A Garota Chata do Ponto de Ônibus

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-Vamos nos encontrar na locadora e depois assistir o filme aqui em casa!

-É O QUÊ?!

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Era tarde e eu e Izuna estávamos na locadora, mas especificamente na frente. Eu só queria estar em casa, mexendo no meu computador ou talvez, vendo a programação padrão da TV.

-Se anima! Eles já vão chegar! - Era só o que me faltava. Quantas vezes eu vou ter que dizer para o Izuna que eu nem queria que eles chegassem?!

-Izuna, por favor, para de tentar fazer com que eu faça amigos. - Peço quase que me pondo de joelhos para ele entender.

-Só achei que você precisava... - Odeio essa voz chorosa que ele faz. É que ninguém entende o quão inocente e fofinha essa voz é!

-E isso é legal, mas eu não quero. - Se enturmar não é para mim, já tá mais do que na cara.

-Hm... - Eu já falei que amo e odeio meu irmão? Mas, assim... De coração, mesmo.

-Eu vou me esforçar só por hoje. Tentar ser agradável. - Recebi um abraço vindo do mais novo após minha fala. Seu irritante.

De longe, vi apenas um Senju de cabelos castanhos correndo, vindo de longe.

-Oi, Izuna! Oi, Madara! O Tobirama não pôde vir. - Aposto que ele só não quis vir. - Ele ficou ocupado. - O que um garoto do oitavo ano poderia ter para ficar ocupado?

-Tudo bem. Vamos? - Izuna nos chama e nós três entramos no local.

Muitos filmes, como o mínimo esperado. Cada um deles separados em suas categorias. Tinha os meus favoritos de ação até os favoritos do Izuna de clássicos de espionagem.

-E aí, Madara? - Hashirama me cumprimenta, me dando um susto daquele.

-Que susto, idiota! - Quase que eu dou um grito de susto.

-Desculpa! - É bom se desculpar, mesmo! - Eu queria perguntar; o que aconteceu com você?

-Não aconteceu nada. - Respondo um pouco confuso pela pergunta. O que aconteceu comigo? Como assim?

-É que eu-... - Do nada, o Senju parou de falar, interrompendo a própria fala. - Oh...

-O que foi, bocó? - A expressão de paisagem deixava ele com mais cara de imbecil.

-Você conhece ela? - Apontou para uma garota de longos cabelos ruivos, amarrados em dois coques, que estava na sessão de filmes de comédia. Era a garota chata do ponto de ônibus. Por que será que ela faltou?

-Eu conheço... - Por que estou me sentindo um tanto incomodado? - Ela se chama Mito, estuda na mesma escola que a gente. - Não me diga que...

-O que você acha? - Chata, irritante, enfezada, sabe-tudo, mandona, se acha a última bolacha do pacote... Tenho minha lista, Senju.

-Bem, você é bem calmo e tal, e é como dizem; os opostos se atraem. - Agora virou ímã o bagulho?!

-Talvez... Ela me atraiu... Mito, né? - Ele é surdo ou o quê?

-Sim, Mito. - Talvez fosse um pouco filho da puta se eu fizer isso, mas... - Eu acho ela bem chata.

-Uma hora ou outra eu tento. Já que estuda na nossa escola, posso me encontrar com ela depois. - Ugh. Como eu faço parte do mesmo gênero de pessoas assim?

-Pode ser. Vai fundo. - Vai fundo? Por que eu falei isso?

Resumindo toda nossa história; alugamos um filme do Exterminador do Futuro, mas o 2, porque é o melhor de toda a franquia. Fomos para casa e começamos a assistir lá mesmo.

Fomos assistindo e toda aquela coisa de filme de ação, sabe? Vai tiro, porrada e bomba e ficamos maravilhados com violência gráfica e torture porn.*

Quando acabou o filme, Izuna sugeriu que poderíamos assistir algo que estivesse passando na TV, mas que antes ele faria pipoca. Eu e Hashirama apenas concordamos.

Assim que meu irmão saiu, ficou um silêncio completo no ambiente. Sentia que nossas presenças incomodavam um ao outro... Sentia até ver aquele Senju com uma completa cara de imbecil.

-O que foi? - Ugh. Era óbvio... Garotas.

-É que... Você acredita em amor a primeira vista?

Me lembro de quando fiz essa pergunta idiota para meu primeiro amor... Acho que posso responder do mesmo jeito que ele me respondeu.

-Não. - Respondi friamente, me deitando no chão e olhando qualquer coisa no teto.

-Por que não? - Hashirama, Hashirama... Tão jovem e ainda não sabe de tanta coisa... Mas eu tenho a mesma idade, espera.

-Uma vez uma pessoa muito sábia me disse isso;... - Respirei fundo antes de continuar. - "Amor a primeira vista é invenção de fantasia. Sabe por quê? Porque amor leva tempo, e precisa de trabalho. Precisa que ambas as partes se conheçam, é o minimo, e você não me conhece nem um pouco.".

Não sabia o que sua expressão após meu comentário quis dizer que ele estava confuso, se ele estava maravilhado ou juntando as peças do quebra-cabeça. Eu aposto na primeira, porque acho que a terceira nem morto.

-Então, você já se apaixonou a primeira vista e a garota te disse isso? - Encaixou as peças. Por esse eu não esperava. - Que cruel da parte dela.

-Eu diria que foi alguém. - Falo deixando um "suspense no ar".

-Alguém...? Quem? - Hashirama pergunta completamente imerso naquela história, mas eu já tava dando no pé.

-Eu vou para meu quarto. - E saí sem mais nem menos, me virando de costas e indo para as escadas.

-Espera! Quem?! - Gritou atrás de mim, só que obviamente eu nem respondi e segui a minha vida.

Chegando no meu cômodo, tranquei a porta e decidi ficar sozinho. Me joguei na cama e por lá eu fiquei, admirando qualquer coisa que estivesse no teto, observando seus mínimos detalhes e pensando em qualquer coisa que viesse a cabeça.

Amor... É uma palavra estranha. Ela é usada em vão, o que machuca o seu real significado. Como... Papai diz que me ama, só que quando deu aquele primeiro soco, eu questiono bastante essas palavras.

Papai diz que ama muito a gente, mas eu duvido dessa afirmação frequentemente. Se ele fosse sincero, poderia facilitar as coisas. Até mesmo se a mamãe fosse sincera, poderia facilitar as coisas.

Pensar nessas coisas me deixa puto, porque eu sempre paro para pensar que só eu que percebo isso. Toda vez que eu tento tocar nesse assunto com Izuna, ele mostra o quanto é ingênuo e diz que nossa família é puro amor. Não quero destruir essa inocência que ainda há dentro dele.

Por que amar é tão difícil?

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*Torture Porn: [Também conhecido como Splatter ou Gore] Quando a violência e a tortura se torna algo explícito em excesso, se concentrando em mutilação e na fragilidade do corpo humano. Algo que poderia transmitir a mesma ideia sem mostrar o desnecessário, uma artimanha de filmes de terror com objetivo de chocar o público. Porém, não se enganem com uma coisa, na época que essa história se passa, esse termo não existia! Esse termo só passou a existir depois de "O Albergue" de 2005. Esse termo é assim pois o filme apresenta muito pornô e violência com tortura e mutilação. (Também teve uma ajudinha de "Jogos Mortais" de 2004)

•°•Eu fiquei meio triste quando fui escrever esse capítulo, sério. •°•

A Alegria De Viver Com Alguém (HashiMada)Onde histórias criam vida. Descubra agora