Isso é Amor?

Isso é Reconciliação?

Kakashi tentou telefonar para Sakura muitas vezes naquele dia e suas ligações caíam, como se estivessem sendo rejeitadas. Ele, então, telefonou para Shikamaru, não queria ser chato e inconveniente, mas não tinha a quem recorrer para saber se ela estava bem.

— Kakashi, eu realmente imagino que ela esteja bem, não vai embarcar hoje à tarde?

— Sim, ela me mandou uma mensagem mais cedo, mas eu não consegui responder na hora.

— Fica tranquilo, ela está na casa da Tenten, mas vou fazer assim, tentarei falar com ela e, qualquer informação, entro em contato, ok?

— Obrigado, Shikamaru.

Kakashi desligou e procurou não ficar com coisas ruins na cabeça, não queria pensar que algo de errado estava acontecendo, Sakura deveria estar se divertindo, aproveitando os últimos momentos no Brasil, ele estava sendo exagerado.

(...)

Sakura havia mesmo rejeitado as ligações do marido, como ela poderia atendê-lo naquelas condições? Seria muita falsidade conversar com ele e em seguida se encontrar com o Sasuke, que acabaria sabendo da verdade sobre o filho antes do próprio Kakashi.

Sakura já tinha pensado naquele assunto muitas vezes, pensado se seria mesmo possível Kakashi não desconfiar da paternidade da criança, mas como ele poderia imaginar que Sakura havia feito sexo com Sasuke durante aqueles dias de sequestro? Isso era inimaginável, ele nunca teria sequer cogitado algo assim. O garoto poderia ter puxado aquela aparência de algum parente distante dela, pois na família de Kakashi todos os homens tinham os cabelos acinzentados, não eram grisalhos pela idade, e sim por uma condição genética.

Sakura não conseguia parar de olhar para Sasuke, que dirigia com um pequeno sorriso nos lábios.

Ah, como ela o amava!

Era inacreditável depois de todo aquele tempo estar ao lado dele.

— Onde estamos indo, Sasuke? — perguntou, ganhando uma olhada demorada dele.

— Confia em mim, Sakura? — A pergunta tinha um sentido especial, Sakura sabia disso, ele necessitava sentir que ela confiava nele.

— Confio — respondeu.

— Vamos à minha casa.

Sakura não sentiu apreensão, medo, ansiedade, estava decidida a mergulhar de cabeça em suas decisões, havia deixado o aeroporto completamente convicta, queria ter mais tempo com ele e realmente colocar tudo em pratos limpos.

Pensou em Kakashi e em Izuna, isso a incomodou. Olhou o relógio e viu que esse era o horário da decolagem de seu avião, em aproximadamente doze horas estaria chegando na Bélgica, mas havia deixado isso para depois, teria que arcar com as consequências.

— Sasuke, eu quero saber o que você está pensando disso tudo.

— Eu sei, mas vamos chegar primeiro e conversar com calma.

— Eu preciso explicar tudo para você, na cafeteria você não quis conversar.

— Sakura, eu sei que o que você decidiu nesse momento pode estar te deixando nervosa, deixou seu voo partir sem você, todos pensam que você está naquela avião, ninguém sabe que você está aqui comigo, isso pode gerar alguma angústia, nervosismo. — Olhou para ela novamente, seu semblante era totalmente calmo. — Prometo que vamos resolver isso, está bem? — Levou a mão até a perna dela e a pousou com delicadeza.

Sakura não disse nada. Olhou para a frente, a rua movimentada do trânsito de São Paulo. Ele poderia não ter falado nada daquilo, agora sim ela estava nervosa. Ele tinha razão, ninguém sabia onde ela estava, ou melhor, sabiam, sabiam que ela estava em um voo indo para o outro lado do Oceano. No entanto, não estava.