A caminho das horas.

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Capítulo 43.

O relógio marcava 7:30 da manhã, Thomas estava pintando um quadro para o dia do seu casamento, nem mesmo Ayla sabia no que o rapaz estava trabalhando tanto. As 8:30 o rapaz desceu para o café, um pouco mais tarde do que o habitual. 
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–Você demorou mais do que geralmente demora para o café, o que houve ?
Perguntou Ayla.

–Eu só acordei tarde, só isso. Como está sendo o seu dia ?
Perguntou Thomas.

–Corrido, mas estou gostando, amanhã será o meu dia de folga então vamos passar um tempo juntos, certo ?
Perguntou a jovem.

–Sim, não se preocupe
Respondeu o rapaz.

Ayla então volta para o trabalho e Thomas fica ali, tomando o seu café amargo e observando a sua amada trabalhar. Ele se sentia satisfeito, satisfeito de ter conquistado tudo o que sempre quis. E por não ter parado de correr atrás de novos objetivos mesmo depois de já ter conseguido muito.
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Enquanto Thomas se perdia nos seus pensamentos felizes, Christopher e Carrie passavam o dia juntos já que finalmente o Chris conseguiu um tempo para descansar de suas obrigações no bar e com o seu pai.
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–Finalmente podemos sair juntos, para onde vamos ?
Perguntou Carrie.

–Cotswolds não tem muitos atrativos para quem mora aqui desde sempre, então não faço a menor ideia
Disse Christopher.

–Isso é muito insensível da sua parte, onde já se viu ? Trate de me levar a algum lugar interessante agora mesmo
Diz Carrie um tanto irritada.

–Não importa o lugar que eu te leve, qualquer lugar será interessante por tanto que você esteja nele
Disse o rapaz tentando escapar do mau humor de Carrie.

–Bom... Vamos para a praça, deve estar vazia e é um bom lugar
Respondeu. Carrie um tanto sem graça.  

–A propósito como está o senhor Philip ? Já não o vejo faz um tempo
Perguntou Chris.

–Ele está bem, trabalhando como sempre
Respondeu Carrie.

–Eu estava pensando em largar o bar, deixarei o bar sob responsabilidade do Charlie e ficaria trabalhando na marcenaria do senhor Philip se ele assim permitisse, gostaria de tentar algo novo
Disse Christopher.

–Por qual motivo você deixaria o bar no qual trabalhou tanto para que o Charlie tome conta ?
Perguntou Carrie indignada.

–Porquê é necessário mudança, eu trabalhei demais no bar, mas especificamente quase a vida toda, se algum dia eu quiser ter um bar vou trabalhar e construir um. Eu preciso mudar, por isso se o senhor Philip aceitar vou trabalhar com ele, eu já comuniquei a minha decisão ao meu pai e meus irmãos então já está quase tudo decidido
Disse o rapaz.

–Bom, sendo assim não tenho como protestar ou contestar a sua decisão, tirando o fato de eu ter sido a última a saber
Disse Carrie.

–Preciso me tornar um homem digno de ter você como esposa, quando esse dia chegar eu vou te pedir em casamento
Disse Christopher.

Carrie ficou sem reação.

–Idiota... Você é digno não precisa disso
Disse Carrie.

–Não, ainda não sou, mas em breve serei, eu prometo!
Responde Chris.

Ela o beija e os dois passam a tarde entre abraços e discussões típico de Christopher e Carrie.
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Enquanto isso Marian passava a tarde no bar bebendo e brigando com Charlie, para variar até que eles estavam mais sociáveis e brigando menos do que o habitual.

–Não vai controlar o tanto de bebida que estou bebendo hoje ?
Perguntou Marian.

–Você é uma mulher adulta e independente, não tenho motivo para isso, agora controle e preocupação são coisas diferentes, e você deveria saber diferenciar as duas coisas, minha cara
Disse Charlie.

–E por qual motivo se preocuparia comigo ?
Perguntou a jovem.

–Porquê somos amigos, e é natural que eu me preocupe, amigos fazem isso, não ?
Respondeu Charlie.

–Amigo esse que se ausentou por anos e não me mandou uma carta sequer
Disse Marian.

–Estou tentando compensar isso, por isso pode descontar toda a sua raiva em mim e não na bebida, fará melhor a sua saúde
Diz Charlie.

–Que seja! Vou voltar ao trabalho, mais tarde voltarei aqui então prepare-se para passar ainda mais raiva
Diz Marian.

–Claro, estarei ansiosamente no aguardo
Responde Charlie com um sorriso.

Charlie tinha esperanças e acreditava firmemente que poderia recuperar a amizade de Marian, ela por outro lado não acreditava e nem duvidava disso. Só estava tentando viver, só estava tentando o seu melhor recomeço após um fim. E é disso que as nossas vidas se tratam, de um ciclo quase infinito de recomeços após um fim, você só para de recomeçar quando é derrotado pelo fim e somos jovens demais para acreditar que existe um fim sem um recomeço. Charlie viajou por muitos lugares, toda a Europa, interiores, cidades grandes e pequenas, o mesmo conheceu a dor, a fome, a pobreza de muitos povos, mas conheceu também riqueza, e não falo de dinheiro, mas de tudo o que ele aprendeu em seu caminho. Ele juntou dinheiro para viajar enquanto ainda estava no bar trabalhando, partiu para a sua jornada, logo o dinheiro foi acabando e ele teve que conseguir trabalhos pelo caminho para arrecadar mais dinheiro e continuar as suas viagens. Ele parava em um lugar conseguia um emprego temporário, trabalhava alguns dias e depois de arrecadar um bom dinheiro pagava a sua estadia e viajava para outro lugar e repetia o mesmo processo. Assim ele seguiu a vida dele até os dias de hoje, agora ele resolveu simplesmente sossegar e voltar para Cotswolds, claro que o destino é imprevisível e ele não sabia se um dia viajaria pelo mundo novamente, mas por hora ele estava bem com a paz e tranquilidade de Cotswolds.

Um velho fim é um novo RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora