OITO

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8 MESES DEPOIS


Telefone toca.
— Alô? - Olá, Deborah?
— Isso, eu mesma, o que deseja?
- Bom, olá, muito prazer, me chamo Min-jun, sou diretor executivo da Dellzone, empresa de transportes acondicionados. Faz exatos 8 meses atrás, recebemos uma ligação sua, para uma vaga na secretaria de nossa empresa, e gostaríamos de convida-la para uma entrevista amanhã, a senhorita ainda deseja essa vaga?

— Nossa, eu pensei que vocês nunca me ligariam, havia até mesmo perdido as esperanças. Claro que sim, com certeza eu irei.
- Ótimo, nos vemos às 10:00 horas, pode ser?
— Perfeito, às 10:00 estarei aí. - Bom, então nos vemos amanhã senhorita, tenha um bom dia.
— Obrigada.

  Em um pulo, Deborah se levanta a gritos de alegria, chama por Joan, e Joan sem entender absolutamente nada, pergunta o que havia ocorrido.
Em pura euforia e lágrimas de felicidade, Deborah lhe conta o que havia acabado de ocorrer..
- Suspirando e com lágrimas nos olhos, Deborah
repete o nome de Joan enquanto pula pela sala da casa como uma criança..
— Joan, Joan, Joan.. - O que aconteceu Deborah?
— Se lembra da empresa que você me indicou para pedir vaga de emprego a meses atrás? - Sim, me lembro, por quê?

— Eles me chamaram para uma entrevista amanhã às 10:00 horas!
- Deborah que notícia maravilhosa, essa vaga já é sua. Vou fazer um jantar maravilhoso hoje para comemorar essa notícia, você merece tanto minha querida.
Joan abraça com muito carinho a Deborah.

Já se passaram 9 meses desde que Deborah e Joan se conheceram, Deborah permaneceu vivendo em casa de Joan, pois não havia outro lugar melhor, Joan, durante todos esses meses, foi atenciosa e uma grande amiga. Para Deborah, não havia explicações, de uma estranha em um parque de diversões, para uma amiga que abriu as portas de sua casa, para uma estranha viver com sua filha sem ao menos cobrar por isso. Deborah sempre será grata por tudo que Joan fez por ela e por sua filha.

  No dia seguinte, Deborah se levantou cedo, foi a primeira em acordar, Amala dormia profundamente, ainda eram 4 horas da manhã, mas a ansiedade de Deborah, não a deixava dormir mais.
  Então se levantou da cama, foi tomar um banho, a noite estava quente, as janelas do quarto estavam abertas, mas não entrava vento fresco, um calor seco e sufocante. Deborah fala sozinha no banheiro enquanto se banhava, pensando em como seria sua entrevista de trabalho, ela pensava em como iria lidar com tudo sozinha, ainda sem sinais de Dumisani, mas ela não perde as esperanças de que conseguirá esse emprego, e finalmente sairá da casa de Joan, Deborah não estava se sentindo à vontade, pois ela estava ali sem pagar nada, mesmo que Joan nunca a cobrasse, Deborah se sentia aflita por comer e dormir de graça.

— Acho que estou ansiosa demais. - Deborah exclama em tom baixo enquanto olha pela janela, e apenas consegue ver as luzes do quintal da casa. O bosque estava completamente escuro, não era possível ver absolutamente nada.

  Deborah então, vestiu suas roupas e se sentou na beira da cama, próximo da pequena Amala, ali suspirou enquanto olhava e acariciava os cabelos enrolados da menina, aquele rostinho tão delicado e suave.

— Você não merecia passar por tudo isso meu amor, a mamãe vai conseguir esse emprego, e a gente vai poder ir para outro lugar, apenas nós duas, eu te prometo. - Deborah diz em tom aveludado, enquanto olha para a menina.

  Então, ela se deita ao lado da menina para tentar dormir mais um pouco, mas não consegue, a ansiedade que tomou conta dos seus nervos, a deixavam sequer, fechar os olhos.

  A hora foi se passando, e o despertador toca, Deborah se levanta com um pulo, ela havia dormido sem perceber, 7:30, era a hora de acordar a menina para ir a escola, agora, acompanhada de sua melhor amiga Ariana.

  Então Deborah desperta Amala, lhe dá um banho, lhe veste, e lhe serve o café da manhã. Agora, Amala sempre ia acompanhada de Ariana, já que agora, ambas estudavam no mesmo colégio, então Edward, sempre as levava para o colégio juntas.

  Deborah então, se arruma ansiosamente para a entrevista de trabalho, ela estava contando os minutos e segundos, era quase a hora de ir, a empresa ficava a poucos quilômetros dali, ela então, veste sua saia preta e uma camisa branca, calça seus pares de sapatos pretos de bico fino, pega sua bolsa, desce as escadas rapidamente..

— Joan, estou bem assim?
- Tá parecendo uma zebra. – Joan responde com gargalhadas.
— Sério? O que eu coloco então?
- É brincadeira Deborah, vai, pode ir, e lembre-se de respirar fundo antes de entrar na sala para a entrevista.
— Tudo bem, não vou esquecer, estou indo, obrigada por tudo Joan.
- Vai, corre, toma cuidado no trânsito.
— Irei. – Deborah grita de longe para Joan.

  Então ela vai, já eram 9:06, ela vai com toda pressa para a empresa, enquanto dirige, o telefone toca..
— Pois não?
- Deborah, aqui é Min-jun, muito bom dia, estamos te esperando aqui.
— Estou a caminho senhor Min-jun, estou no trânsito, logo estarei aí.
- Certo, até logo.
— Até.

  Tudo estava indo como o planejado, Deborah não via a hora de chegar no lugar, ela queria ser contratada o mais rápido possível.

  Após 20 minutos, ela chega, um prédio enorme, ela estaciona o carro no estacionamento do prédio, pega o elevador, e sobe para o 6° andar onde ficava o setor em que ela trabalharia, quando ela sai do elevador, logo de cara ela encontra o senhor Min-jun. Um homem lindo por sinal, alto, com cabelos lisos e pretos, o rosto era muito marcante, e por sinal, a voz ouvindo pessoalmente, era ainda mais bonita.

- Deborah? 
— I-isso mesmo, sim, sim, eu mesma. – Ela responde pausadamente e afoita.
- Bom, meu escritório está logo ali, vamos? Temos muito que conversar.
— Claro.
- Vamos então, fique à vontade.

- Muito obrigado por nos telefonar, recebemos muitos telefonemas, e por isso teve essa demora, você nos telefonou e enviou uma carta, analisamos seu pedido de vaga,.. eu pessoalmente quis te entrevistar.

Deborah respira fundo, enquanto olha Min-jun, antes de entrar, ela respira fundo uma vez mais, pois ela sabe que teria que estar a mais calma possível, para dizer as palavras certas para conseguir aquela vaga.

AMALAOnde histórias criam vida. Descubra agora