Capítulo 9

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A suavidade dos lençóis atingiu-me quando me deitei na cama do meu novo quarto. NYC continuava viva para lá das janelas, mesmo depois da 1 da manhã. Quando chegamos ao apartamento despedimo-nos um do outro com uma boa noite e fomos para os nossos quartos. Tomei um banho e troquei de roupa vestindo o meu pijama e guardando o vestido num cabide no closet, amanhã iria arrumar as minhas roupas nos devidos lugares. Mandei algumas fotos da noite à minha mãe e rodei um pouco as redes socias, tinha ganhado milhares de seguidores desde que o Luke publicou a foto nos stories. Os likes nas minhas fotos tinham triplicado e um monte de gente começou a marcar-me em fotos e vídeos, que dei conta serem de fã clubes, as pessoas não perdem tempo. Desliguei o telemóvel e alcancei o carregador na mesinha de cabeceira, deixando-o a carregar, amanhã via aquilo tudo. Deitei a cabeça na almofada e virei a cabeça para a janela. Não tardou até eu estar perdida no vale dos sonhos.

[...]

Quando acordei ainda não havia muita luz do lado de fora, peguei no telemóvel e vi que eram 5 e meia da manhã. Sentei-me e estalei as costas, fiquei impressionada com a minha força de vontade para me levantar. Normalmente só voltaria a dormir se acordasse a esta hora, mas eu estava em Nova York agora, o mínimo que eu podia fazer era ver o nascer do sol no um primeiro dia a sério aqui. Cheguei-me mais a borda da cama encostada à janela com o telemóvel na mão e abri a câmara, tirando uma foto ao sol a começar a aparecer atrás dos imensos prédios. Atirei o telemóvel devolta para a cama e aproveitei os seguintes 20 minutos do amanhecer como se fosse a última vez que eu visse o nascer do sol, não desviei os olhos da janela uma única vez. Eu estava ali a viver... aquilo ainda não tinha entrado na minha cabeça. Mas depois veio-me à cabeça que a razão para eu ali estar e o que fez eu ali estar não era um motivo nada bom, só de pensar naquela noite sinto o meu estomago revirar-se. Limpo a minha mente e levanto-me finalmente da cama, tinha dormido apenas 4 horas e meia, mas estava com uma energia danada. Troquei de roupa para umas calças de moletom cinzentas e uma t-shirt branca que mostrava um pouco da barriga. Não estava espera de sair do apartamento hoje, não era eu a cantora e mesmo que estivesse a fingir ser a sua namorada não precisava andar atrás dele como uma ovelhinha. Ainda eram 6 da manhã então não queria sair do quarto ainda. Peguei em duas das minhas malas e dirigi-me ao closet, dedicando-me a organizar as roupas e sapatos nos seus devidos lugares. Depois de acabar voltei para o quarto e abri a terceira mala, onde tinha trazido os meus bens mais precisos. Peguei nos 10 livros que tinha metido na mala e ordenei-os na mesa debaixo da televisão, com o corte virado para fora e a lombada na parede, para não quebrar muito as cores neutras do quarto. Dentro da mala tinha também metido alguns produtos de beleza que não cabiam no necessaire, agarrei neles e levei-os para a casa de manho e organizei as coisas nos armários.

Finalmente satisfeita com tudo no seu devido lugar olhei para o meu relógio de pulso, o mostrador marcava 7:15. Decidi que já era uma hora aceitável para sair do quarto. Abri a porta e tentei fazer o mínimo de barulho possível, estava descalça então os meus pés não faziam barulho, andei pelo corredor que já estava iluminado pela luz que vinha das janelas da sala de estar. Entrei na sala de estar e percebi que os meus esforços para não fazer barulho tinham sido em vão, já que o Luke estava sentado no chão de frente para a mesa e para as janelas, ele usava apenas umas sweatpants da mesma cor das minhas e Acquainted do The Weeknd tocava num volume baixo. Ele estava debruçado sobre um caderno e rabiscava alguma coisa, não dando pela minha presença. Decidi não o incomodar então comecei a andar até a cozinha, mas falhei miseravelmente na missão de não fazer barulho, porque mal meti um pé na sala bati com o meu dedo na perna de um movel que estava encostado à parede. Grunhi de dor e baixei-me agarrando o meu pé com a mão, nesse momento o Luke levantou a cabeça e virou-se para trás para olhar para mim

— Bom dia, Mia. Que ótima maneira de começar o dia — disse ao mesmo tempo que ria. — Estás bem?

— Sim — disse começando a rir quando a dor amenizou — isto foi tudo planejado, nada melhor que começar o dia desta maneira.

Unforgettable [inesquecível]Onde histórias criam vida. Descubra agora