[Em Andamento]
Enclausurada pelas paredes de seu casarão, Helena Chevalier se via presa em uma realidade imposta por sua mãe. Seu pai, no entanto, a tratava como uma verdadeira princesa, possibilitando à jovem uma intensa paixão pelo de...
Olá pessoal! Desculpe pela demora kakaka mas como uma boa vestibulanda que vive estudando, eu estava sem tempo! As vezes eu escrevia um negocinho aqui, outro ali!
Mas, vamos ao que interessa, divirtam-se!!!!
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Helena
Uma semana
Há uma semana, eu não o vejo.
Ele não aparecia para falar com seus marujos, não aparecia para berrar ordens no convés a vista de todos, pois preferia conversar em particular com French.
O sentimento estranho ainda estava em meu peito, impregnado em minhas entranhas, percorrendo meu corpo a cada milésimo de segundo. Era confuso, no entanto, eu o conhecia bem;
a culpa.
E, mais uma vez, ela estava aqui, em meu interior. Fazendo-me lembrar exatamente do momento o qual eu havia vociferado as malditas palavras para Jungkook, desejando a ele os piores sentimentos. Afinal, eu não era aquele tipo de ser. Não costumava desejar algo tão sombrio a ninguém, mesmo que esse indivíduo tenha uma natureza tão repugnante como a de Jungkook. Um bolo se acumulou em minha garganta, se tornou difícil de engolir de uma hora para outra; as cenas de uma semana atrás vinham com força em minha mente, atingindo os meus pensamentos com uma rapidez voraz; aquilo não me pertencia, não fazia parte do que eu sou, era o mais puro sentimento de ódio.
A fala de Jungkook ainda ecoa em minha mente, o tom monótono e longevo de sua voz perpassa repetidas vezes nos confins dos meus pensamentos;
"Já sou. Toda noite."
A dúvida perfurou-me de maneira arrebatadora, confusa, sua fala me deixou. A dor impregnada em suas palavras ao proferi-las em meio ao sussurro tortuoso deixou-me com mais perguntas do que respostas. A curiosidade inundou o meu peito desde o nosso último encontro, afinal, ele possui mais segredos do que eu gostaria de admitir e, como uma boa garota, o anseio em descobri-los atiçava-me de modo assustador. Ainda consigo ouvir o sentimento opaco que suas palavras transmitiram e, ao deixar meus pensamentos teimosos vagarem por breves momentos divagando no exato segundo o qual meus lábios proferiram as palavras cruéis. Não era eu. Ou, talvez, não era para ser.
Refleti brevemente a respeito do que ocorrera naquele fatídico dia, ainda que a raiva transcendesse meus poros, eu não conseguia encontrar uma explicação sólida para que uma simples frase desencadeasse tamanha reclusão em Jungkook. Embora eu já tivesse pensado coisas piores, falado coisas piores e feito coisas piores a Jungkook, ele nunca aparentou reagir como uma pessoa de verdade, que possuísse sentimentos. No entanto, naquela maldita noite, sua fala e os sentimentos os quais expressou ao proferi-la me fez enxergá-lo de outra maneira, não como um ser repugnante e ganancioso mas, sim, como um ser humano.
