SEIS

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Neste momento Deborah se vira, desprende Amala do cinto de segurança, ela pega a menina no colo enquanto segura sua bolsa e logo em seguida ela fecha o carro e aciona o alarme, se vira em direção a porta de entrada da casa de Joan e Edward, Joan a esperava na porta..

– Entre, fique à vontade.
— Obrigada Joan, com licença.

Ao entrar na casa, Deborah fica deslumbrada com a riqueza de detalhes do Hall de entrada da casa, com um espelho Adnet verniz de frente à porta, e duas poltronas em cada lado, uma cômoda branca entre as poltronas, com detalhes dourados em cada gaveta, quadros de paisagem com bordas também douradas e um alto cabideiro de madeira escura ao lado da porta. Naquele momento Deborah se sentiu mal, por ficar hospedada gratuitamente naquela casa, e mais uma vez ela pergunta.

— Nossa, a entrada da sua casa Joan, é muito linda, os detalhes, os quadros, eu, eu não deveria ficar!
– Obrigada Deborah, os quadros foram o Edward que escolheu, mas por que você não deveria ficar aqui?
— Eu não quero atrapalhar vocês, e ainda ficarei hospedada de graça?

Então Joan fecha a porta, a tranca e logo em seguida se vira para Deborah com um sorriso no rosto e lhe diz..

– Deborah, quero que você saiba que eu já passei por isso antes, antes de conhecer o Edward, eu fui traída e abandonada pelo meu ex marido, e eu fiquei sem rumo, minha mãe vive na Flórida, minha salvação foi ter conhecido o Edward. Então saiba que eu sei o que é ser abandonada, e eu sinto que você é uma boa pessoa, jamais deixarei você dormir dentro de um carro, com uma criança, e não poder se sentir confortável, e sofrer por não ter ninguém pra lhe ajudar. Vou te repetir algo, você não está nos incomodando, eu que tenho medo de você não se sentir à vontade, só peço que você fique tranquila, e pode acreditar que tudo vai melhorar tabom?!

Naquele momento Deborah se debruça em lágrimas com Amala dormida em seu colo, e agradece a Joan com as palavras pausadas e pesadas pelo choro. Deborah nunca imaginou encontrar alguém com tanta bondade assim.

Então Joan e Deborah se abraçam, e ainda no colo de Deborah, Amala começa a se mexer.

— Bom, acho que preciso colocar essa mocinha aqui na cama.
– Ah é claro, me desculpa.
— Que isso Joan? Não se desculpe jamais, a gente ficou aqui conversando e eu nem me lembrei que ela estava no meu colo. - Deborah fala com risadas pausadas.
– Venha, vou te mostrar o quarto de hóspedes.

Então Deborah com o mínimo de barulho possível, ela se levanta sem fazer movimentos bruscos para não despertar Amala, e ela segue em direção de Joan. No caminho ela repara no corredor e na escadaria que leva aos quartos, que estes ficariam no andar de cima da casa, Joan sobe as escadas e Deborah a segue, e sempre olhando em volta e admirando a organização e os detalhes à sua volta.

– Aqui está.. - Joan abre a porta do quarto, uma porta de madeira com acabados em branco. Deborah então entra no quarto e fica ainda mais encantada.

– Aqui você e Amala dormirão, é o quarto de hóspedes favorito do Edward, espero que você fique confortável minha querida.

— Uau Joan, este quarto é maravilhoso, de verdade que posso ficar aqui?

– É claro, olha, aqui fica o banheiro, aqui é o guarda-roupas, ali fica a penteadeira, os lençóis eu lavo toda semana, assim que pode ficar tranquila que está tudo limpinho.

— Obrigada Joan, ainda não sei como te agradecer, é tudo perfeito. - Deborah agradece enquanto coloca a menina na cama.

– Fico feliz Deborah, agora descansa, amanhã eu te ajudo a pegar suas coisas no carro tabom?!

— Muito obrigada Joan.

– Ah e antes que eu me esqueça, meu quarto fica de frente pra sala lá em baixo à esquerda, são duas portas grandes, qualquer coisa que você precisar, pode me chamar, ou então me grita daqui de cima que eu escuto.

— Ah okay, pode deixar que chamo sim, mais uma vez obrigada Joan, de verdade mesmo.

– É um prazer, você está com fome? Posso preparar algo caso você queira comer antes de dormir.

— Não Joan, não precisa se incomodar com isso. eu vou dormir agora que estou bem cansada e amanhã eu como alguma coisa.

– Então tudo bem, vou te deixar descansar agora, boa noite Deborah, descansa, quando o café tiver pronto pela manhã eu te chamo.

— Obrigada Joan.. - Deborah abraça a Joan com muito apego.
— Obrigada por ajudar uma estranha que ninguém quis ajudar, não sei como te pagar tudo isso.
– Está tudo bem, você poderia até ser uma assassina e eu te trazendo pra minha casa, eu nem pensei nisso. - Ambas começam a rir..
— E se você fosse uma Serial Killer que estivesse trazendo eu e minha filha pra sua emboscada? - Elas gargalham alto com a situação.
- Amor, já é tarde, vem pra cama, consigo ouvir vocês rindo lá do quarto.
– Já estou indo meu bem. Ops, esqueci que é tarde, ai eu precisava rir um pouco, Edward é muito apressado pra dormir.
— Ele tem razão, vai descansar também Joan, obrigada de novo.
– Bom, então até amanhã, boa noite.
— Boa noite Joan, até amanhã.

Joan então fecha a porta, e Deborah se senta na ponta da cama, olha para trás e observa atentamente à forma em que Amala dorme, a respiração da menina, o silêncio da noite tomava conta da casa, Deborah então começa a olhar em volta do quarto, e observa com atenção os detalhes daquele quarto. A cama de casal, espaçosa, confortável e branca, o chão amadeirando, que brilhava de tão bem limpo e envernizado, as cortinas longas e brancas que ocupavam toda a parede onde ficavam as janelas, o lustre brilhante que acompanhava o branco das paredes, Deborah se sentiu bem naquele ambiente. Enquanto ela observava à sua volta, ela pensava em qual seria o próximo passo que ela teria que dar, pois ela não iria ficar na casa de Joan para sempre, ela sabe que precisa pensar na próxima fase de sua vida.

AMALAOnde histórias criam vida. Descubra agora