Acordar é um evento cotidiano que, por conta do número de repetições que o fazemos, acaba se tornando banal. Para o jovem Hizashi, de 16 anos, não era diferente.
Com exceção daquela manhã.
Quando abriu os olhos e deu de cara com um teto alto, iluminado pela luz matinal, que adentrava o cômodo pelas enormes janelas do apartamento... que ele definitivamente nunca tinha visto ou estado em toda a sua vida.
Como era esperado, o rapaz acordou no susto, pulando da cama (ou, na verdade, do sofá da sala) e girando a cabeça uma quantidade absurda de vezes a fim de tentar reconhecer que lugar era aquele ou o que estaria acontecendo naquela manhã. Não identificou nada que lhe fosse familiar, apenas enormes paredes em tijolo rústico, com discos de ouro pendurados ao redor da grande janela principal. Também haviam vários instrumentos espalhados pelos cantos, que não pareciam ter nenhuma ordem ou organização específica, mas que nem de longe configuravam uma bagunça (bom, pelo menos, não em sua opinião). CDs, vasos de plantas, papéis e canetas espalhadas por todos os lados, mais CDs, alguns cobertores com o que pareciam ser pelos de gato em meio aos fios, sofás e pufes com estampas de gostos duvidosos, uma pelúcia de um rapaz de cabelos relativamente grandes e óculos engraçados que o jovem Hizashi não sabia quem era, tapetes enormes, mais CDs...
Independente de onde estivesse, o menino de cabelos loiros tinha uma certeza: quem decorou aquele cômodo tinha um enorme bom gosto.
Apesar de ainda estar assustado e um pouco confuso, aquele ambiente lhe parecia ser extremamente reconfortante. Yamada o admirou por mais alguns segundos, apreciando cada detalhe do local, até ouvir alguns sons que vieram de outro cômodo: sons que se assemelhavam a alguém cozinhando.
Caminhou na ponta dos pés tentando seguir o som até se deparar com uma cozinha tão extravagante quanto a sala. Panelas e louças coloridas (que não faziam nenhuma questão de combinar entre si), uma geladeira lotada de fotos e imãs decorativos, e vários outros elementos que chamaram sua atenção... Pelo menos até seus olhos encontrarem um homem de pé no meio do cômodo, ainda de costas para si.
Era um tanto quanto alto, cerca de 185 cm de altura. Enormes cabelos loiros, que estavam presos em um coque despojado, o que permitia que algumas poucas mechas caíssem ao longo de seu corpo magro e esbelto. Quanto ao vestuário, trajava uma calça de moletom cor-de-rosa e uma regata cinza, que estava escondida debaixo de um avental. O homem cantarolava uma canção (que, por algum acaso, o visitante conhecia e identificou como "Nillili Mambo" do Block B) enquanto fazia ovos mexidos diante do fogão.
O mais novo o observou por algum tempo até criar coragem para lhe dirigir a palavra:
- Ahn... Oi, eu... - ele começou a dizer, mas se interrompeu no mesmo momento em que o mais velho se virou em sua direção e Hizashi percebeu que ele tinha um rosto exatamente igual ao seu, salvo diferenças extremamente sutis, sendo, a principal delas, um bigode.
Não poderia ser coincidência. Como outra pessoa seria tão igual a ele? Era quase uma réplica, desde a aparência até os gostos e jeitos de se portar, se vestir... Era quase... Como se estivesse olhando para si mesmo.
O visitante permaneceu boquiaberto, enquanto o mais velho apenas sorriu um grande sorriso antes de cumprimentá-lo.
- Good morning, my dear!! [Bom dia, querido!!]
…
O que estava acontecendo ali?
[Continua]
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Some things never change (EraserMic)
FanficO que você faria se, um dia, acordasse no futuro? E o que você faria se encontrasse consigo mesmo, 15 anos mais velho? Bom, por alguma razão, Hizashi e Shouta tiveram a oportunidade de ir à esse encontro e fazer algumas perguntas que mudariam, para...