Isso é Vingança?

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O carro de Hidan, conduzido por Sasuke, subiu a rampa do prédio, alcançando a rua. No volante, Sasuke tinha a mente obcecada por vingança, ele não conseguia aguentar a imagem de Sakura com outro homem, pairando em sua mente. As coisas não podiam ser tão difíceis assim, ele só precisava entrar no edifício em que morava e era para lá que ele rumava.

Parando o carro do outro lado da rua, ele podia ver que o funcionário da portaria era um bem simpático, que tratava todos os moradores com muita cordialidade. Sasuke decidiu arriscar e desceu do carro, se aproximou da guarita e cumprimentou o homem com um sorriso simpático.

— Oi! Estou sem meu controle da garagem, poderia abrir para mim, por favor? — disse, apontando para o carro.

— Bom dia, senhor Uchiha, claro que abro!

Sasuke não sabia como a polícia procedia nesses casos, e se perguntava se teriam ido até o prédio, interrogado funcionários? Ou será que eles não sabiam de nada? Aparentemente tudo estava normal.

Ele entrou no carro e ingressou no prédio.

Sasuke caminhou apressado pela garagem olhando para os lados e chamou o elevador. No caminho de casa ele havia passado em uma loja de ferramentas e comprado uma chave micha mestra para abrir fechaduras. De posse de seu equipamento, ele se aproximou de sua porta com cautela, se abaixou e inseriu o tensor na base do ferrolho girando com delicadeza para os lados tentando descobrir o segredo dos pinos dentro do tambor. Ele repetiu o procedimento algumas vezes, inserindo depois a gazua tentando tatear os pinos. Ao ouvir um barulho, se levantou desconfiado, disfarçando em frente à porta. Um vizinho saído do elevador caminhou pelo corredor e o cumprimentou timidamente, sem nem olhar para ele.

Depois de ver o homem entrar no apartamento no fim do corredor, Sasuke continuou seu trabalho. Era preciso calma para não emperrar a fechadura. Finalmente após alguns minutos, a porta se abriu e Sasuke, em um movimento rápido, entrou no apartamento. Ao fechar a porta ele soltou uma baforada, aliviado.

Tudo estava do jeito que ele deixou. O homem olhou para o ambiente com melancolia, ele gostava dali. Absorto em pensamentos, caminhou pelo apartamento um pouco escuro por estar com as cortinas fechadas, abriu a geladeira e agarrou uma garrafa de leite. Levou diretamente à boca tomando grandes goles do líquido gelado no gargalo. Limpou a boca com a mão e pegou uma maçã, que ele mordeu com fúria, como se nela descontasse um pouco de sua raiva. Seguiu depois para o quarto e trocou de roupa vestindo algo mais com o seu estilo, deixando as roupas de Hidan jogadas no chão. No banheiro ele observou seu rosto machucado e franziu a face, irritado, levando a mão à costela que doía. Apanhou um par de comprimidos para a dor e tomou, aproveitando para jogar água sobre o rosto e nuca. Sentiu os olhos arderem e vagamente se observou, com as mãos apoiadas na pia. Como se um dilema o perturbasse, ele resmungou sozinho, piscando os olhos ardidos.

De volta no quarto, Sasuke abriu a parte superior do armário e retirou uma caixa pequena e discreta, fechada com um pequeno cadeado, com a caixa nas mãos ele andou até o móvel de cabeceira tirando uma pequena chave de uma gaveta. Enfiou a chave no cadeado e abrindo a caixa ele observou em silêncio o conteúdo: um revólver calibre 38 prateado com o cabo preto. Sasuke ficou por um tempo contemplando a arma e um breve sorriso nasceu em seus lábios, ele pegou o instrumento e analisou calmamente, abriu o tambor e pegou a munição que estava junto na caixa.

Sasuke sentiu o sangue pulsar em suas veias e seus olhos, que insistiam em arder, abriam e fechavam sem parar, o suor escorria por sua face trazendo uma sensação de euforia. Ele estava satisfeito com a certeza de que teria sua revanche, não se importava com o que aconteceria depois, a única coisa que ele sentia era um prazer mórbido de se livrar de quem o causou dor, uma dor que ele se recusava a aceitar, uma dor que ele acreditava que poderia desaparecer se ele continuasse com sua incumbência de dar cabo de pessoas que ele acreditava odiar.

Isso é Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora