Cap. 10

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   ( 🏹 )

  Assim que o general anunciou a promoção de dois dos Agentes que faziam parte do meu grupo, algo como raiva acendeu em mim.

   Dois meses.

   Faziam dois meses, que eu me destacava em todas as malditas missões. Eu não me importava de ganhar menos que meus companheiros, mesmo que eu tivesse feito maior parte do trabalho.

   Mas...

   Dois Agentes que não se destacavam de repente elevando de nível? O ódio estava estampado em meu rosto, assim como humilhação. Saí da sala de reuniões sem sequer pedir permissão.

   Corri em direção ao único lugar que me fazia se sentir segura. A lua já brilhava no céu, e eu sabia que ninguém me atrapalharia.

   Assim que os guardas que me reconheceram, imediatamente abriram passagem. Entrei dentro da biblioteca e esperei que fechassem as portas. Andando apenas três passos para frente, eu gritei com o pouco de voz que eu ainda tinha.

   A raiva, ódio e injustiça me consumia a cada milésimo de segundo. Eu estava cansada de tudo aquilo. Terrivelmente exausta. Lágrimas pesadas invadiam meus olhos, e eu as forçava voltar para onde infernos elas saíram.

   — Qual o motivo da sua raiva loirinha?

   A voz de Azriel ecoa pelos corredores, me assustando. Bom, é claro que eu sabia que ele vinha aqui todas as noites, mas imaginei que ele estivesse em missão.

   Retiro minha mais recente aquisição do bolso e encontro o contato de Azriel, e digito uma mensagem.

   "Dois meses me destacando e ainda sim não é o suficiente para ganhar uma promoção. Enquanto Agentes que são Agentes há uma semana e nem são tão bons assim sobem de níveis tão rápido quanto um tiro de sniper"

    Azriel arqueia as sobrancelhas enquanto lê minha mensagem. Ringswen acaba suspirando e negando com a cabeça.

   — Não entendo como não ganhou uma promoção no seu primeiro dia.

  Arregalo os olhos e balanço a cabeça como quem concorda com o que ele diz.

  "Tentei questiona-lo sobre isso, e agora preciso fazer milhares de exames idiotas que somente eu faço, e dormir em um quarto espelhado como um paciente em uma clínica psiquiátrica, enquanto velhos me assistem"

   — Eu acho isso tão idiota. Aposto que se você faltasse em uma missão seu grupo não sucederia.

   Olho para Azriel e começo a sorrir de canto. Ele me encara em aviso, o que me faz sorrir ainda mais.

   — No que você está pensando?
  
   "Não seria interessante se eu faltasse a próxima a missão?"

   Azriel ri ironicamente.

   — Alguém parece estar querendo quebrar as regras, hum?

  Reviro os olhos enquanto cruzo os braços e observo a luz do luar através das cortinas.

   — Me dê seu celular — pediu Azriel.

   Sem questionar, entrego meu celular a ele, que digita rapidamente algo. De repente, uma música começa a tocar, saindo do telefone.

   Azriel procura por algum lugar disponível e posiciona o celular ali. O olho em confusão, e ele apenas ri, estendendo a mão para mim.

   — Vamos, dance comigo.

   Encaro seriamente Azriel na escuridão quando ele praticamente me arrasta pela biblioteca e começa a me movimentar em um ritmo que desconheço.

   Tento enxergar meus pés, ou onde devo segurar, quando sinto uma de suas mãos mal encostando em minha cintura, enquanto outra mão levanta meu queixo para cima.

Born To Kill : Nascida Para MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora