Capítulo 2

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Rubiana Rezende

O bonitão casado simplesmente me ignorou, enquanto seus amigos me devoraram com os seus olhos! Não me interessei por nenhum deles. Fiquei frustrada quando o mais gato do bar, retirou-se, deixando-me a ver navios. Havia muitos homens comprometidos e ricos no bar mais caro da cidade, mas ele, exatamente ele me chamara a atenção. O belo espécime de homem tinha um olhar distante, triste, mas incrivelmente excitante. Era moreno, olhos cor de mel, barba por fazer e um corpo escultural...

Me contentei com outro.

–– Gosta de homens casados?

–– E você, sempre trai a sua mulher?

Solto uma risada cínica ao perceber o modo como o desconhecido me olha. Solto uma baforada de cigarro...

–– Existe homem fiel, gata?

–– Transei com todos que eu quis. Será que responde sua pergunta?

–– Talvez não. Entretanto, todos os homens do bar desejavam você, menos o cara que havia escolhido pra passar a noite...

Dessa vez ele me tira do sério, afinal, fui atingida no ego.

–– Você estava mesmo de olho em cada movimento meu!

–– Todos estavam, boneca. – Respondeu ele, piscando para mim. – Mas me diga, já foi esnobada assim por algum homem?

–– Ele não me esnobou!

–– Você estava o comendo com os olhos! Todos viram, afinal, acabei de dizer que era o centro das atenções. O incomodou tanto com seu explícito olhar de cobiça, que o cavalheiro deixou o recinto antes da hora. Se foi realmente honesta comigo, hoje foi o seu primeiro "pé na bunda" ... – Ele soltou uma risada irritante. – Mas se serve de consolo: o bonitão pode ser gay...

–– Ou nunca traiu sua mulher! Percebeu o risco que estava correndo e caiu fora. Acredito que estava de pau duro...

–– Todos no bar estavam. – Ele abriu sua carteira e estendeu algumas notas em minha direção.

–– Eu disse que cobraria...?

–– Mas...

–– Eu não sou prostituta. Só gosto de transar com homens casados... – Falei sem esconder minha enorme satisfação em revelar isso. – Não preciso do seu dinheiro.

–– Você está de brincadeira?

–– Homens casados me dão um tipo de prazer diferenciado, ou seja, o fruto proibido sempre é mais apetitoso...

––Pervertida.

–– E você é o quê? Um filho da puta que se casou e bota chifres em sua esposa. Tenho pena dessas pobres mulheres idiotas! Pensam que se casaram com príncipes quando, na verdade, se uniram a sapos...

O homem nu sobre a cama solta uma gargalhada escancarada.

–– Quem manda existir mulheres gostosas como você? Quando a vi entrando no bar quase tive um orgasmo...

–– Mas quem eu desejava me deixou na mão.

–– Você nunca vai conseguir transar com aquele cara!

–– Por que pensa isso?

–– Ele ignorou você, boneca.

A minha risada dessa vez foi maléfica.

–– Nenhum homem resiste à senhorita Rubiana Rezende, meu caro. É só uma questão de tempo.

–– Sempre vejo esse cara por lá com seus amigos canalhas. Ele é o único que se comporta como um homem casado! As mulheres sempre tentam se aproximar, mas são enxotadas...

O Fetiche - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora