganhamos prêmios, fomos reconhecidas... E agora eu estou aqui o dia inteiro, e não consigo uma, apenas uma, ideia — Desabafei.

— Você esta cansada. Larga isso ai, vai tomar uma cerveja, toma um banho quente, namorar um pouco... Acho que você esta precisando gozar!

— Aaaa não Daiane, não começa — Disse a interrompendo.

— Quer jantar la em casa? Eu aviso a Ju. Ela ama cozinhar pra você. Ela diz que você elogia sempre a comida dela.

— Eu amo a comida da Ju! — Disse sorrindo — Mais hoje não dá. Eu não vou conseguir relaxar sem ter uma ideia digna e pronta para amanhã.

— Vamos Lud, tomamos uma cerveja e pensamos juntas, como antigamente. Lembra como era fácil, dentro de um quarto minúsculo e umas latas jogadas no canto.

Rimos lembrando das nossas noites no antigo apartamento.

— Acho que isso não vai funcionar, sei la...

— Você esta muito tensa Ludmilla.

— Eu sei — Disse olhando em seus olhos — Preciso pensar em outras coisas também...

— A Bru voltou para o Brasil.

Falar da Brunna era proibido. E a Daiane falou isso, apenas para mexer com meus sentimentos. As vezes mexer com sentimentos, faz a nossa criatividade aflorar.

— Eu vi a foto dela na sua casa, eu ja sei que ela voltou.

— Talvez isso te deixe mais leve. Eu peço a Ju pra ligar pra ela.

— Encontrar com a Brunna depois de anos, vai me deixar mais leve? Certeza?

— Ela perguntou por você Lud.

— Dai, chega! Melhor a gente falar sobre trabalho

— Depois de uns vinhos e olhando umas fotos nossas antigas , ela se entregou e disse que sente saudades daquela época.

— Eu não quero saber oque ela sente. Chega!

— Quatro é par Ludmilla. Imagina ai... um vinho, música leve, um jantar legal. Você não vai resistir, ela tá muito gata. E deixa de ser chata, para de ficar guardando rancor atoa.

— Daiane eu não tenho rancor da Brunna. Eu sou noiva, esqueceu? — Disse mostrando a minha aliança.

— Aaa Ludmilla, sua noiva ta longe, e vocês não se vêem, a quanto tempo? 3 meses?

— Ela está trabalhando, eu seria uma filha da puta, de fazer isso com ela. Ainda mais agora com essa história de casamento.

— A onde você se meteu? Pra que você foi aceitar isso?

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