A madrugada entrou forte, e Sakura seguiu chorando tanto que o travesseiro ficou molhado. Seus pensamentos lhe atormentavam. Sem entender exatamente o motivo do seu sofrimento, ela perdurou em uma confusão interna enorme. A única coisa que ela conseguiu fazer em meio ao pranto, foi mandar uma mensagem para o Kakashi dizendo que estava cansada, mas que havia chegado bem e amanhã ligaria para ele.
Ela estava naquele quadro em que a pessoa chorou tanto, mas tanto, que se sente cansada, que o nariz está totalmente entupido e só se consegue respirar pela boca, que os olhos estão ardendo como pimenta e que o peito dói, já sem ar. Já tinha babado e gritado com a boca abafada no travesseiro. Perguntava-se porque se sentia assim.
Ela estava feliz, ela era feliz, como Sasuke havia escrito na mensagem. Kakashi a fazia feliz, ela tinha seu filho a quem amava mais do que a ela mesma, ela tinha seu trabalho que a realizava.
Sasuke tinha razão, ela era feliz, então o que estava acontecendo? E aquela música? Sim, ela se lembrava de quando eles dançaram na areia da praia enquanto aquela música tocava. Ela se lembrava de cada beijo e de cada palavra que eles trocaram e do amor que fizeram a luz de uma tocha naquela praia deserta, tinha sido um dos momentos mais especiais de sua vida. Eles foram tão felizes. Ele usou de covardia mencionando aquele momento maravilhoso para mexer com ela, para fazê-la sentir saudade, saudade de uma época, saudade de uma Sakura que não existia mais e saudade dele, do Sasuke, do homem por quem ela se apaixonou um dia. Infelizmente, esse mesmo homem depois a decepcionou e fez ela sentir todo o tipo de dor que se é possível. Dor física, humilhação, desfeita.
Horas de lágrimas que a fizeram imaginar que todas tinham secado, pois não conseguia mais chorar e finalmente adormeceu.
Demorou a acordar naquele dia. Quando acordou, se espantou com sua cara no espelho, estava terrivelmente inchada, ficou sem jeito até de sair do quarto e encarar os amigos com aquele nariz e com os olhos que mal se abriam. Tomou um banho e colocou uma roupa para ir ver o pai no hospital. "Muito bem!" Essa era a desculpa perfeita, tinha chorado por causa do pai. Que pecado mentir assim com coisa séria, mas não tinha escolha, afinal.
— Bom dia Tema. — Temari já estava no computador trabalhando e Shikamaru já tinha saído. Ela se sentiu aliviada, um a menos para ver aquele rosto intumescido.
— Bom dia amiga! Nossa, seu rosto, o que foi? — perguntou, se aproximando da amiga com olhar preocupado.
— Ah, eu fiquei apreensiva pensando no meu pai e chorei um pouco — falou, disfarçando e pegando uma xícara de café. — Não se preocupe, não é nada.
— Chorou um pouco? Pra mim parece que chorou a noite inteira. — Temari ficou parada com as mãos na cintura fitando a amiga. — Fala a verdade, Sakura. Se abre.
— Não é nada. — Tomou o café da xícara bem rápido pra poder sair logo. — Estou indo para o hospital ver o senhor Kizashi. — Deu uma risadinha sem graça.
— É melhor mesmo, Sakura, e depois melhor já voltar para seu marido — disse, voltando ao computador.
— Sim, até mais tarde. — Pegou sua bolsa para sair. — Vou chamar um táxi lá embaixo.
(...)
No hospital, Sakura teve boas notícias, ela encontrou a mãe, que viu seu rosto e também ficou espantada.
— Nossa, filha! Não precisa chorar assim, seu pai está bem. — Abraçou a rosada com amor e saudade. — Que bom que você veio, ele está louco pra ver você. Acordou hoje de manhã e eu falei que você vinha. Os médicos disseram que isso seria perfeito para a recuperação dele.
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Isso é Amor?
RomanceSakura se casou com seu grande amor, mas a felicidade não durou muito tempo. O ciúme e a obsessão de Sasuke substituíram o carinho e o respeito. Sakura, após se ver perdida dentro de um relacionamento abusivo, tem a chance de recomeçar a vida, mas s...