Unforgettable [inesquecível]

Capítulo 4

Dois dias depois:

Estava sentada no sofá com a minha mãe quando ouvimos a campainha tocar, nós as duas trocamos olhares.

− Vai lá, é a tua vez − disse a minha mãe e voltou a olhar para a televisão. Revirei os olhos e dirigi-me até à porta de entrada.

Deparei-me um com uma mulher desconhecida quando abri a porta, vestia um blazer azul-escuro, uma blusa branca de seda com um decote em V e uma saia tubo da mesma cor do blazer até aos joelhos, pensei que fosse uma colega de trabalho da minha mãe pela formalidade das suas roupas.

− Bom dia... posso ajudar? – perguntei com uma mão na ombreira da porta e a outra na maçaneta.

− Gostaria de falar com a senhora Mia Adams, estou na morada certa? − a mulher pergunta ao mesmo tempo que tenta olhar para o interior da casa por detrás do meu ombro.

− Sou eu mesma − respondi − a que propósito? − arqueei as sobrancelhas, sai de casa e encostei a porta atrás de mim ficando frente a frente com a mulher.

− Venho em representação do senhor Luke Parker − olhou ao seu redor como se sentisse que estava a ser vigiada − podemos conversar num local mais... reservado? É um assunto delicado e aqui fora não é o sítio mais acertado para falar sobre ele − finalmente virou-se de novo para mim e vi pelo olhar receoso dela que a situação era mesmo delicada.

− Claro − abri a porta e fiz um gesto com a mão para o interior da casa, acompanhando a senhora até a sala onde a minha mãe ainda estava, mas que, quando nos viu pausou o programa e lançou-me um olhar confuso − pode sentar-se.

− Muito obrigada − a mulher sentou-se no sofá e pousou a mala no chão, trocando olhares entre mim e a minha mãe − O meu nome é Clare, sou a gestora de carreira do senhor Parker, e como já havia dito, eu venho em representação dele- fez uma pequena pausa e olhou para mim − á uns meses atrás ele andou envolvido numa confusão pelo facto de ter casos apenas de uma noite com fãs − olhei para ela, com as sobrancelhas arqueadas de surpresa. A mulher aparece em minha casa para me dizer isto, como se fosse uma coisa normal.

− Sim... e o que é que isso me interessa? – a minha mãe continuava a olhar para nós com curiosidade e surpresa.

− Ele fez uma promessa... a próxima rapariga com quem ele estivesse, era para ser. Acho que na altura ele devia ter escolhido melhor as palavras − depois da Clare dizer falar isto lembrei-me de me sentir observada quando saiamos, os dois, do quarto de hotel. Não pode ser isso que ela está a tentar dizer-me.... não pode.

− Isso não quer dizer que... − olhei novamente para ela, mas arrependi-me no mesmo instante apos ver a sua expressão.

− Ontem, nas notícias, só saíram fotos de vocês os dois − ela continuou − tinha uma em que estavam abraçados. A mídia ficou em êxtase com uma simples foto dele abraçado com uma mulher desconhecida e começaram a espalhar-se rumores de que ele estava envolvido com uma pessoa, pode ser que algumas pessoas que a conhecem a tenham reconhecido na foto. A notícia espalhou-se e os fãs começaram a especular que você poderia ser "a tal", pelos vistos levaram as palavras dele demasiado à letra. Por isso é que eu estou aqui. − Remexeu na mala e tirou de lá uma pasta com papeis − Estive a falar com o Luke ontem e a discutir soluções, pensamos em fazer um vídeo a explicar o sucedido, mas como aquele dia foi complicado para si não achamos que seria nada bom pedir-lhe para falar disso em publico, e nós os dois já temos muitas experiências no mundo da fama para perceber que das duas uma, ou as pessoas acreditavam, ou a carreira dele estava acabada, − folheia os documentos e tira uma folha apenas − sempre haveriam pessoas que o chamariam mentiroso e isso iria estragar a sua imagem. − Após terminar de falar entrega-me a folha que retirou − por isso pensamos nisto. Parece loucura, mas, poderá resultar.

