Benignos - Libertação ||ji•kook||

Ações inconclusivas

Jimin's POV

Tudo parecia tão frio de repente, mas eu continuava caminhando naquela floresta rubra, não havia sons a minha volta, porém, ainda sim eu conseguia perceber a presença de algum tipo de sussurro na penumbra da noite, estava longe, mas meus ouvidos foram sensíveis o suficiente para captar o barulho baixo de uma voz desconhecida, mesmo que eu não conseguisse entender o que ela dizia.

Eu não sabia onde eu estava ou como tinha ido parar ali, sentia dificuldade até de me lembrar quem eu era, mas eu sabia que precisava continuar andando, sozinho e com medo, queria correr, mesmo sem saber do que eu poderia estar fugindo, mas a sensação de temor aumentava a cada passo, e a floresta em minha volta parecia querer me engolir, tudo estava ficando cada vez mais escuro.

Queria chamar por ajuda, entretanto, eu não conseguia me lembrar do nome de ninguém que pudesse vir me socorrer, eu apenas podia continuar andando em frente, seguindo algum tipo de trilha que talvez me levasse a luz, mas a escuridão completa estava mais próxima agora, estava me cercando e eu me via cansado demais para continuar andando...

Então eu somente parei de caminhar, encarei o caminho em minha frente e questionei a ele o motivo de eu estar ali, nada foi respondido como eu esperava, mas alguma coisa saiu da escuridão e eu senti quando ela me tocou e me empurrou para longe.

E foi quando eu abri os olhos, me sentando sobre minha cama e enfim despertando daquele sonho estranho.

Meu quarto parecia tão gelado quanto o ambiente do meu sonho, mas ao contrário do cenário que encontrei em minha mente, a realidade não parecia tão solitária, o cômodo estava iluminado por uma abajur e eu conseguia visualizar o mural de fotos minhas com vários amigos da vila em frente a minha cama, porém, a sensação de não estar sozinho não vinha disso, e sim de uma estranha névoa que flutuava em volta da minha cama.

Encarei aquilo com a mais profunda estranheza, mesmo que meus tenha lidado com o sobrenatural em minha vida toda praticamente, mas aquela nuvem acinzentada eu não conhecia, e muito menos o porquê dela estar dentro do meu quarto, porém, sem que eu precisasse questionar, algo falou comigo:

— Me siga... — Ouvi uma voz doce e gentil sussurrar próxima ao meu ouvido, e tudo se tornou escuro novamente.

[...]

Quando despertei novamente, meu corpo estava deitado sobre uma superfície dura e desconfortável, me assustei quando entendi que eu estava dormindo no chão, mais precisamente dentro do galpão que Yoongi usava para guardar a máquina de Chanyeol e as pinturas... Eu não me lembrava de ter caminhado até ali, e muito menos de ter resolvido deitar no chão.

O lugar estava escuro, por ser no meio da noite e os meninos não estarem presente também, porém, a luz da lua entrava pelas frestas da madeira que compunha as paredes eo teto do galpão, eu podia enxergar o cômodo parcialmente, e me levantei confuso, olhando para todos os lados em busca de uma resposta que explicasse esse meu sonambulismo repentino.

Mas não encontrei nada relevante, somente a máquina de Chanyeol que estava bem em frente ao local em que eu estava deitado anteriormente, tanto que ela me chamou atenção:

Encarei a máquina por mais tempo do que o necessário talvez, e um desejo de entrar nela novamente surgiu com mais intensidade, quando dei por mim, eu estava vestindo os trajes de proteção e ligando o portal, eu não me lembrava de Chanyeol ter me ensinado aquilo, mas minhas mãos se moviam quase que instintivamente sobre o teclado da máquina, me levando a abrir o portal sem qualquer auxílio do criador da mesma.

Eu adentrei o portal, sendo levado por um impulso que eu sequer entendia, e mais uma vez, eu apaguei completamente depois desse momento.

[...]