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𝖢 𝖠 𝖯 Í 𝖳 𝖴 𝖫 𝖮 5
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𝖴𝗆 𝗍𝖾𝗆𝗉𝗈 𝖼𝗈𝗆 𝗏𝗈𝖼𝖾̂

[...]

Poucas pessoas estavam presentes no Shopping, a maioria delas despediram-se cedo demais e voltaram à suas casas, outras foram até o bar e curtiram a noite um pouco mais. As caixas de som foram desligadas e as vozes das pessoas conversando era o único som vivo depois de todo o estardalhaço.

Eddie guiou até a saída, ignorando os amigos, que o gritava diversas vezes, eles reclamaram ao pensar que o mais velho iria abandoná-los e fazer com que fizessem todo o trabalho de arrumar as coisas de novo.

Continuou em frente, devagar, e parou quando a viu no estacionamento, enxarcada com a chuva, que agora caía violentamente. Ele desceu as escadinhas da entrada e começou a se aproximar dela, correndo. Seus cabelos bateram em seu rosto enquanto corria e jurou ter os xingado de vinte formas diferentes na cabeça.

Pousou sua mão no ombro da garota e a puxou, para olhar em seu rosto, gotas de chuva deslizavam pelo mesmo, percebeu que seus olhos estavam vermelhos e levemente fechados, e pôde perceber que a garota esteve chorando.

Durante um longo tempo, tudo o que os dois conseguiram fazer foi se entreolharem fixamente, imóveis. Eddie não havia dito sequer uma palavra, sequer uma pergunta. Nunca fora bom em palavras de conforto. Emily desviou o olhar e começou a fitar o chão, deixando lágrimas salgadas descerem, antes de começar a falar com dificuldade.

ー Dustin me ligou....

Ele soltou o ombro da garota e começou a prestar atenção em suas palavras, em suas expressões, atentamente. A mente de Emily foi invadida por lembranças do verão que passara com a mãe, risadas por bobeiras que as duas faziam, e começou a gaguejar, apertando os olhos com força, aquilo doeu em Eddie, que pôde sentir os olhos arder, mas ele não choraria, não por isso.

ー ....e...disseram que hoje cedo....ela...ela tinha...

No entanto, o sentimento persistia, apesar do seu esforço, ela começou a soluçar, abaixou a cabeça para o chão e fechou os olhos, novamente se deixando ser consumida pela dor.
Sem trocar mais nenhuma outra palavra, ele os aproximou, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e envolveu-a com os braços, puxando-a para mais perto. Abraçaram-se com força, tornando aquele momento real, ambos deixando o orgulho de lado e entregando seus sentimentos para que o vento os levasse.

Ficaram assim durante um longo tempo, a garota pôde sentir o cabelo do companheiro totalmente encharcado e se desculpou mentalmente por isso, até que ele por fim afastou-a um pouco a fim de olhar para ela. Mais de perto, pôde ver o quão bonita a garota ficava quando chorava, e se desculpou mentalmente por pensar isso em um momento como esse. Sorriu, sem mostrar os dentes e apertou levemente os olhos, em uma forma de conforto. Pegou nas mãos da garota e deu um passo a frente.

ー Vem, eu vou te levar em casa.

[...]

Dustin já estava do lado de fora da casa quando chegaram, estava sentado em um dos degraus da escada que levava até a porta. Levantou a cabeça quando os viu chegar e olhou a prima com receio. Não se importou com a chuva e correu até ela, abraçando-a. Ela passou as mãos pelos cabelos do garoto e suspirou.

ー ...eu sinto muito, Emy.

Disse o garoto, com a voz abafada, por estar tampando o rosto em sua roupa. Quando a soltou, olhou diretamente para Eddie, e sentiu, mesmo que por poucos segundos, um dejavu e se perguntou quantas vezes ele iria a "salvar".

𝐋𝐄𝐓 𝐌𝐄 𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓 - 𝙀𝙙𝙙𝙞𝙚 𝙈𝙪𝙣𝙨𝙤𝙣Onde histórias criam vida. Descubra agora