Confiança entre amigos

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Harry se viu sentado em frente a Cedrico na mesa, uma caneca quente de chocolate em suas mãos. De alguma forma segurá-la, bebericando o líquido quente, ajudou com os tremores persistentes de seu ataque de ansiedade. Ele nunca os sentiu se dissipar tão rapidamente.

"Então, Harry," Cedrico finalmente disse, pousando sua caneca, "eu estou supondo..."

Harry empalideceu, sabendo pelo olhar de preocupação sincera que Cedrico estava prestes a fazer perguntas que ele não queria responder. Exceto que parte dele queria contar, finalmente descarregar cada segredo. No entanto ele não o fez, permanecendo em silêncio e olhando para uma mesa.

Ele não podia. Ele não sobrecarregaria Cedrico com a verdade, e não arriscaria destruir qualquer estranha amizade que tivesse se desenvolvido entre os dois. Ele precisava de Cedrico, não apenas como apoio para o torneio, como amigo.

"Estou bem Cedrico," ele finalmente disse, olhando para cima para encontrar os olhos do garoto mais velho.

"Não," Cedrico balançou a cabeça com firmeza. "Você não está bem Harry. E eu não vou pressioná-lo a falar sobre qualquer coisa que você não queira, mas há coisas sobre as quais você não está falando. Estou aqui, se quiser que alguém ouça. Estou aqui."

Harry desviou o olhar, não confiando em si mesmo para encontrar o olhar de Cedrico por mais tempo, "Realmente, eu só... fico ansioso, sabe? Me desculpe, eu nem sei o que... desencadeou tudo isso. Suponho que seja apenas o estresse de amanhã, na verdade, qualquer coisa teria me detonado."

"Primeiro," Cedrico disse lentamente, inclinando-se para descansar o queixo nas mãos, "Você não tem nada para se desculpar. A ansiedade não é vergonhosa, embora eu deseje que você perceba que estamos todos aqui para ajudá-lo."

Ele olhou para seu chocolate desanimado franzindo a testa, "Sim, é." Harry murmurou num suspiro, as palavras duras de seu tio ecoando no fundo de sua mente. Ele havia aprendido a compartimentar especificamente para lidar com a ansiedade, era uma fraqueza perigosa na casa dos Dursleys.

"Quer tentar falar?"

"Ansiedade," Harry cerrou os dentes. "Me deixa fraco. Eu odeio... eu odeio isso."

"Harry," Cedrico respirou fundo. "Harry olhe para mim, por favor," Harry fez. "Eu sou fraco?"

Harry piscou surpreso, "O que isso tem a ver Cedrico?"

"Bem," Cedrico gesticulou significativamente para si mesmo. "Eu sou?"

"Não..."

"No primeiro ano eu não passei uma semana sem um ataque, Harry," Cedrico disse sem rodeios, encontrando seu olhar. "No segundo ano foi pior. Foi assim até o terceiro ano, quando ficou melhor."

Harry o encarou, incapaz de ignorar a franqueza nas palavras de Cedrico, "O que mudou?" Ele perguntou finalmente, sua voz suave.

"Eu consegui ajuda," Cedrico sorriu. "Entrei para o Quadribol, na verdade. Deu-me uma válvula de escape e um espaço para ser vulnerável. Meus colegas de equipe ficaram muito impressionados com meu ódio por mim mesmo, me mandaram para a professora Sprout. Ela começou a me aconselhar toda semana, me ensinou a acreditar em mim mesmo, me ensinou a lidar com o medo. E aqui estou eu. Eu ainda falo com ela, pelo menos uma vez por mês. E ainda tenho ataques, às vezes. Mas pode melhorar Harry."

Amare: Juro Amor Perpétuo Onde histórias criam vida. Descubra agora