Eu não entendo

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-E foi assim que eu e seu pai terminamos juntos. - Terminei, já me preparando para me levantar da minha poltrona.

-Ah, qual é, pai! 'Cê não me contou tudo! - Óbito reclamou, quase se jogando do sofá para me impedir. - E como conheceu meu pai biológico?! Onde você foi parar?!

-Por que você quer saber disso tudo? Principalmente, por que agora?

-Ora, porquê... Eu sou um adolescente e passo por muitas crises existenciais?

-Uhn, que nem eu quando tinha sua idade.

-Tá! Mas e sobre meu pai e minha mãe?

-Oh, bem, eu lembro disso... Seu pai nunca falou muito da sua mãe, não é?

-Não, na verdade...

-Bem... Sua mãe tinha longos cabelos pretos e olhos castanhos. Ela era a irmã da Mito.

-A Mito é minha tia?!

-Ela nunca foi te visitar? Se bem que ela simplesmente sumiu...

-Conta, pai!

-Tá bom, tá bom! Moleque xarope...

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-Madara! Entre, por favor! - Pediu Kei. Aquela sala escura, cheia de aparelhos e a barriga exposta dela. O médico tava dissecando ela?

-É necessário...?

-Madara, é só um ultrassom! - Repreendeu Hashirama, quase me empurrando para ficar na sala. Credo, que horror.

-Temos uma ótima notícia! - Anunciou Satoru, segurando a mão de sua esposa com um largo sorriso em ambos os rostos. - Quer falar, querida?

-Mada, em meu ventre temos um lindo bebê...

-"Lindo"...? 'Peraí, é um menino?! - Questionou Hashirama exaltado.

-E vamos chamá-lo de Obito! - Anunciou o pai, super animado. Parece que ele que escolheu o nome.

-Eu ganhei, otário! Chupa que é de uva! - Eu com certeza me exaltei, mas valeu a pena. - Eu quero meu dinheiro assim que a gente sair daqui.

-Querida, tem certeza..?

-Satoru! Ahn... Mas, Mada... Essa não é a única notícia...

-Ah, desculpa, Keikei. Qual é a outra notícia?

-Com ela é tudo amorzinho, né? - Resmungou o Senju, mas eu estava prestando atenção na minha melhor amiga.

-Mada, eu quero que você seja o padrinho. Você e o Hashirama.

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-Ah...! Então vocês eram amigos faz tempo! - Obito me interrompeu, no meio da história.

-Da Kei, sua mãe. Ela sempre foi um amor. - Respondi. Acho que o essencial ele já tinha entendido. - Eu fiquei amigo do seu pai e tal, mas fiquei ainda mais próximo dele quando você nasceu.

-Eu sei! Que a mamãe morreu! Não precisa censurar! - Ah... Entendo que é complicado, mas não precisa bancar o forte.

-Para mim, o que foi mais importante foi você nascer, pois sua mãe sempre estará com você. - Me levantei da poltrona que estava e fui ao seu lado para abraçá-lo. - Você é filho deles e sempre será, mas eu quero que eu e seu pai sejamos seus pais, também. Nós te amamos mais do que tudo.

Eu não posso chorar! Eu sou um homem adulto agora dando uma lição sobre amor para o meu filho adolescente. Quem tem que chorar é ele, não eu.

-Pode me contar... O resto da história? - Ainda bem que pediu, porque eu já ia chorar.

A Alegria De Viver Com Alguém (HashiMada)Onde histórias criam vida. Descubra agora