Capítulo 8

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Joseph Fontana

Estou no trabalho e não consigo me concentrar em nada. A imagem sexy da mulher loira não abandona os meus pensamentos! Sinto uma vontade enorme de estar com ela. Por outro lado, penso em Marilu, indo embora a cada dia.

O que está acontecendo comigo? Acho que eu preciso visitar um psicólogo, afinal, não compreendo, ou melhor, não aceito sentir desejo por outra mulher! A minha esposa está viva.

Só não fazemos amor há meses. Seria esse o problema? O tempo sem transar? Acredito que sim, visto que não escolheria essa mulher de beleza estupenda como esposa. Nem mesmo se fosse solteiro.

Ela não se importa com a aliança em meu dedo.

–– Não vai almoçar, Joseph? – Perguntou Magda, a secretária. Uma ruiva bonita e muito atenciosa. Até demais. Ela sabe sobre Marilu.

–– Sim, daqui à pouco.

–– Vamos juntos? Ainda não fui e estou com fome.

Olho para ela, surpreso com o convite.

–– Desculpa, Magda, mas sempre almoço com minha mulher.

–– E como ela está?

–– Sobrevivendo. Ambos estamos.

–– Você a ama muito, não é mesmo?

–– Sim. Ela é tudo para mim.

–– De qualquer forma, não ficará muito tempo sozinho! É um homem muito bonito e inteligente. Acredito que já tenha mulheres de olho em você, só esperando... – Ela fica muda repentinamente, depois sorri, chateada. – Você sabe. Desculpa, foi grosseria da minha parte!

–– Tudo bem. Sinceramente, não sei se encontrarei uma mulher como minha esposa! Ela sempre será a minha cara metade...

–– É claro que vai encontrar! Ninguém é substituível, mas existe pessoas especiais. Precisa se dar a chance de conhecê-las...

O brilho dos olhos de Magda diz tudo.

–– Não é hora de pensar nisso, querida! Na verdade, eu nem quero. Bom, estou indo...

Assim que chego em casa para almoçar, vejo a enfermeira que cuida da minha esposa na minha ausência.

–– Olá senhor Joseph, Marilu saiu pro parque. Acabou de avisar que está voltando...

–– Ela não pode ir sozinha!

–– Insistiu que precisava de espaço, mas prometeu que se sentisse qualquer coisa me avisaria no ato. Sabe como ela é!

–– Marilu sempre teve um espírito livre e independente. Não me deixa ficar em casa. Disse que tenho de viver normalmente, porque acredita que assim será mais fácil quando...quando...

–– Eu entendo, senhor.

–– Marilu é um ser de muita luz. Nem todos conseguiriam enfrentar uma situação como essa com tanta força e coragem.

–– Concordo.

De repente, Marilu surge na cozinha, sorrindo.

–– Como está querida? – Perguntei, beijando o seu rosto. Percebo que está animada.

–– Muito bem.

A enfermeira nos deixa a sós.

–– Estava com dores de madrugada. Não quer ir para o hospital?

–– Querido, eu já estou bem. Os remédios ajudam. Sinto dor, mas é suportável. Quero poder ver o dia, as flores, sentir o vento no rosto enquanto consigo... – Ela abre o seu sorriso mais lindo. – Tenho que ser forte. Não quero passar meus últimos momentos atrelada à cama de um hospital. Quando não suportar mais, aí pensarei nisso...

O Fetiche - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora