Squid Game • TWICE

CAPÍTULO 14- Tiro às cegas.

POV JIHYO

Não dormi. Não consegui dormir.

No relógio marcava 06:57, em alguns minutos o alarme irá tocar.
Durante a madrugada toda, por causa do nervosismo, minha cabeça doeu muito, por isso não consegui dormir. Tzuyu em nenhum momento saiu de cima do meu peito. Passou o tempo todo na mesma posição, me fazendo checar diversas vezes se a mesma estava respirando, de tão quietinha que ela dormia. Apesar de ela estar literalmente com o peso dela todo jogado em cima de mim e me deixar quase sem ar porque ela é pesada, não a acordei para pedir que saia.

Jeongyeon me ignorou o resto do dia depois daquela conversa. Só acho que ela está fazendo birra por algo que não precisa… Eu sei que ela quer que o irmão dela tenha uma vida boa, mas ela não pode simplesmente empurrar uma responsabilidade que é dela para os outros. Se ela quer tanto isso, ela que lute pela vida dela e evite morrer.

Como esperado, não demorou muito para dar 07:00 da manhã, e o barulho que mais vem me irritando desde o dia em que eu cheguei aqui começou a soar.

—Tzu?— Dou uma cutucada em suas costas para acordá-la, mas acabei nem percebendo que a mesma já estava acordada.

—Hm?— Levanta sua cabeça, tentando ao máximo virar o pescoço para poder me encarar.

—Você está acordada? Desde quando?

—Um tempinho.

Ela responde e logo se levanta, bocejando antes de sair da cama e se esticar toda.

—Você não vai levantar?— Pergunta, me esticando sua mão para me puxar pra fora da cama— Vamos. Acho que as meninas devem estar para lá.

Chegando no meio do dormitório, percebemos que já tinha uma fila formada, já que em poucos minutos o café da manhã chegaria.
As meninas estavam por lá, assim que nos enfiamos junto delas, recebendo reclamações dos jogadores que estavam atrás sobre furar fila, mas nem demos bola. Estavam todas quietas, com expressões completamente arrasadas em seus rostos, com a respiração pesada por não ter dormido direito, com exceção apenas de uma pessoa: Mina.

Achei bem… estranho. Mina não parecia estar abalada. Pelo contrário, ela estava sorrindo e conversando sobre alguma coisa como se nenhuma tragédia tivesse acontecido ontem.

—Dois segundos depois, a Nayeon empurrou a Sana na piscina e a boia de donut estourou.— Ela contava, rindo— Toda vez que eu lembro desse dia eu rio, foi tão engraçado.

—Lembra que a Chaeyoung ficou quieta o dia todo pra não perder a aposta que ela fez com a Dahyun?

—Lembro! Eu ria tanto da cara que ela fazia porque não podia rir ou conver…

—Por que não faz igual ela?— Jeongyeon a interrompe.

—Quê?— Mina fez uma cara de confusa, mas é mais que óbvio que ela entendeu.

—Fica quieta. Fica quieta igual a Chaeyoung ficou.

—E por que eu faria isso?

—Ninguém quer conversar, não é hora pra isso. Para de falar, sua voz é irritante.

—Nossa. Desculpa aí, Yoo Jeongyeon.— Levanta as mãos, como se estivesse se rendendo a algo— Eu só queria fazer vocês rirem um pouco, foi mal.

—Mas ninguém está rindo, não sei se você percebeu.

Não acho que Jeongyeon deveria estar falando dessa forma com Mina, mas resolvi não me intrometer. Acho que ficar quieta a essa altura do campeonato vai ser sempre a melhor opção.

—Eu sei, mas eu só estava tentando fazer vocês pensarem em outra coisa que não seja nossas amigas mortas, mas como sempre, você fala comigo como se eu estivesse errada.