Pego no documento que a Clare me passou para as mãos e leio devagar, vamos ser sinceros, documentos nunca são fáceis de ler, tem sempre alguma coisa que é feita para enganar ou não ficou bem explicita. A medida que vou lendo fico mais confusa ainda. Calma lá eu não estou a perceber isto.

− Como assim "durante 4 meses, simular um relacionamento..." isto não pode ser.

− Não é um erro, está correto, é exatamente por isso que eu estou aqui. Passo a explicar... durante 4 meses, se a Mia aceitar claro, vamos simular um relacionamento entre si o Luke. Achamos que 4 meses são o suficiente para convencer as pessoas, depois dizemos que vocês não funcionaram. Em troca da sua ajuda, ele vai passar um cheque de 1 milhão de dólares, como agradecimento.

− 1 milhão de dólares? Isso é muito dinheiro! − A minha mãe exclamou com os olhos arregalados.

− Posso falar com a minha mãe um momento? − perguntei

− Com certeza, mas se precisar posso dar-lhe um prazo de 24 horas para me dar uma resposta. Não podemos demorar muito a pronunciar-nos sobre o assunto.

Acenei afirmativamente e levantei-me, pegando na mão da minha mãe e levando-a comigo. Entramos no escritório e fechei a porta. Fico em silêncio durante um tempo fixando o olhar num canto qualquer no comodo.

− O que estás a pensar fazer? – pergunta a minha mãe trazendo-me de volta.

− Sinceramente... não sei, parece uma ideia de doidos. Só para não falar que sou uma mentirosa horrível, não sei mentir sem me começar a rir descontroladamente como raio vou fazer com que milhões de pessoas acreditem que eu tenho alguma "coisa" com aquele desgraçado. − sentei-me no cadeirão de leitura da minha mãe e levei as mãos ao rosto e soltei um suspiro – Mas de qualquer forma, 1 milhão de dólares dava para pagar a minha universidade e ainda sobrava bastante para comprar uma casa e ter a minha independência. Além disso o Luke salvou-me naquela noite. − Levantei o olhar e fixei-o na minha mãe – o que achas que deva fazer?

− Olha Mi, eu também acho que é uma ideia de doidos, mas quem tem de escolher o caminho para seguir és tu. És uma mulher adulta e tens de tomar essa decisão sozinha. – Ela abriu a porta do escritório − Vou para a sala, pensa sobre o assunto − disse ao sair fechando a porta atras de si.

[...]

Encontrei a minha mãe e a Clare numa conversa animada acerca das suas profissões quando voltei para a sala uns minutos depois. Quando notaram a minha presença calaram-se e olharam para mim com as sobrancelhas arqueadas. Forcei as minhas pernas a andar até ao sofá onde elas estavam, ainda insegura acerca da minha decisão.

− Ainda que eu acho que isto tudo é uma loucura, − falei ao sentar-me olhando para o papel que me havia sido entregue momentos antes − mas pensei bem e se eu aceitar só trará vantagens para os dois lados. Não sabia como agradecer ao Luke pelo que ele fez, mas acho que ajudar a salvar a carreira é uma forma de agradecimento.

− Quer assinar já ou prefere pensar melhor no assunto? – pergunta a Clare enquanto limpa os óculos no Blazer.

− Quero assinar já antes que me arrependa de o fazer - respondi.

− Muito bem então. – A Clare sorriu e entregou-me o documento e uma caneta.

– Mas... eu vou ter de ir viver com ele? Ou posso continuar aqui?

– Acerca disso... o ideal seria passar esses 4 meses com ele em Nova York, mas se a Mia não quiser pode continuar aqui.

Ele vive em Nova York? Vou já fazer a minha mala – A Clare e a minha mãe riram do que eu tinha acabado de dizer enquanto eu assinava o papel.

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Olá, tudo bem ?

*Eu sei que nova York não está bem escrito, eu fiz uma mistura entre o nome original e o português, não sei porque é mais fácil para mim escrever, vai ser assim escrito o livro todo.

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Até ao próximo capítulo...