Em Alto Mar || Jeon Jungkook

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 03; An unsuccessful escape I would say, honey.

Olá Pessoal! Voltei com mais um capítulo de Em Alto Mar, cheio de aventuras.

Se acomodem e Boa Leitura!

20/03/1717

Helena

Meu corpo foi consumido pelo aglomerado de pessoas exasperadas, que corriam com suas feições amedrontadas enquanto gritos horrorizados ecoavam por todo salão. Meus braços finos tentavam empurrar as pessoas que me sufocavam, mas meu corpo era carregado com facilidade. Tentei erguer meu pescoço a fim de procurar o que tanto ansiava porém tudo o que minha visão captava eram os corpos enérgicos enlouquecidos para escapar do aterrorizante momento, dentro de pouco tempo minha visão é ligeiramente tirada do seu foco ao passo que meu corpo frágil era jogado de um lado para o outro.

Meus olhos ávidos logo catalogaram uma estranha movimentação à minha esquerda, meu interior logo se despertou em uma inquietação questionável, minhas orbes esverdeadas se sentiram instigadas a enxergar o que acontecia ali. Quando meus globos oculares se colidiram com o que meu interior tanto almejava, meu corpo foi lançado de modo impensado em um poço infinito submetendo-me a um um sentimento destruidor que corroía meu âmago de forma perturbadora, ao passo que a fúria domava-me por completo sem ao menos dar espaço para um único feixe de luz, sentia minhas veias pulsando emergidas em uma ira apodrecedora. Ao testemunhar a presença tenebrosa do sujeito frio que matara meu pai, e, sem ao menos qualquer consentimento minha mente cruel apunhalou-me com a cena dos amáveis olhos de meu pai entretidos com a grande vastidão do nada, totalmente inexpressivos, ausente do seu ar vivido que antes eles tanto esbanjavam. Meus olhos foram tomados por lágrimas dolorosas que desceram expressando uma dor cruciante ao passo que lâminas amoladas se demonstravam prontas para cortar de forma vagarosa os músculos de meu coração débil trazendo consigo a dor psicológica da perda eterna. Com toda força que meu ser possuía apertei com veemência o punhal que estava contido entre meus dedos permitindo-me sentir a calorosa superfície do artefato cortante, meu olhar ficou inarredável da estrutura física corpulenta que, naquele momento, movia sua espada contra um soldado de baixa estatura, logo levando-os em um pequeno combate onde o medo prevalecia nas orbes castanhas do soldado que em um deslize momentâneo acabou tendo a lâmina impiedosa de seu adversário atravessada em seu peito. Ofeguei, buscando pelo ar desejoso que tanto me faltava, a voz trêmula de Taehyung sussurrava longínqua nos cantos de minha mente adentro, suplicando de forma perdurável para que eu enxergasse a verdade que se escondia diante de meus olhos.

Respirando fundo deixei todas as súplicas recorrentes das vozes imaginárias de Taehyung e obriguei minhas pernas a se movimentarem de forma sedenta enquanto meus braços empurravam de forma bruta as pessoas que vinham apavoradas para cima de mim, meu torso se submetia ao espaço minúsculo entre as pessoas agitadas que me amassavam como um bando de cavalos assustados, mas em uma ação completamente inoportuna um senhor com o dobro do meu tamanho surgiu no meu campo de visão com sua respiração esbaforida trombando seu corpo contra o meu, levando-me para longe do meu destino que tanto ansiava, meus braços se debatiam ao passo que minhas pernas exerciam uma força para lutar contra a direção contrária de todas aquelas pessoas que se encontravam em um estado ébrio, alienadas para escaparem das terríveis mãos dos homens bárbaros. Embora meus membros aplicassem todo aquele esforço para me deslocar não parecia o suficiente, pois meu corpo era levado com uma tamanha facilidade que, de modo instantâneo todo sistema muscular de minha estrutura corporal se encontrava inteiramente relaxado. Logo após fora questão de segundos eu já me encontrava fora do grande palacete. Perdida nas profundezas da minha mente andarilha.