UM | INÍCIO

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21 de Outubro de 1995 (Estados Unidos)
Tarzana, Los Angeles/Califórnia


  Uma tarde, pôr do sol, lá estava ele, com sua mochila preta com detalhes cinzas, sentado no banco de espera do corredor, ao lado da porta da sala de parto onde se encontrava sua esposa, e sua filha, que naquele momento, antes mesmo de vê-la, ele já sentiu que sua vida havia mudado completamente.

  Trabalhando em um caixa de supermercado, trabalhava pensando em sua esposa grávida em casa, com o medo de algo acontecer. Em nenhum momento sequer ele deixava de pensar em sua esposa.

  Quando em um dia mais de trabalho, deixou o caixa após ouvir a chamada geral de voz, chamando-o para a sala de trabalhadores..

— Dumisani, é pra você. Pra mim? – Estranhou, pois nunca havia recebido ligações de maneira alguma em horário de trabalho.

- Alô?

– Dumisani, a bolsa estourou!

- Emily? A Deborah, onde ela está? - Com o coração acelerando a cada respiração ao ouvir a irmã de sua esposa gritar do outro lado da linha, o desespero tomou conta.

— Apenas CORRA, estamos levando-a ao hospital, vá ao hospital Cedars-Sinai o mais rápido possível.

  Sem nem ao menos dar tempo, saiu correndo sem pendurar o telefone de parede na base, com os olhos cheios de lágrimas, pegou sua mochila e foi correndo em direção ao ponto de ônibus mais próximo do supermercado, naquele momento, Duminasi sabia que sua vida iria mudar para sempre.

  Com o desespero, cansaço, fadigado e ansioso, o suor quente que descia de sua testa, aquele sentimento que ninguém sabe descrever, um sentimento de que ele estava prestes a se tornar pai, um filme passou pela cabeça daquele jovem homem.

  Ele apenas queria que o ônibus chegasse o mais rápido possível, mas ele estava tão ansioso e afoito que não esperou mais nenhum minuto, e saiu correndo.

  Dumisani com o sangue fervendo em suas veias, correu o mais rápido que podia. Semáforo aberto, carros e caminhões a cada segundo passando pela avenida, não foi capaz de impedir aquele pai afoito a atravessar, o homem com sua mochila nas costas, sentindo aquela dor nos ombros pelo peso de suas roupas de troca na mochila, cruzou a rua como se fosse uma corrida das Olimpíadas, e continuou a correr, e não parou por nenhum momento.

  Chegando no hospital, foi direto no balcão da recepcionista hospitalar, e sem conseguir falar uma sequer palavra, pois não havia fôlego suficiente, ele precisou respirar por 2 minutos para recuperar o fôlego que ele depositou por completo naquela corrida de 5 quilômetros.
  Suspirou fundo!

- Sem entender nada, a recepcionista lhe pergunta.

— Senhor? Posso lhe ajudar?

Si-Sim - Respondeu ele como quase não conseguindo terminar de falar a palavra "Sim".

— Em que eu posso lhe ajudar senhor? Min.. Minha filha está aqui senhorita, minha mulher veio dar á luz neste hospital. - Suspirou o ar com toda a força, com expressão facial de exausto.

— Okay senhor, poderia dizer o nome de sua esposa por favor?

- Sim, Deborah.

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