Domingo.
Nossa primeira viagem seria para Amhers, em Massachusetts. Minha mãe havia feito minha mochila com tudo que eu precisaria por um dia. A viagem seria de trem.
Trem. Dá pra acreditar?
— Pegou tudo? —minha mãe adentra o quarto com a minha mochila e a entrega pra mim.
Checo as coisas que ela colocou ali: comida, roupas e mais roupas para emergência, protetor solar (não sei pra quê), todos meus produtos de higiene, carregador e a câmera profissional que minha avó me deu. Atoa, na verdade. Essa é a primeira vez que eu vou usá-la.
— Esteja aqui às sete e, por favor, me liga se precisar de qualquer coisa.
— Como se você pudesse me ajudar em Massachusetts. — reviro os olhos para minha versão mais velha e mais alta.
— Tenho meus contatos por lá. — diz como quem não quer nada. Fico tentada a perguntar quem, mas tenho tanto medo quanto curiosidade, então apenas deixo pra lá. De qualquer forma, eu sabia que todas as suas saídas aos sábados à noite não era para encontrar alguma amiga.
— Eu vou ficar bem. — garanto.
— Nhã... não é com você que eu estou preocupada. — abana uma mão no ar.
— Com o que é, então?
— Você e Amy vão ficar dez horas juntinhas — faço uma cara de novo com o diminutivo. —, grudadinhas, pertinho uma da outra...
Faço menção de vomitar.
— Já entendi. — informo.
— Enfim. Não tem perigo algum que você não possa enfrentar sozinha, eu mesma te ensinei isso. Minha preocupação é com ela.
Preocupação sem pé nem cabeça.
— Não vou deixar nada acontecer com ela também. Melhor? — eu não ligava que algo acontecesse com ela, eu só queria que a minha mãe se sentisse mais segura.
— Não. Você não pode protegê-la de você mesma. — ela da uma risadinha e eu ignoro. — Tenho certeza que, se Amy tivesse se afogando e tentasse chegar na superfície, você seria a pessoa que manteria a cabeça dela debaixo d'água.
Eu nem sou tão perigoso assim... mas a ideia é tentadora.
— Isso nem é ver... — tento negar mas ela ergue uma sobrancelha e as palavras ficam suspensas. Me frustro. — Ok, é verdade.
— Preciso que me prometa que vai se esforçar pra que isso dê certo.
— Isso depende dela também, sabia? — diga isso pra ela! — Mas eu preciso mais dessa nota do que ela, portanto... — não acredito que estou prestes a dizer isso, espero que ela não esteja gravando! — prometo que não vou matá-la. Ou estrangular ela. Ou esquartejar... ou afogar. — após as opções, sorrio.
Minha mãe pisca com a mão suspensa no ar. Ela ia me fazer um carinho mas parou no meio do caminho quando ouviu a lista de possíveis assassinatos.
— Você é minha filha, mas as vezes você me assusta. — diz, baixando a mão. — Tudo bem, tenho que fazer uma ligação.
— Pra quem?
— Pra um psiquiatra. Você vai começar assim que chegar de viagem. — seu tom não tem humor e eu até cogito que ela iria fazer isso.
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Enmity [Enemies to Lovers]
Teen FictionNão há ninguém que Enola Lockhart odeie mais do que Amy Sloan, sua vizinha e colega de classe, mas vê tudo virar de cabeça para baixo quando é forçada a fazer um trabalho escolar com ela. Muitos lugares, muitas experiências e muitas mudanças radica...