Sabor inglês.

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Capítulo 65.

A fila ganhava ainda mais pessoas pelo cheiro agradável da comida, era isso que atraia a multidão que aproximava-se do restaurante. Ayla esforçava-se ao máximo e Thomas podia apenas olhar.

-Preparem as bandejas, confiram se está tudo limpo e em seus devidos lugares pois iremos abrir agora!
Exclamava Ayla aproximando-se da porta e puxando Thomas.

-Eu irei abrir as portas ?
Perguntou o rapaz confuso.

-Você abriu as portas para mim muito antes disso, e justamente por isso quero que nessa inauguração seja você o primeiro a abrir estas portas
Explicava a jovem.

-Sendo assim eu aceito com prazer!
Responde Thomas abrindo a porta.

Com as portas abertas, pouco a pouco as mesas iam se enchendo de gente, o restaurante estava cheio, os pratos estavam sendo servidos Steak and Kidney Pie, o prato do dia. Estava fazendo o maior sucesso. Até mesmo dona Abigail provou do prato e gostou bastante apesar de obviamente disfarçar a sua apreciação pelo prato de Ayla.

-Será que tem alguma mesa disponível pra gente ?
Perguntou Charlie acompanhado de Christopher, Sr Carl e Sr Philip.

-Claro que sim, hoje Carrie está ajudando a gente na cozinha então não sei se ela irá sentar com vocês mas deixarei alguns lugares vagos, Thomas está logo alí
Respondeu Marian.

-Não vejo o Adrian em parte alguma
Disse Christopher.

-Ele voltou para Londres, me avisou ainda cedo, ele agradeceu a todos vocês pelo tempo em que passou aqui e lamentou não ter vindo para a inauguração de Ayla. Mas o seu tempo tinha acabado e ele precisava voltar, na verdade ele adiou a sua ida em alguns dias apenas para nos ajudar
Explicou Charlie.

-Realmemte uma pena, ele ajudou bastante a gente a erguer a casa de arte do Thomas, ele merecia estar aqui
Diz Christopher.

Todos acompanharam Marian até a mesa onde Thomas estava, sentaram-se e pediram o prato do dia.

-Não vão se arrepender, minha esposa cozinha divinamente
Disse Thomas.

-Disso todos nós sabemos meu rapaz, dona Abigail perdeu sua melhor cozinheira e melhor funcionária
Disse o Sr Carl.

-A propósito como vai o senhor de saúde ?
Perguntou Thomas.

-Ora, forte como sempre, meu jovem
Respondeu o velho.

-Bom, se o senhor diz eu acredito
Disse Thomas.

As duas horas da tarde Ayla se viu obrigada a fechar o restaurante pois a comida prevista para durar no mínimo o dia inteiro já havia acabado e já haviam gastado parte do estoque.

-Sucesso maior do que o esperado, não é ?
Perguntou Thomas.

-Com toda certeza! Estou extremamente feliz com o resultado
Diz Ayla vibrante com os resultados.

Ayla parabenizou sua equipe e seguiu caminho com os demais para o bar do Sr Carl para comemorarem.

-Um brinde a Ayla e ao seu restaurante!
Diz Charlie.

-Um brinde!
Respondem todos.

Todos beberam, comeram e voltaram para suas casas afim de descansarem do dia corrido.
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-E então, me acompanha ?
Diz Ayla de toalha indo para o banho

-Nem devia perguntar, eu já estava indo
Respondeu o rapaz.

Saindo um pouco de Cotswolds e indo para York. Rachel brilhava na direção das fábricas que outrora pertenceram a Isaac, seu pai. O próprio reconhecia que o talento da filha superava não só ele mas também o seu atencesssor. Era notório que em pouco tempo na direção da fábrica conseguiu fazer o que nenhum outro líder conseguiu e disso Isaac se orgulhava.

-Quando iremos visitar o Thomas ?
Perguntou Agnes a Isaac.

-Ele não é mais uma criança, Agnes. Mas entendo você, que tal mês que vem ?
Perguntou Isaac.

-Para mim está ótimo, estou de acordo
Responde Agnes.
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Agora indo para Londres, Frederick sentia um aperto no peito e uma necessidade de voltar para Cotswolds. Sendo assim avisou a sua mulher e filha que em breve estaria de volta e viajou rumo ao vilarejo pegando o primeiro trem. Ao chegar em Cotswolds bateu na porta de casa, Charlie o atendeu.

-Irmão ? O que faz aqui ?
Perguntou Charlie.

-Eu não sei mas senti uma necessidade de vir
Respondeu o Frederick.

-Então chegou na hora certa pois eu já estava preparando uma carta para você pedindo que viesse, o nosso pai não está muito bem
Disse Christopher.

-O que ele tem ?
Perguntou Fred atordoado.

-Dores no peito, sente-se mal mas não quer confessar, eu e Charlie já estamos o observando faz tempo então o levamos no médico, ele disse que o nosso pai está com o coração fraco, e que talvez viva apenas mais um ano ou dois na melhor das hipóteses.

-Como é ? Estou indo lá agora!
Disse Fred.

-Calma, Frederick! O pai está de repouso
Disse Charlie.

-Ei! Velho! Acorde
Grita Frederick.

-Filho ? O que faz aqui ?
Perguntou o Sr Carl.

-Quer dizer que você vai nos deixar ? Acha que não precisamos mais do senhor ? O que pensa que está fazendo ?

-Sabe, vocês três já são homens, estão criados, vocês são a maior criação da minha vida, meus três filhos são homens corretos, não tenho do que reclamar, e sinto que não posso evitar a morte que se aproxima de mim
Disse o Sr Carl.

-Pare com isso, meu pai, você não vai morrer
Disse Christopher.

-Escutem, meus filhos! Eu tenho orgulho de todos vocês, de todos e sei que viverão bastante, por hora deixem-me dormir em paz
Disse Carl.

-Tudo bem, qualquer coisa me chame, pai
Disse Christopher.

-Ei, Chris!
Disse o velho pai.

-O que foi pai ?
Perguntou o rapaz.

-Obrigado por ter estado ao meu lado por todos esses anos
Disse o velho Carl

-Foi uma honra aprender e conviver com o senhor, tenho orgulho de ser seu filho
Disse Chris retirando-se.

Quando a manhã se aproximou Christopher foi o primeiro a levantar para ver como o pai estava, o relógio marcava 5:30 da manhã, o corpo velho do Sr Carl, pai de três filhos, que foi casado por mais de vinte anos com a mesma mulher, estava sem vida, estava morto, eis o curioso da vida, ela não reside na morte, a vida não predomina na morte, ela não existe na morte. Porém, a morte é viva, a morte está em tudo, até mesmo na vida. Está no medo de morrer, nas armadilhas de terceiros, nós acidentes e acasos da vida, está em tudo. E logo Christopher, o seu filho mais novo e mais próximo tinha sido o primeiro a ver o seu corpo já sem vida deitado na cama com um sorriso satisfeito. No fim a morte levou Carl assim como ela leva todo mundo.

Um velho fim é um novo RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora