04

824 90 6
                                    

— Qual foi a sensação de ouvir da boca da mamãe , que quem te salvou foi a Doutora Linda?

— Doutora Linda? — Questionei a Dai que me olhava curiosa.

— É assim que chamam ela no hospital. A mulher é um espetáculo, fala sério...

— Ela sempre foi, um espetáculo! Só queria me lembra dela pessoalmente. Eu só tenho uma imagem distorcida, não lembro muita coisa - Admiti

— Oque ? você não viu a Bru pessoalmente ainda?

— Não.

— Não foi ela que te acordou com um beijo? Estilo "A bela adormecida"

— Idiota — Rir das gracinhas da Dai — Eu vi tudo embaçado, quando acordei. Ouvi a sua voz e senti ela segurando a minha mão. Eu sabia que era ela, eu tinha certeza...

— To sentindo uma paixão se aflorar ai dentro, to sentindo alguém balançada.

— Foi confuso quando ela foi embora, e agora do nada, ela salva a minha vida. Aquela confusão toda que eu achei que já estava resolvido dentro de mim na verdade, só estava adormecido. Não é estar balançada, e estar confusa com tudo que aconteceu.

— Tem medo de se apaixonar de novo?

— Prefiro continuar assim...

— Assim como? — Interrompeu a Dai — Noiva de uma mulher incapaz de vim no hospital te ver. Você não ta traindo ela por reviver um sentimento Ludmilla.

— Ela não veio nenhum dia, a minha mãe ja falou — Afirmei.

— Quem? A Bru? A Bru veio todos os dias. Enquanto tem outra que ligou uma vez, e foi no dia do acidente. Ela não sabe nem se vc está viva Ludmilla

— Dai, eu ja entendi.

— Que noivado bosta é esse, que nem você lembra dela e nem ela de você?

— Acho que acostumamos com a distância. Sei la... Mais eu esperava ela aqui pelo menos por agora ne

— O mínimo, Ludmilla. Imagina você casada e vendo sua esposa duas vezes no ano... É se você fica doente, entre a vida e a morte? ela nem liga pra você. Isso é maluquice, você quer mais resposta que isso?

— Não, eu ja entendi. E concordo com você

— OQUE?

— Sim... É loucura minha continua com esse noivado.

— Acho que essa pancada na cabeça te fez bem.

Ela me fez gargalhar.

Duas semanas no hospital. Nenhuma alteração no meu quadro clínico, eu me lembrava de toda a minha vida. Minha perna ainda estava imobilizada e eu começaria a fisioterapia em breve. Eu não aguentava mais o hospital, a comida do hospital, o cheiro do hospital.

— Se eu te der alta , você vai continuar se cuidando?

Perguntou o médico me olhando nos olhos.

— Eu vou fazer oque o senhor mandar. Eu só quero a minha casa, minha cama, de lá eu consigo trabalhar melhor, e não vou precisar ter raiva do wi-fi do hospital.

Disse fazendo ele rir.

— Certo. Eu volto daqui a pouco com o resultado dos exames e sua resposta.

— Ta. Mais pensa com carinho, por favor!

Pedi enquanto ele saia do quarto. Era horrível ficar trancada em um quarto de hospital, comendo comida sem sal, e vendo esses canais chatos.

— Oi filha — Ouvi a voz da minha mãe, enquanto a porta se abria.

SUNSHINEOnde histórias criam vida. Descubra agora