Capítulo 01 - Ilusão

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Kara Zor-El  |  Point of View





Eu já estava caminhando por horas, minhas mãos estavam congelando e entrei na lanchonete Night Fog. É uma lanchonete que fica aberta vinte e quatro horas. Eu não tenho dinheiro, só entrei um pouco para me esquentar e voltar a minha busca. Esbarrei sem querer em algo, bom… em alguém e ele me segurou pela gola do moletom, peguei uma garrafa e quebrei na mesa de bilhar, fazendo o barulho chamar a atenção de todos.

— Me solta ou eu rasgo toda essa sua cara nojenta. – Uma mulher entrou no meio de nós, segurando a garrafa da minha mão e fazendo o cara de soltar.

— Para com isso, Killian. Foi sem querer, eu vi tudo. – Ela disse e ele ficou me encarando por um tempo, depois voltou a mesa para jogar, todos voltaram ao que estavam fazendo e eu fui sair do bar, mas moça segurou meu braço.

— Ei sua doida, vai aonde? Quer ser morta na saída, Killian não vai esquecer seu rosto.

— Eu não ligo, ele vai ter que ser muito bom pra me matar.

— Só espere um pouco, eu te deixo em casa. Quer um café? – Minha barriga roncou, tão alto que nem os barulhos ali conseguiram abafar. — Isso foi um sim. – Ela me pegou pelo ombro e me puxou para o balcão.

— Não precisa. Eu sei me cuidar.

— Eu vi que sabe. – Ela disse e me entregou uma xícara, depois despejou café ali e me entregou um saquinho, que tinha metade de um sanduíche. — Que idade você tem? É tarde para você estar na rua...

— Mas que droga! Você é minha mãe por acaso?

— Se eu fosse, você não estaria na rua até essa hora. Muito menos em um bar.

— Como se eu fosse a única menor aqui. Aqueles ali são todos da escola onde eu vou.

— Seus colegas?

— Não. Mas eu os vejo na cantina. – Falei enquanto comia o sanduíche.

— Meu nome é Regina Mills, mas pode me chamar de Gina.

— Eu preciso ir. – Falei pegando o café e entornando todo seu conteúdo.

— Ei… espere. Eu levo você. Não precisa fugir.

— Não estou fugindo. – Falei revirando meus olhos e cruzando meus braços.

— Não importa, só espere que eu te deixo em casa. O grandão que você ameaçou e bem vingativo.

— Eu sei me virar.

— Já entendi isso.

Ela foi para os fundos e depois voltou, sem o uniforme. Se despediu e fez um sinal para que eu a seguisse. Acompanhei ela e fui dando as coordenadas até minha casa.

— Obrigada. – Falei quase pulando do carro, mas ela gritou e me seguiu.

— Calma. Quero falar com seus pais.

— É tarde, minha mãe está dormindo e vai ficar muito puta comigo se souber que sai. – Ela me encarou, analisando-me por um tempo, depois olhou para casa e assentiu.

— Qualquer coisa pode me procurar, mas tome cuidado. As ruas são traiçoeiras a noite.

— Meu nome é Kara.

— Olha só… boa noite, Kara. – Assenti e ela saiu do carro, me deixando sozinha em frente a velha casa.

Entrei e sentei no sofá, puxando o cobertor para cobrir meu corpo, não demorou para eu pegar no sono.

Lonely Girl - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora